Desculpa Bessinha, mas falta alguém em tua charge

Caro Vassil Oliveira

Gostei muito de teu texto sobre o fim de Marconi como governo. Aliás, parabenizo o 247 pelo excelente nível da linguagem e do respeito à nossa língua portuguesa, tão maltratada e desrespeitada, inclusive nas escolas de todos os níveis. Gosto dos textos de vocês. Parabéns pela pessoa que revisa tudo o que 247 produz. Eu pensava que a língua portuguesa morreria de inanição e por falta de respeito. Vocês recuperam o gosto pelo texto simples, mas de linguagem e construções linguísticas corretas, carregadas de reflexões e interpretações politizadas.

O teu texto de hoje intitulado “Aliados temem fim melancólico de Marconi” parece-me um presente da inteligência literária. Desculpa a metáfora, mas tu danças para dois lados e levas o leitor à conclusão de que Marconi Perillo morre rapidamente como político justamente porque escolheu o lado equivocado, melancólico e injusto. Marconi, despido de sensibilidade e inteligência política, escolheu opor-se a Lula e a culpá-lo por suas mazelas. Eu acrescentaria Vassil, que Marconi já nasceu morto como candidato ao governo do Estado de Goiás porque se candidatou e elegeu-se pela trilha morta do neoliberalismo, irmão siamês, por essência e alma, da corrupção, da “privataria” e das cachoeiras de safadezas com o dinheiro e os bens públicos. Quando o Brasil se liberta dessa praga que desgraçou o País, privatizando, vendendo e roubando o patrimônio público, favorecendo a entrega do Brasil ao imperialismo, franqueando o corredor do desespero do desemprego, do sucateamento da saúde, da educação, dos alimentos e do desenvolvimento com distribuição de renda e de riquezas, Marconi entrou na contramão ao querer levar Goiás por esse caminho rejeitado pelo povo brasileiro. Portanto, desafinado nacionalmente, seu único caminho foi o de aliar-se à Cachoeira, o melhor símbolo da safadeza privatista. Bastaram poucos meses para que caísse a máscara. Sinceramente, Vassil, eu sempre soube que Marconi se afogaria, eu só não sabia em qual Cachoeira. 

Interessante, nos debates eleitorais e depois da posse, Marconi sempre se mostrava arrogante, nariz empinado, um verdadeiro rei perseguidor de professores, de eleições livres e diretas para reitor e coordenadores da Universidade Estadual de Goiás, na briga quase corporal com um humilde líder comunitário de Itumbiara, nas ameaças de helicóptero que fez à gurizada que, no dia 14 de abril, gritava “Fora Marconi” na Praça Cívica aqui em Goiânia, que se autoclassificava de moderno, ao olharmos para suas fotos ultimamente vemos caras de derrotado, de quem espera sem voltas morrer no corredor da morte, na cadeira eletrônica dos “modernos” do tipo dele, de José Serra, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, que morrem eletrocutados e afogados nas cachoeiras de corrupção, de crimes e desonestidade política e social.

Então, caro Vassil, o Marconi que tentou perseguir Lula é o lixo “caiadista” que precisa ser incinerado e colocado ao lado do sésio  que matou e aleijou muitos goianos. Ele representa o egoísmo, a classe dominante atrasada e perversa, que só pensa em vinhos caros, em mansões, em viagens e futilidades, sem se importar com o povo e com os pobres. Só que esse lixo representado por Marconi, coligado com a Globo, com a mídia mentirosa e com os falidos neoliberais, que fazem mal à saúde dos brasileiros, precisa ser arrancado com raízes e tudo. Não pode permanecer nada, embora muitos de seus coligados já olhem ao longe e ao perto, como cavalos imigrados, para avaliar em que potreiros se darão melhor.

Por isso tudo que o título dessa mensagem reclama que nessa charge o Bessinha deixou um de fora. Ele vê o marginal Demóstenes afundando ao lado do Gurgel, da Globo e tal. Faltou Marconi Perillo. Talvez Bessinha até esquecesse em face de que esse daqui já está morto, precisa apenas ser enterrado.

Abraços críticos e fraternos, meu caro jornalista Vassil Oliveira.