Como não há conquista social sem luta, os trabalhadores voltam a ocupar as ruas das cidades brasileiras, nesta quarta feira, brandindo a bandeira da redução da jornada de trabalho sem redução de salário.
A grande, e boa, novidade do Dia Nacional de Luta, marcado para hoje, é seu caráter unificado. Ele foi preparado com grande antecedência, tendo sido organizado em conjunto pelas seis principais centrais sindicais – CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CUT, Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), NSCT (Nova Central Sindical dos Trabalhadores) e CGTB (Central geral dos Trabalhadores do Brasil). Avançando em um novo patamar de unidade, elas mobilizaram seus militantes e simpatizantes em vinte estados brasileiros, com a realização de passeatas, paralizações e outras manifestações. Seu programa defende um conjunto de reivindicações que inclui, além da jornada de 40 horas semanais, a aprovação das Convenções 151 e 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o fim do fator previdenciário nas que reduz o valor das aposentadorias, e a realização da reforma agrária.
A disposição dos manifestantes e das lideranças operária é, também, fortalecer a coleta de assinaturas no abaixo assinado pela redução da jornada, que já passou de um milhão de assinaturas. A previsão é de que este documento seja entregue ao presidente da Câmara dos Deputados em 3 de junho. Há ainda fortes indícios de que a idéia da convocação de uma greve geral pela redução da jornada toma corpo entre os trabalhadores.
O Dia Nacional de Mobilização é mais um sinal do fortalecimento da retomada da luta operária, que se junta a algumas ações memoráveis nesse sentido, ocorridas nos últimos tempos, com destaque para as grandes mobilizações do ano passado contra a Emenda 3. E acontece num momento favorável: a economia vai bem e o fantasma do desemprego já não assusta como nos últimos anos, numa conjuntura que as direções sindicais consideram muito boa para avançar na luta.
Os anos de predomínio neoliberal e forte ofensiva do governo e dos patrões contra os direitos dos trabalhadores, que sofriam ameaças de todo tipo - desde a perda do emprego até a revogação da legislação trabalhista - foram um período de acentuado descenso na luta e recuo na mobilização. Esta situação está mudando, e o governo, hoje, não representa mais um adversário da busca de melhores condições de vida, trabalho e renda. Mas, mesmo sendo um grande passo ter no governo um mandatário que surgiu, para a vida política, no movimento sindical, não há vitórias sem luta. E o crescimento da mobilização, da organização e da ação dos trabalhadores indica, como mostram as manifestações de hoje, que há compreensão para este fato. Por isso precisam ser saudadas e apoiadas com vigor.
Fonte: Editorial www.vermelho.org.br
Fale conosco: padreorvandil@ibest.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
As 10 postagens mais acessadas
-
Irmãos e Irmãs! Companheiros e companheiras! A Coordenação Nacional do Grito dos Excluídos, juntamente com as Pastorais Sociais e moviment...
-
Dedico este depoimento à memória de Paulo Wright e Ivan Mota Dias prebiterianos) e de Heleni Guariba (metodista), mortos sob torturas e ...
-
Any e-mail Parte inferior do formulário Assessores Nacionais Bispos e Dioceses Calendário Planejament...
-
Por Ariel PalaciosAuthor. Os argentinos recordam hoje – feriado nacional – os 33 anos do golpe que instaurou, no dia 24 de março de 1976, a ...
-
Marcos 6 :3 “ No es este el carpintero, el hijo de María ...?” Querido hermanos del Mundo : Cuando nos dirigimos a un hermano que no pertene...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seus comentários serão publicados. Eles contribuem com o debate e ajudam a crescer. Evitaremos apenas ofensas à honra e o desrespeito.