Prezada Pastora Kary Janaina Sales Borges
Saúdo-a
respeitosa e admiradamente, querida jovem pastora metodista. Sou-te grato pela
a amizade.
Em
nossas trocas de mensagens e pela forma espontânea com que me adicionaste como amigo
no Facebook percebo que és uma preciosidade da resistência no meio evangélico e
protestante ao pentecostalismo mediático e dos dízimos arrancados do povo para
enriquecer donos de igreja-empresa.
Percebi
que abominas o golpismo, a ditadura mediática - que age corrompendo consciências
e sujeitos - e também a direita entreguista e pobre de humanidade.
Então
me sinto a vontade para compartilhar contigo percepções dolorosas do cotidiano,
palco onde atuam traidores, verdadeiros cães raivosos e assassinos de João
Batista.
Certamente
leste minha carta de ontem intitulada “Leonardo Boff: o profeta que grita nojardim de Herodes”. Nela identifico de que lado se encontra este grande e
respeitado teólogo brasileiro.
O mundo
é como a festa na casa corrupta desde onde o preposto do império romano “governava”
parte da Palestina, como relatam os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, com o objetivo de esmagar os insurretos e revolucionários
rebelados contra a opressão sanguinária. Em cima, no palácio, à custa do porão,
o bufão faz festa e se diverte enquanto João, o Batista, o revolucionário,
angustia-se na prisão à espera da morte imposta pelo demônio.
O
protótipo desenhado por Mateus, Marcos e Lucas ao descrever a festança é o mapa
do mundo dividido violentamente entre os injustos e os injustiçados. Nele uma
jovem irresponsável é aconselhada por sua mãe, prostituída pelo poder opressor,
a pedir a cabeça do profeta que denunciou a estrutura iníqua e pediu mudanças,
arrependimento e engajamento em outro projeto mais digno.
A
estrutura do mundo de Herodes é armação pronta. Nele há que dois tipos de
protagonistas ou coadjuvantes. Do lado de Herodes há os que ignoram as
injustiças, as misérias do mundo, as mães que se rebentam pelos filhos, dos
trabalhadores que carregam as riquezas sobre os ombros exangues, dos escravos
que arrancam das minas da vida a vida que com eles não fica. Desde o mundo de
Herodes nascem a violência, as guerras, as discriminações, as muralhas de separações
entre irmãos e as brutais injustiças.
Nos
porões de Herodes, uma separação escura, úmida, pobre, doente, desesperada e
cheirando a morte, se encontram os profetas, os Joãos Batistas, sempre
ameaçados de degola e alvo de chacota e de negociações espúrias.
As religiões,
as teologias e as igrejas se distribuem entre esses dois mundos de Herodes,
gerado pelos Herodes contemporâneos. Há as que lutam nos jardins gritando
contra as falcatruas, roubos e barbáries promovidas pelo palácio de Herodes.
Muitos são jogadas nos calabouços, nos porões e na destruição caluniosa,
aviltando e matando seus profetas.
Mas,
lamentavelmente, muitas igrejas e seus lobos atuam como coadjuvantes do
opressor, sempre prontas a correr obedientes a Herodes em direção a João
Batista para degolá-lo. Não se questionam, não duvidam das falsidades, das
mentiras, não vêm pecado de injustiça em Herodes e em suas festas podres. Pelo
contrário, o aplaudem, o louvam, diante dele se ajoelham reverentes, coniventes
e vendidas. Se dele ouvem ordem para
degolar João Batista, assim o fazem insensíveis e sem consciência.
Leonardo
Boff e sua reflexão teológica estão nos jardins e no porão do palácio podre de
Herodes. De lá grita contra a festa dos que se divertem em cima do sangue dos
cadáveres dos explorados.
Claro,
para tomar essa posição é preciso seriedade, inteligência, estudo e parceria
com o povo. É isso que vejo na teologia de Leonardo Boff, o profeta que grita
nos jardins de Herodes, antes que este assassino ponha fogo na terra. Nosso
teólogo é um estudioso de vulto. É ansioso pelo bem de todos. Busca reunir
esforços para salvar a sociedade e o planeta terra da demência de Herodes e
seus assassinos.
De
outro lado, como degolador servil, de voz esguichada, de punhos enrijecidos, de
espada em riste encontram-se tipos como Silas Malafaia. Este é personagem coadjuvante
da direita no falso protestantismo e do pentecostalismo do espírito santo do dinheiro.
Suas máscaras de pastor, de psicólogo escondem o raivoso assassino contratado
por Herodes. Nisso ele é tremendamente coerente. Obtém vantagens de sua
covardia, mas atende às ordens herodianas com presteza, sem deixar dúvidas a
quem serve.
Malafaia,
segundo a Revista Forbes, é um dos pastores mais ricos do Brasil.
Rico
porque serve a Herodes. Num País brutalmente atropelado pela ditadura, pelo
neoliberalismo, pelo mercado rentista e concentrador de terras nos campos e nas
cidades, de capital nas mãos de 99% de exploradores e bancos terroristas como o
Santander e todos os outros, verdadeiras causas dos porões fétidos da miséria e
da marginalização dos trabalhadores, dos negros e dos indígenas, Silas Malafaia
é um pastor rico. Só há uma maneira de enriquecer entre milhões de pobres:
servindo a Herodes.
