Prezado Frei Antonio
Agradeço sua solidariedade demonstrada na participação da
campanha em favor do hum milhão de curtidas aqui no blog. Isso é importante
porque esse blog é embrião da Ibrapaz (www.ibrapaz.com.br).
Entre as curtidas no Plug-in
social do Facebook, no Facebook e no Google Friend
Connect já chegamos a quase dois mil. Damos os primeiros passos. Chegaremos lá.
Outrossim,
querido Feri Antonio, retorno ao tema mercado. Confesso que ao mencionar essa
palavra sofre dores estomacais. O mercado representa o centro das causas das
grandes tragédias humanas, geradas pelo ser humano e seus desvios éticos.
Atentados às pessoas, notadamente aos trabalhadores e aos pobres, invariavelmente
contam com o mercado como causa.
Ao
aproximar-se o dia sagrado de celebração ao dia dos trabalhadores e trabalharas
é necessário que se pense na enorme contradição entre a classe trabalhadora e a
pior fisionomia da classe dominante, o mercado.
Um fato
ontem, envolvendo um jovem trabalhador me enche de indignação e de revolta.
Claro, para a mídia venal e apodrecida, que ama vender sangue pelas telas de
suas nojentas TVs e páginas imundas de seus jornais e revistas, o que relatarei
aqui é rotina que não impressiona.
Moro ao lado
de uma cidade da Grande Goiânia, o município de Aparecida de Goiânia. Ali se
alojam inúmeras faculdades, dessas que fingem ensinar, onde os alunos fingem
aprender, cujo produto comercial elas denominam ensino superior, aliás, muito
inferior.
Pois bem,
ontem um jovem trabalhador saiu da uma sala em direção à sua residência, depois
de findar o período de aula. Logo, bem próximo da faculdade, teve sua caminhada
interrompida por dois bandidos. Estes anunciaram o assalto sob a ameaça de revolveres.
Armados, covardemente saquearam a mochila com tudo, dinheiro, documentos,
celular e tênis do pobre rapaz. Após a limpa, gritaram para ele que baixasse a
cabeça e retornasse para o rumo contrário do que seguia, sem olhar para trás,
sem reclamar, senão o fuzilariam.
O que isso
tem a ver com o mercado? Tudo. A faculdade não se integra na comunidade porque
nela não tem interesse, apenas no dinheiro do produto ruim que oferece, o
ensino para o mercado, por isso não cuida da segurança de seus estudantes e
professores, estes explorados até a última gota de sangue. Os assaltantes
usavam revolveres adquiridos no mercado assassino, sedento apenas de lucro. Por
trás da brutal violência que ameaça e mata jovens confusamente sonhadores, está
o mercado de drogas, com cujos agentes os traficantes contraem pesadas dívidas
que têm pagar. Se não vendem seus produtos assaltam e matam para ressarci-las.
Não há nenhum
exagero em entender que o tráfego assassino de drogas pertence ao mercado, tão
defendido por vendedores cegos do ensino. As drogas, principalmente as pesadas, são
produzidas em laboratórios quase a céu aberto e ao ar livre. Ninguém faz nada
para impedir seus abusos e a destruição da juventude que eles promovem.
O comércio de
drogas, que tem por trás bandidos satânicos, conta com capilaridade que se
estende por todos os setores da sociedade insensível. Na justiça, nos
parlamentos, na mídia, nos bancos, no comércio poderoso, nas igrejas e nos
executivos das diferentes instâncias do Estado se movem e se ocultam, como
ratos em porão de navio, as maiores âncoras do mercado criminoso, que é apenas
uma parte do mercado liberal, o mesmo que mata de fome, com a produção de armas
e com juros altos, gerando desemprego e miséria.
O mercado
para o qual instituições “preparam” “profissionais” é a fonte de todos os
males, desgraças e destruição das pessoas, acentuadamente os trabalhadores e os
jovens. Considero criminosas as instituições e professores que “formam” –
melhor dizendo, deformam – a juventude dizendo que ela deve se preparar para
atender as exigências do mercado.
O rapaz assaltado
ontem é assaltado todos os dias pela faculdade onde estuda, que gera lucros
para seu dono neoliberal e de ética duvidosa, ao ser amigo de um dos maiores
traficantes do Brasil, há pouco alvo de CPMI, que, na verdade, o aliviou e
liberou para os negócios que continua fazendo, segundo seguidas denúncias de
parlamentares da Assembleia Legislativa de Goiás.
O pior dos
assaltos de que é vítima o estudante assaltado ontem e milhões de outros pelo
Brasil afora, é o praticado legalmente quando os fazem acreditar que o mercado
é santo, que gera felicidade e bem estar, fomentando neles sonhos egoístas,
mentirosos e profundamente injustos.
Os bandidos comuns são desrespeitosos, insensiveis, racionalmente frios e calculistas ao usar as pessoas assaltadas como meios de lucros quanto os donos de supermercados, de fábricas de remédios, de alimentos, donos de escolas, fazendeiros que matam posseiros e indígenas e, principalmente, os banqueiros, que promovem guerras no mundo para assaltar as riquezas dos povos e da nações. Isso é mercado, esses são os ratos de navios que aparecem em plena viagem para destruir indefesos.
Os bandidos comuns são desrespeitosos, insensiveis, racionalmente frios e calculistas ao usar as pessoas assaltadas como meios de lucros quanto os donos de supermercados, de fábricas de remédios, de alimentos, donos de escolas, fazendeiros que matam posseiros e indígenas e, principalmente, os banqueiros, que promovem guerras no mundo para assaltar as riquezas dos povos e da nações. Isso é mercado, esses são os ratos de navios que aparecem em plena viagem para destruir indefesos.
Espero,
querido Frei Antonio, que em breve conversemos sobre as possibilidades da Ibrapaz
na perspectiva da construção da
consciência cidadã na caminhada na senda da justiça e da paz aí no seu Estado
do Ceará, a partir da cidade de Barbalha. É evidente que nossa Ibrapaz se
distingue do ensino para o mercado. Nosso projeto objetiva educar cidadãos e
cidadãs que se emancipem como sujeitos sociais e ajudem a mudar essa sociedade
que aí está, tirando de seu centro o mercado marginalizante e destruidor do ser
humano e do planeta terra, que ele suga sem parar.
Abraços
críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil:
bispo cabano, farrapo e republicano, em todas as situações.
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