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quarta-feira

O grande amor de Carlos Cachoeira




Meu caro Amós

Os últimos meses são de notícias e expectativas em torno da prisão e envolvimento de Carlos Cachoeira. Penso que desde Paulo César Farias, o tesoureiro da campanha Collor de Melo à Presidente da República, mesmo mais do que Valério – o famoso do valérioduto  do escândalo do PSDB – Cachoeira é o maior vulto da máfia que envolve poderosos negócios com corruptos que se locupletam com o dinheiro público.

Pois, no meio de tudo isso, eis que surge uma “gata”, uma musa, uma linda mulher. Trata-se da atual noiva de Carlos Cachoeira, que já foi casada com outro poderoso do Estado de Goiás. Andressa Mendonça deu entrevista a vários órgãos da mídia e disse de sua tristeza referente à prisão de Carlos Cachoeira. Falou que ele se considera preso político e abandonado por muitos de seus amigos.  

Andressa declarou-se apaixonada pelo contraventor. Disse que casará com ele na prisão ou em liberdade, preferindo que o casamento aconteça com ele fora da prisão, afinal, segundo ela, ninguém merece isso. Quando perguntada se aceitaria pousar nua para a Revista Play Boy disse que não, que tudo isso é somente para o Cachoeira, indicando sua performance e beleza físicas, certamente muito declamada por ele.

Tal declaração pública me faz pensar e perguntar o que é o amor para Andressa, para Cachoeira e para pessoas da espécie deles. Muitos internautas disseram pelo Twitter, pelo Facebook e em comentários postados sob notícias em blogs que o que Andressa sente é puro interesse pelo dinheiro do mafioso. Um chegou a exclamar que a que ponto chega uma mulher por interesse!

Pois bem, os fatos indicam que Andressa dedica-se a negócios com futilidades como uma loja para vendas de produtos para intimidades  sexuais e com um sexy shopping. Uma TV dessas de baixa audiência, embora concessão pública, elaborou enorme matéria quando o estabelecimento foi inaugurado. Andressa Mendonça concedeu entrevista emocionada sobre o evento, referindo-se à necessidade que as mulheres e os casais de Goiânia tinham das marcas por ela oferecidas.

Continuo, Amós, a pensar no que é o amor para uma mulher que se apaixona por Cachoeira e que comercializa produtos sexuais para a burguesia apimentar suas relações. Conheço muitas mulheres apaixonadas e realmente dedicadas aos seus amores. Durante a ditadura vi mulheres ser mortas ou torturadas por amor à causa e a seus companheiros. A história é rica de testemunhos de mulheres orientadas por conteúdos ideológicos que as levaram ao martírio e riscos por amarem seus companheiros e a revolução na construção de justiça para a maioria do povo. É emocionante a luminosidade de Olga Prestes, por exemplo, assassinada na gestapo pelo nazismo e de sua dedicação à luta por um mundo sem ódio e sem injustiças. Perseguida pela polícia terrorista de Felinto Müller colocou-se entre Luiz Carlos Prestes e os policiais armados pedindo que não atirassem nele, mesmo sob o risco de ser metralhada. Ao proteger o companheiro resguardava a luta pela democracia. Mulheres como Olga Benário são construtoras de vidas quando são mães, também. Elas enxergam muito além do presente e se deixam orientar pelo desprendimento e pela dedicação radical ao próximo. Sua paixão pelos seus homens marca-se pelo conteúdo da entrega ao próximo, que elas vêm em parte representado pelo companheiro. Milhões dessas mulheres lutam em associações de moradores, em sindicatos, em organizações femininas, em partidos engajados nas causas nacionais e populares, à educação, à saúde, enfim, e quando deixam seus corações escolher um homem a quem amam dedicam-se às raias do sacrifício à felicidade de amar, mas não de modo egoísta como se tudo se reduzisse a um homem. Milhares dessas mulheres se quer têm condições de comprar uma calcinha ou um equipamento sexual na loja de Andressa. Não têm condições de ir a academias cuidar da aparência que as burguesas e fúteis oferecem a seus amantes. Não dispõem de recursos e de tempo para fazer pilates, cuidar para retardar o envelhecimento físico, embora esse seja implacável e se instale de qualquer forma. 

