Mauro Borges: o visionário que mudou Goiás
Ex-governador deixa legado de democracia plena e
crença nas instituições administrativas bem fundamentadas; Mauro criou
as bases para o desenvolvimento do Estado e foi responsável por
desbravar e valorizar o interior goiano; corpo do filho de Pedro
Ludovico foi velado no Palácio das Esmeraldas
Goiás 247_ Mauro Borges Texeira era estadista
puro e simples. Como governador do Estado na década de 60 lançou as
bases para o desenvolvimento de Goiás. Morto nesta sexta-feira aos 93
anos, Mauro deixa o legado do planejamento, das estruturas
administrativas bem montadas e do espírito democrático.
Não perdia o humor e o sorriso característico nem quando falava do
fatídico episódio em que foi deposto pelos militares. Naquele 26 de
novembro de 1964, o povo cercou a Praça Cívica para presenciar e
protestar contra a intervenção militar que tirava Borges do governo. "Ao
contrário do que eles queriam e imaginavam, eu saí nos braços do povo",
costumava dizer sorrindo Mauro Borges.
O ex-governador nasceu em Rio Verde, no interior do Estado, e foi o
primeiro político goiano a enxergar a valorização do interior como um
passo para o desenvolvimento. Borges patrocinou a chamada "marcha para o
Oeste". Levava prosperidade e benefícios aos municípios até então
abandonados. Criou colônias agrícolas e durante suas estadias pelo
interior tomava banho pelado nos rios junto com os integrantes de sua
comitiva - um exemplo de sua humildade no poder.
Planejamento era outra palavra adorada pelo filho de Pedro Ludovico.
Antes mesmo de assumir o Estado, Mauro já tinha traçado todo o plano de
desenvolvimento que tinha na cabeça. Com o "Plano MB" criou autarquias e
secretarias que tinham como objetivo fortalecer a estrutura
administrativa do Estado.
Crio a Iquego, Osego, Cerne, Crisa e Metago. Desbravou o mato e abriu
estradas para o interior goiano. O golpe militar pôs um freio no
visionário político goiano. Mas, não conseguiu apagar o que ele
construiu com tanta convicção. As sombras da ditadura não causavam
rancor em Mauro Borges e nem manchavam seu apreço pela democracia.
Costumava dizer que os homens precisavam ser respeitados e reconhecidos
não por suas armas, mas sim por suas ideias.
******************************************************************************
Meu comentário à esta matéria no 247: Fui ao velório do grande estadista Mauro Borges. Lá vi que os
progressistas, além de mim, não participaram do momento de luto que o
Estado de Goiás vive ao perder esse exemplar democrata. É impressionante
a alienação dos progressistas daqui. Têm a triste mania de entregar tudo
à Marconi Perillo. Este hipocritamente se adonou do velório e
oportunisticamente tentou capitanear as atenções para sua candidatura à
reeleição em 2014. A mídia venal o aguardava com todas as câmeras
voltadas à porta pela qual o coronel adentraria ao ambiente. Perillo
deselegantemente deu entrevistas e apareceu aos holofotes antes de
cumprimentar a família. Depois permaneceu alguns minutos ao lado do
esquife e se dirigiu aos repórteres para solicitar nova entrevista. Ao
retornar passou a cumprimentar a todos os presentes numa flagrante
deselegância moral, interessado apenas em galvanizar a simpatia dos
apoiadores de Mauro Borges. Completa grosseria ao fazer campanha fora de
lugar e de hora. Quando se aproximou de mim de mãos estendidas, que
pensei negar-lhe cumprimento, no entanto, preferi me afastar e ir
embora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seus comentários serão publicados. Eles contribuem com o debate e ajudam a crescer. Evitaremos apenas ofensas à honra e o desrespeito.