Por Thomas de Toledo
O Brasil corre grande
risco. No seio das contradições da já limitada e restritiva democracia
burguesa, nasce uma ameaça capaz de destruir as liberdades individuais, o
caráter laico do Estado e os direitos civis arduamente conquistados. Como um
tumor cancerígeno que se alastra pelas células pouco saudáveis do sistema de
representação política, o Fascismo Evangélico conquista espaços institucionais,
elege representantes em todas as instâncias e se instala no poder oficial e
paralelo em aliança com o crime organizado. Declara como inimigos as religiões
afro-brasileiras, o catolicismo, o islamismo, o budismo, o paganismo, o
misticismo, o agnosticismo, o ateísmo, a maçonaria, o socialismo, os movimentos
feministas, negros e LGBTT, além dos avanços na ciência que desmontam sua visão
obscurantista de mundo.
O Fascismo Evangélico é
uma herança do que existe de pior no cristianismo: a voracidade de querer
converter o mundo todo em sua crença e impor seus dogmas, exatamente o oposto
do que Jesus defendeu. É a sina da intolerância, que tem como objetivo final a
conquista total do Estado para a imposição de uma teocracia, instrumentalizando
a rede pública de educação, o sistema de comunicação e as partições públicas
para difundirem sua teologia arcaica. Representa um retrocesso sem tamanho e
tem o potencial de levar a fissões irreparáveis no seio da pátria.
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