Um
pastor rico como Silas Malafia escolhe entre o porão e a festa palaciana de
Herodes. Opta viver desta. Nela consegue avião – que ele diz ser pela graça de
Deus, claro o deus de Herodes – consegue ser empresário bem sucedido como o são
os que servem Herodes. Em seus programas de TV, pagos com os dízimos dos
presidiários de Herodes, faz propaganda de seus livros água com açúcar, de sua
editora, de autores americanos, de bancos e para os eventos onde prepara quadros
para sua ação em defesa dos destinos de Herodes.
A
história de serviço a Herodes por parte de Malafaia é rica de lances
reacionários e de traição ao povo. Em 2010 juntou-se a uma das piores
representações de Herodes, José Serra, em troca de barganha para obter canal de
TV, numa campanha sórdida de mentiras, calúnias e fundamentalismo tosco. Sem
conteúdo, já que para Lacerda não serve, elegeu os gays, as lésbicas, os
casamentos homoafetivos e a homofobia como programa de autopromoção. A partir
daí desceu todas as ladeiras da decência e da compostura na demente caminhada
fundamentalista no afã de jogar irmãos brasileiros em guerras fraticidas. Em
2012, cavalgando sobre a arrogância dos alienados e cães raivosos, aliou-se
novamente a José Serra em sua derrotada campanha à Prefeitura de São Paulo. No
programa do candidato de direita gritou: “vou arrebentar o Fernando Haddad”. Na
sua rebentação outra vez destilou o veneno do preconceito contra os homossexuais
mentindo conscientemente sobre um tal “kit
gay”.
Silas
Malafaia integra o mundo, o palácio, as festas e os interesses do carrasco
Herodes. Como tal jamais reparará nos porões e prisões produzidas pelo
dominante assassino. A diferença entre os calados, anônimos e burros carrascos
que mataram João Batista é que Malafaia fala. Só não percebe de qual lado fala
quem se assemelha aos degoladores anônimos e servis de Herodes.
Sobre a
chacina imposta aos irmãos palestinos pelo sionismo nazista israelita Malafaia
falou. Falou defendendo Herodes, claro. Para tanto colocou-se insano, irresponsável,
antiético e contra o Brasil, como cabe um bom patife herodiano.
Na
semana passada a chancelaria brasileira, em nome da Presidenta Dilma, levantou
voz profética, justa e humanitária contra os crimes praticados pelo sionismo.
Na nota oficial nosso governo reconhece os problemas dos dois lados e avalia a
desproporcionalidade bélica, causando gritantes e inaceitáveis injustiças. As
consequências todos conhecemos: mais de 1000 mortos entre crianças
assassinadas, escolas, hospitais e residências destruídas, além do derramamento
de sangue de centenas de inocentes. A demência é total. Herodes sionista e
nazista, além de louco, surta no derramamento do sangue palestino.
E de
que lado se posiciona Silas Malafaia? Do de Herodes, ora. Desse lado atropela e
desrespeita os palestinos, as história de luta do Hamas, o nosso governo a quem
grosseiramente chama de medíocre, num grande exercício de projeção psicológica
e até de nossos povos latinos americanos. Soberano em sua falta de respeito e
de responsabilidade, Silas Malafaia abusa da arrogância vazia de inteligência
de que é detentor.
Destaco
aqui as barbaridades que esse vendido ao imperialismo e ao sionismo em festa na
casa de Herodes escreveu. Diz o
insano pastor: “fácil
você
entender > Quando a polícia enfrenta bandidos sempre emprega maior força
para eliminar a ação. Exatamente o que Israel faz. (sic) – analisou o pastor,
afirmando ainda que “quando a polícia invade áreas onde têm bandidos, emprega
força pra elimina-los” e que “sempre, lamentavelmente, inocentes são
atingidos”.
Com uma bobagem
só o rasteiro preconceituoso de Herodes, sedento do sangue da jugular de
Batista, chama os palestinos e os pobres brasileiros de bandidos, avaliando
como correta a matança e o derramamento de sangue. Quem é o bandido e a que
bandido serve nem sequer é honesto e inteligente para declarar.
Bem ajeitado no
ninho herodiano da direita insana Malafaia sobe ao delírio do desrespeito aos
nossos povos latino americanos, fazendo o mesmo discurso da Globo, de Obama, da
Opus Dei, da TFP e dos sionistas: “Porque o governo do PT não condenou o
massacre de civis dos chavistas na Venezuela? São parceiros na ideologia de
querer controlar o estado. Não tem uma nota desse governo medíocre contra o
governo da Venezuela, e ainda um monte de medíocres defendendo esses caras,
hipócritas!!!”
Sinceramente,
querida pastora, não creio em honestidade e ética em cães raivosos como Silas
Malafaia. O que me consola é o testemunho da história que costuma enterrar o
lixo no próprio lixo. Malafaia deveria ser denunciado como mau exemplo e como
colaborador do terrorismo sionista como o que se vê em Israel.
Abraços críticos
e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil:
bispo cabano, farrapo e republicano, no porão lutando contra Herodes.
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