Prezado Pedro Stédile
Soube de tua palestra no grande evento internacional dos
blogueiros em São Paulo, no último final de semana.
O mundo inteiro conhece a seriedade do Movimento dos Sem
Terra na luta pela justiça social na defesa da reforma agrária, única forma
justa do uso da terra na produção de alimentos e na formação da consciência
cidadã.
Porém, a luta pela terra não se dá somente ao jogar as
pessoas e suas famílias no meio das grotas. É preciso relação complexa com
todos os aspectos do movimento, que deve envolver toda a sociedade.
Portanto,
ver o MST nas marchas pelas estradas do Brasil na pressão pela reforma agrária,
como a ocupação de prédios públicos e terras improdutivas, que fazem parte de bloco
de lutas, que as táticas pelos avanços exigem é coisa de manter as chamas por pressões acesas. A luta de vocês vai além, de modo
amplo nacional e internacionalmente de busca de pequenos pedaços de terras. Vê-los na Palestina lutando pelos direitos
a terra por parte de nossos irmãos de lá, ameaçados pelo sionismo nazista de
Israel, o apoio a Julian Assange do famoso site Wikileaks, que denunciou as atrocidades e
barbáries do governo estadunidense pelo mundo e o relacionamento com os
blugueiros do mundo e sabermos de correção da amplitude da luta que empreendem,
que interessa a toda a humanidade, principalmente aos mais agudamente
violentados pela injustiça, é sabê-los corretos na visão grandiosa da vitória.
Tomei conhecimento de que na palestra que fizeste aos blogueiros
anunciaste uma marcha em Brasília à frente do STF, no dia 29 de maio deste ano,
para protestar contra as arbitrariedades do autodefinido imperador e truculento
Joaquim Barbosa. O movimento é organizado com vários seguimentos dos movimentos
sociais.
Penso que será a maior e mais organizada manifestação que se fará contra
a barbárie de Joaquim Barbosa, este truculento que trai todas as raízes e expectativas
do povo brasileiro de que ele se prestaria a fazer justiça e não o contrário,
como acontece com todas afrontas aos direitos humanos e à verdade.
É insustentável que esse homem disponha de todas as liberdades para ferir as raízes democráticas do poder que o colocou na suprema corte,
encarregada constitucionalmente de fazer justiça. É inaceitável que Joaquim Barbosa corra solto em
articulação com o que há de mais apodrecido no País para deturpar a verdade e
impedir que o povo se manifeste democraticamente na luta por justiça, dando as
mãos à mídia dos poderosos que enriquecem com as verbas gordas que o Estado,
que deveria servir o povo, lhe dá.
Joaquim Barbosa, essa excrescência que magoa todas as lutas que nosso
povo fez contra a ditadura e o neliberalismo, afronta a origem do poder,
pecaminosa e delinquentemente. Sabemos que ele persistentemente
fez via crucis até chegar ao Presidente Lula para ser indicado a um cargo de ministro
do Supremo Tribunal Federal. Desde um encontro com Frei Betto em um aeroporto
até chegar ao ministro José Dirceu, acumulando articulações, conseguiu a indicação
aspirada, a aprovação pelo Senado Federal e nomeação pelo Presidente, para depois virar um ingrato e mal criado.
O que o déspota atual presidente do STF não sabe e tem raiva de quem
sabe é que esse processo tem origem no povo sedento e carente de justiça, a
quem ele vira as costas largas, costas oferecidas para a Globo, que as forra de
privilégios.
Quem indica o candidato a ministro do Supremo é o Presidente da
República, que o envia para o Senado, que o examina, aprova ou rejeita seu
nome. No caso de aprovação reinvia à Presidência da República, para homologação
definitiva ou não.
Ora, @s Presidentes da República são eleit@s democraticamente pelos votos
diretos do povo, @s senadores/as, também. Portanto, @s ministr@s devem obrigação
e obediência ao povo brasileiro, que em última análise é quem os elege. O STF
não tem autonomia política em relação à mesma sociedade que elege parlamentares
e mandatários, que que mantém seus cargos.
É evidente que quando um servidor público, como é o caso do truculento
Joaquim Barbosa, desobedece ao espírito da lei, a torrente que a alimenta, a
democracia, a quem deve prestar contas e a ela ser justo, deve ser deposto.
Para que JB e todos os outros ministros percebam o fulgor da fonte
de seu poder é preciso que a sociedade os alerte e os chamem a ordem. E é isso
que estarrece e assombra, pois Joaquim Barbosa nega prejudicialmente o princípio democrático do poder que exerce. Ninguém até agora moveu nenhuma palha para
alertar o aspirante de Adolfo Hitler no uso de um poder da República. Os
partidos da base do governo federal nada fizeram para mobilizar o povo, mesmo
chateados pelas humilhações desse truculento desarvorado. Parece que os
partidos que tanto lutaram durante a ditadura, que ofereceram muitos de seus
melhores quadros ao sacrifício das prisões, das torturas e da morte nos porões
fétidos e bandidos da ditadura, agora se encolhem medrosos de Joaquim Barbosa e
da mídia dos barões mentirosos. Talvez, caro Pedro Stédile, porque abandonaram a
essência da alma do povo que tem sede de justiça.
Em razão da luta ampla que o MST trava, compreensivo de que nada é isolado
na luta pela justiça social, é que a esperança pelo enfrentamento da barbárie
no movimento encabeçado por vocês, ao promoverem a marcha contra as
ilegalidades e delinquências na afronta à lei e à Constituição Federal, é que o ato pode repercutir nacional e internacionalmente.
Joaquim Barbosa não tem direito nem autonomia para ser injusto nos
julgamentos, nas fabricações de provas, na aplicação e distorção da teoria do
domínio do fato, na prisão com caráter espetacular de patriotas que têm
história, ao contrário dele que não a tem, e na afronta de normas estabelecidas
pelo STF na aplicação do direito ao trabalho externo de José Dirceu, de Delúbio
Soares, de José Genuíno à prisão domiciliar em face do seu grave problema
cardíaco etc.
Joaquim Barbosa não é obrigado a gostar de Dirceu, de Genoíno nem da
esquerda, mas é obrigado a ser respeitoso, generoso e humanitário no
cumprimento das leis. É obrigado e ser obrigado a respeitar a democracia e sua origem, o povo.
Tomara, Stédile, que a mobilização do dia 29 provoque reação nos outros
ministros do STF, que se encontram como que dormindo sob as barbaridades
praticadas por seu presidente (com “p” minúsculo). Tomara que a mobilização
seja o início de reações que tomem conta da sociedade, como o fogo se espalha
como num rastro de pólvora. A mídia dos barões parasitas nada divulgará, mas o
movimentos pelas “diretas, já” afirmou-se sem ela e a derrubada da ditadura,
também. Vamos que dá!
Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil, bispo cabano, farrapo e republicano, em todas as
situações.
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