“Respeito suas ideias, mas não concordo com o senhor. Logo o senhor que se diz bispo de uma igreja pregando o golpismo. A religião prega a paz e a harmonia, mas o senhor prega o golpe! (Escreveu no Facebook Dr. Leverson Lamonier, em reação às matérias que edito neste blog e à minha participação do movimento “Fora Marconi”).
Prezado Dr. Leverson Lamonier
Diretor do Instituo Teotônio Vilela de Goiás (do PSDB)
Declaro-lhe, Dr. Leverson, dois pontos iniciais: 1. Lembro com gratidão de suas palavras de consolo dirigidas a mim na última vez em que nos encontramos numa sala na instituição onde nós dois lecionamos. Disse-lhe que eu estava triste, deprimido e apreensivo com minha saúde e com as possíveis consequências da cirurgia que faria. O colega foi solidário comigo nas palavras de fé que comigo compartilhou. 2. Agradeço-lhe pelas palavras que me dirigiu pelo Facebook. Foram críticas à minha atuação política, mas me sinto honrado por recebê-las de pessoa tão distinta e destacada na sociedade goiana. A crítica feita de forma honesta e frontal, como é o caso, pode ser enormemente educativa e salutar. Sei que o colega não me criticou por mera raiva, mas por discordar mesmo do meu raciocínio. Claro, o colega acabou por expor pressupostos e de forma pública que merecem resposta. É o que respeitosamente tentarei aqui.
1.Agradeço muito pelo respeito. Isso é fundamental à cidadania e desejável que ajamos assim. É evidente que respeito não significa concordância nem subserviência. Por isso agradeço por merecer sua crítica.
2.Creio que o colega se contradisse e foi indelicado comigo quando disse: “Logo o senhor que se diz bispo”. Não sei interpretar se o colega quer me discriminar com essa expressão na linha dos católicos que acham que somente são bispos os que pertencem à linha do Vaticano ou se quer dizer que pelo fato de eu participar do movimento “Fora Marconi” para o senhor eu seja um desclassificado, bem ao modo tucano que não aprecia as coisas do povo ou, talvez, o senhor não acredite que eu seja bispo por não pertencer à roda da falsa elite que frequenta os clubes dos fariseus e escarnecedores do povo, como é o caso de seu governador que frequentava as festas de Carlos Cachoeira, segundo ele mesmo afirmou em entrevistas dadas a órgãos da imprensa antipopular e subserviente.
Se for esse o critério, Dr. Leverson, realmente nunca participei desse tipo de farra nem desse tipo círculo de gente que vive à custa da máfia e dos recursos do erário. Durante a ditadura militar generais e subservientes do golpe tentaram inúmeras vezes me seduzir com suas cantilenas para que eu traísse minha consciência e servisse a insanidade que seus atos políticos produziram neste país. Nunca servi a essa elite impatriótica e entreguista. Nunca aceitei o jogo farisaico dos que rezam com os poderosos para usufruir de benesses da classe apodrecidamente dominante nem troquei Jesus por Barrabás.
O caro Diretor do Instituto tucano Teotônio Vilela conta em seu partido com pastores que contraditoriamente silenciam ante a privataria, a corrupção e a direita arcaica, "caiadista" (corrente conservador que abriga os grandes proproetários em Goiás e que rivalizou com Getúlio Vargas e Pedro Ludovico) e reacionária que tenta arrastar Goiás para a concentração de riquezas e de renda, ao estilo de Demóstenes Torres, Marconi Perillo e outros seguidores do mafioso Carlos Cachoeira. Há dias, caro Dr. Leverson, desafio o deputado pastor Fábio Sousa a se manifestar sobre o governador que o golpeou nos seus desejos de ser candidato a prefeito de Goiânia, que é suspeito de relação promíscua com o mafioso tão falado, mas ele continua estranhamente calado e conivente. Se o senhor deseja que eu seja bispo desse estilo privatista, direitista, silencioso ante clamorosas denúncias de roubo dos recursos públicos, então, prezado físico e matemático, eu não sou bispo nem que lhe mostre toda a documentação comprobatória de sucessão apostólica legítima. Para o senhor isso nada valeria. Para o senhor, para Fábio Sousa e para tantos “cristãos” duvidáveis o modelo válido de bispo é o que se cala, o que se omite, o que se curva silente à opressão dos humildes, dos pobres, dos trabalhadores, ao massacre da produção nacional de riquezas, das denúncias de corrupção de raposas que manipulam o poder para roubar o povo e despi-lo de seus direitos à saúde, à educação, à habitação, ao transporte, ao trabalho, enfim, a tudo.
3.Então, caro Dr. Leverson, lamento decepcioná-lo. Eu nunca serei um bispo que trabalhe pela paz e pela harmonia dos cemitérios. Muitos querem a paz e a harmonia dos que vivem sob o regime do sim senhor, dos que baixam a cabeça para os assaltantes que “corolenizam” o poder com a intenção de impor seu modelo ditatorial de quem não ouve e não atende os professores, os funcionários públicos; de quem não respeita a saúde pública e a entrega para a privatização através das infelizes OSS; da água e do saneamento básico, da energia, tudo como forma de especulação e assalto a economia do povo. Não, meu caro físico e cientista, eu nunca pregaria essa falsa paz e essa harmonia espúria. Não sou o tucano Fábio Sousa nem o pastor delegado igualmente psdbista que se calam traidoramente em nome dessa paz e dessa harmonia traiçoeiras de quem não vê o inimigo ou de quem com ele colabora no assalto ao galinheiro.