Então, o que é o amor para mulheres como Andressa Mendonça? Qual é o conteúdo do amor para ela e para  Cachoeira? Será que o que eles sentem como amor é o mesmo que as heroínas mulheres sentem? De modo nenhum. Cachoeira, que não é nenhum ignorante, tem em sua mente a permanente ideia fixa de golpear o povo para roubar o que à sociedade pertence. Seu pensamento o conduz aos negócios de comprar candidatos e depois de controlar os comprados no exercício do poder, para que seus negócios sejam executados. Assim dão conta os grampos da Polícia Federal  que flagraram conversas e acertos com Demóstenes, com Marconi, com Leréia e com outros, sempre com extrema dedicação aos rolos e golpes às coisas do povo. Portanto, nas práticas dessa burguesia apodrecida e egoísta não há espaço para o amor. Que amor pode existir numa mulher como Andressa Mendonça? Onde há alguma dedicação despojada dela a alguma causa humana? A quem ela diz amar senão um homem que não se move interessado pelo próximo, pelo o outro, pelo social? Cachoeira é sugado pelo constante pensamento de enganar, de golpear, de tirar dos outros. Em seus gestos não há generosidade humana nem compaixão social. É a ele que Andressa diz amar e a ele dedica o corpo fútil que a banal revista pornográfica quer fotografar nu.  Então eu pergunto: se  se fizer justiça e  exigir-se que Cachoeira devolva todos os bens que roubou e empobrecer  Andressa Mendonça continuará apaixonada por ele?

Há mulheres representadas por Andressa que “amam” apenas homens endinheirados e jovializados por milhões em patrimônio e em dinheiro. Mesmo quando traidas e deixadas continuam de joelhos, até mesmo sem se divorciar e portando o sobrenome dos malandros, desejosas de suas migalhas afetivas, sem dignidade. Homens que lutam por causas justas e que se entregam ao sacrifício à construção de um outro mundo possível elas não gostam e deles fogem. Algumas chegam a trocar números de telefones, de excluir MSN, de extinguir páginas do Facebook e são grosseiras com quem luta. Dobram-se aos senhores de todos os anéis e luxos, mas fogem de quem realmente é capaz de amar e de entregar-se sem trapaças e sem reverência à riqueza, fruto do roubo e da mafiosidade, toda e qualquer riqueza acumulada. Quando sei de tantas superficialidades de mulheres banais me recordo do quanto  Jenny Von Westphalen,  mulher de Karl Marx, teve que enfrentar em face do preconceito de sua família, com a rejeição social que desprezou o melhor filho da Alemanha e sofreu ao ser perseguido pela classe dominante renana,  impetrada  contra seu mais ilustre filho. Mesmo assim Jenny a tudo ignorou para somar-se àquele que descobriu dois sistemas, um iníquo e destrutível ao ser humano, o capitalismo, e o outro que a classe trabalhadora deveria construir, o socialismo. A família Von Westphapen era abastada e fútil, talvez não tanto quanto Cachoeira e sua apaixonada Andressa, mas que vivia da exploração da classe operária, no fundo a mesma ideia que comanda os exploradores e imperialistas de hoje.

Não creio em amor do tipo de Andressa Mendonça nem de Cachoeira. Eles amam mesmo é a banalidade representada pela a aparência feita de academias com altas performances, com cosméticos caros e equipamentos que cumpram os papeis de dar prazer burguês, de preferência bem caro, como os vinhos de Demóstenes Torres, de R30.000,00 cada garrafa. Isso não é amor, mas lixo e pornografia.

Abraços críticos e fraternos, meu querido profeta.

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