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terça-feira

Opiniões infundadas e preconceitos impedem a compreensão da realidade





Querida aluna Adália


Perguntaste-me no último encontro em sala de aula que vivenciamos, e o fizeste com absoluta honestidade e humildade, sem a ironia dos falsos sabichões guiados pela mídia colonizada, sobre o Programa Social Bolsa Família do Governo Federal.


Respondi-te que o Estado assume, ainda que de modo precário e carente de avanços e aprofundamentos, a responsabilidade pelas mazelas que outros ocupantes do aparelho do poder promoveram contra nosso povo, levando-a à miséria e à pobreza. 


O Estado Brasileiro deve mesmo assumir o compromisso pelos investimentos sociais para dignificar as pessoas que foram maltratadas pelos desmandos de políticas antissociais e desumanas. 


O preconceito contra os pobres indígenas, negros e outros amplos setores de nossa sociedade é calamitoso desde a chegada dos europeus aqui nesse maravilhoso pedaço do planeta terra. Tudo o que a coroa portuguesa fez foi exportar nossas riquezas para a matriz colonial em Portugal, sem se importar com investimentos aqui. Com a educação fez a mesma coisa, trouxe professores da Europa para atender os filhos de elite que se produzia aqui, empurrando para a escuridão da ignorância nossa população que se formava. 


A ditadura militar – que setores psicopatas de direita pedem de volta – privilegiou a elite dominante em tudo, abandonando os pobres cujas estatísticas de miseráveis só cresceu. Da mesma forma o neoliberalismo de Collor e, principalmente de FHC, inchou ainda mais as bordas da sociedade, aumentando a espessura da marginalização, fazendo dela laboratórios de criminalidade e aliança com as máfias bandidas. 


Portanto, foi o Estado, desviado de sua missão humanizadora e constitucional de defender e preservar os direitos humanos, que se omitiu e foi criminoso nas mãos de uma elite insensível. Uma vez que Lula e Dilma se elegeram sob outra proposta, a de reformatar o Estado na defesa de t@dos @s cidad@s brasileiros há que enfrentar as grandes e fantasmagóricas injustiças sociais produzidas pelos verdadeiros assassinos da saudável criação do tecido social justo e de paz. 


Com referência à Bolsa Família sabe-se que há muitas críticas. Algumas até são justas. Muitas, porém, são preconceituosas e mentirosas, profundamente injustas e desrespeitosas com os pobres e com a verdade. Até são rancorosas e intensamente discriminatórias. Setores da elite dominante e da falsa classe média acusam este programa social de alimentar a paralisia social e a preguiça dos pobres. 


Escutei atentamente a entrevista da Ministra Tereza Campello que menciona estudos acadêmicos sérios e de organismos internacionais insuspeitos que falam do caráter altamente humanitário da Bolsa Família. 


Esse é o ponto nevrálgico que importa considerar, Adália. Uma coisa é falar pelos cotovelos com base em disque disque senso comum de quem não tem o menor respeito pela verdade nem humildade para conhecer e saber os fatos ou que é movido por preconceitos. Ora, esses são sempre prévios na mente, fortemente engessadores da vontade de conhecer a verdade. 


A Ministra Tereza Campello se refere aos preconceitos contra os pobres, que impedem os ricos e a atordoada classe média de saber a verdade e a realidade da Bolsa Família. Também diz que, na verdade, o Brasil se tornou exemplo mundial no enfrentamento da pobreza e da miséria através desse programa social. “Na semana passada, 40 técnicos de países africanos estavam no país para conhecer detalhes sobre o Bolsa Família. Nesta semana, o Banco Mundial promove no Brasil um seminário Sul-Sul sobre “seguridade social” com representantes de 50 países”, disse ela na entrevista cujo link postarei abaixo. Campello disse mais: “Uma das coisas que eles falaram é isso, que o Brasil hoje não é mais um laboratório de políticas sociais, o Brasil é hoje uma universidade. Quem quiser aprender sobre políticas sociais tem que vir ao Brasil e aprender com a gente”, afirmou a ministra, que ouviu isso em Washington, quando esteve no Banco Mundial para comemorar os 10 anos do Bolsa Família.”

 O Bolsa Família não é programa social isolado. Pelo contrário, associa-se outros para assessorar os beneficiados no ingresso social do mundo do trabalho e da produção. Um dos programas com quem o Bolsa Família conta para a construção da ponte de ligação social é o PROMATEC, responsável pela qualificação profissional dos emergentes do Bolsa. Portanto, as pessoas que provêm da subvida a que a ditadura e o neoliberalismo as submeteram tornam-se rapidamente profissionais e construtoras sociais. Não são preguiçosas nem o programa as induz à passividade. Pelo contrário. 


Claro, uma das coisas, na verdade, que os meoliberais e a direita temem é que o governo avance, o que ainda não fez, na direção do aprofundamento do processo fazendo reformas importantes como a agrária, a política, a mediática, a urbana, a do sistema financeiro – que, aliás, lucra muito com os programas sociais, porque é dos bancos que vêm o dinheiro estofado de juros escorchantes - e outras tantas. 


Recomendo-te que ouças a entrevista da Ministra Tereza Campello. Ela colabora com a verdade e afoga as mentiras da direita.


Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano, em todas as situações.  

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