Não, Doutor, não prego a "pax romana", a paz imperialista, a harmonia dos acomodados e traidores. Jamais pregaria a paz e a harmonia para manter a sociedade cega e apática em face de tanta safadeza neste estado. Nunca me prestei para isso; nunca estive do lado dos opressores. Carrego algumas dores, mas nenhuma dor de consciência por trair meu povo. Sigo ao Jesus, acho que diferente do Jesus que seguem seus correligionários João Campos e Fábio Sousa, que nada dizem em face dos crimes praticados em Goiás. Ambos são pastores evangélicos. Um pertence a uma família dona de rádio e televisão e o outro é delegado de polícia. Por que será que se calam, à moda Rei da Espanha, que descaradamente veio à América Latina mandar um dos nossos mais consequentes políticos se calar? Sigo ao Jesus que pregava a espada e não a paz, segundo descreve Mateus 10, 34, quando diz: “Não pensem que vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada”.
Portanto, quando eu e minha Diocese vamos às ruas de Goiânia gritar “Fora Marconi” não o fazemos com intuito golpista. Gritamos em favor de justiça. Não fui eu que inventei a privatatia que seu partido promoveu em nosso país e desgraçou milhões de pessoas, principlamente fragilizou nossa soberania. Não fui eu que inventei a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que flagrou o seu governador Marconi Perillo gravemente envolvido com o mafioso, comprometendo a honra do cargo e do posto. Quando me junto ao grito de Goiás pelo “Fora Marconi” somo-me à luta por mudanças. Esse governador é representante da privataria, da corrupção, do imperialismo e de relações promíscuas com o dinheiro roubado do povo. Quando caminho com o povo e discurso em praça público na defesa da investigação e de justiça o faço exatamente para ajudar nosso povo a se libertar dos golpes que essa direita representada pelos privatizadores do PSDB e do DENOCRATAS praticam em nosso estado. Tanto é verdade que essa casta é golpista que usa a polícia, cujos comandos subservientes permitem que façam o que fizeram contra nós na Praça Cívica, usando a ilibada Corporação de Bombeiros a tomar de assalto o espaço público para que o povo não se manifestasse, expondo as pessoas aos riscos de acidentes de trânsito. Esse governador não mandaria os bombeiros acampar na praça se não fosse ele o golpista, não mandaria um helicóptero dar rasantes sobre a multidão, ameaçando-a com metralhadoras. Golpismo é cidadãos se aproveitarem de cargos eletivos, como é o caso do corrupto e hipócrita Demóstenes Torres, aliançado com o seu partido, Dr. Leverson, e do senhor Marconi Perillo, que autoritário, é governador da elite e fortemente suspeito de ser dirigido por um mafioso. Isso sim é golpe. Eu sou democrático, doutor. Não inverta as coisas, só porque está com medo.
4.Finalmente, considerando sua alta formação marcada por qualificado doutorado realizado na Universidade de Campinas, instituição pública, faço-lhe um apelo. O senhor sabe que a ciência não é neutra. Outro dia escutei uma fala sua na mesma instituição onde ambos lecionamos, na qual o senhor apelava para o espírito científico, que gostei muito. Pois bem, meu caro cientista, venha para a verdade. Comprometa-se com a ciência que defende a verdade e a justiça. A ciência que defende a globalização e neoliberalismo das privatizações e da máfia de Carlos Cachoeira não é séria, não é crível, não é pura. É comprometida com a desconstrução da justiça, da paz e da verdade. Já que o senhor doutorou-se numa universidade pública, valorize os impostos e esforços do povo e venha para o lado certo. Precisamos do senhor. Abandone as nuvens da privataria e as cachoeiras de corrupção e venha para o povo. Engrosse a fila dos que gritam contra o golpe e pelo “Fora Marconi”. Garanto que será maravilhosamente bem vindo.
Esta é minha mensagem de paz e de harmonia. A paz e a harmonia correm pelos rios da justiça, como diz o profeta Amós, e nunca pelas cachoeiras da corrupção e da privatização dos bens do povo a favor de canalhas e coronéis de meia pataca.
Abraços críticos e fraternos com o convite para a paz a harmonia que somente a justiça e a verdade podem dar.
Mandou bem Dom...Parabens!!!!...Bjo Iva!
ResponderExcluirParabéns meu caro irmão bispo e profeta...somos chamados para denunciar e anunciar...abraços...
ResponderExcluirEu fico abismada, como conseguimos chegar a um conjunto de problemas tão graves como esses que envolvem o sr Carlos Cachoeiro. Como uma situação como esta pode envolver tanta coisa ruim ao mesmo tempo, e ficarmos assistindo, como telespectadores/as inertes e impotentes.....
ResponderExcluirA imprensão é que somos um bando de idiotas. A revolta é muito grande, mas não podemos ficar só nisso....
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