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Os contos das coisas que contam a conspiração

Espiritualidade

Terça-feira, 13 de novembro de 2007 - 16h33min

Gosto muito do mês de novembro. A primavera chega com força, na estréia do mês, junto com a festa de todas as pessoas que moram no coração de Deus, junto, agora, com a festa da acolhida de padre Silvio no paraíso, naquele tempo que é o tempo sem fim do Amor.
Penso que neste tempo mágico de novembro, quando a vida vence todas as palavras e as tristezas da noite e da morte, “conspiração” é a palavra que vem, de mansinho, ao meu coração.
Quero falar bem baixinho ao teu e ao meu ouvido interior, aquele ouvido de alma que é o ouvido profundo de nosso corpo...Sim, quero falar bem baixinho de algo muito importante, de um conto das coisas que contam...
Sei muito bem que a palavra “Conspiração” é uma palavra bastante mal tratada pelas nossas práticas e as nossas formas de conversas...
“Conspiração”...muitas vezes usamos esta palavra para nomear quando alguém prepara algo de ruim para a vida de uma outra pessoa. Usamos esta palavra para nomear uma ação negativa, ação, esta, feita as escondidas, no obscuro, nas costas, de forma que o outro não tenha como se proteger.
Gosto demasiadamente de contos e de histórias. Naqueles contos antigos, escutados milhares de vezes sem nunca cansar, sei que existem palavras que enfeitiçam coisas, plantas e pessoas. Conheço contos de fadas antigos onde uma palavra ruim ou uma maçã enfeitiçada provocam o sono que paralisa o corpo e a alma de mulheres e homens, sejam estas pessoas empobrecidas ou princesas.
Como existem contos de fadas onde as pessoas são enfeitiçadas, sei que existem contos da vida comum, aquela vida cotidiana e corriqueira, assim, a tua e a minha, onde são as palavras que acabam sendo enfeitiçadas. Nas nossas vidas do dia-a-dia sabemos que as palavras possuem força. Sabemos, não porque aprendemos nos bancos da escola, mas porque a sabedoria, isto é o sabor da vida nos ensinaram, que as palavras possuem força. Sabemos, porque a sabedoria da vida nos ensinou, que de Palavra a Humanidade é feita, daquela Palavra boa, de Vida, saída da boca enamorada e criadora de Deus.
Minhas irmãs e meus irmãos ,quero falar bem baixinho ao nosso ouvido interior, aquele ouvido de alma que é o ouvido profundo de nosso corpo, de algo muito importante, de um conto das coisas que contam...
Existem na nossa vida e no nosso dizer palavras que possuem a força mansa de recriar pessoas e relações. Estas palavras, saídas da boca criadora de Deus, no passar do tempo, foram enfeitiçadas pelos poderosos. Os donos de todos os poderes esmagadores de pobres, crianças, velinhos e mulheres sabem que uma Palavra boa, aquela saída da boca libertadora e criadora de Deus faz as pessoas se levantarem e construírem mundos melhores, mundos, estes, onde caibam todos os mundos...outros mundo possíveis, de partilha, de solidariedade...mundos com o cheiro do Reino de Deus. Uma destas palavras é a palavra “Conspiração”. Vasculhando os sentidos antigos, procurando a sabedoria, aquele sabor fundamental da Vida que a nossa alma procura,percebo o sentido desta palavra.
Conspirar significa “respirar juntos, juntas”. Conspirar significa “respirar do mesmo respiro”.
Conspirar é a ação simples e cotidiana que a Terra, a Água, o Fogo, o Ar fazem para permitirem a vida da Natureza e da Humanidade. Olho as árvores na frente da janela da sala onde estou escrevendo. Percebo que a Vida continua teimosamente sendo viva porque todos os seres respiram do mesmo respiro, com-spiram, respiram juntos o respiro da Vida.
Paro para escutar este respiro, este bater do coração da Terra e tento acertar o meu respiro. Sinto que este é o respiro de Deus no inicio da Criação, quando o respiro, a Ruah, a ternura criadora de Deus respirava sobre a escuridão e o caos. A Ruah, a ternura criadora de Deus foi soprando, respirando, sonhando sobre, dentro a escuridão e o caos do mundo. E o mundo, abraçado por este respiro terno, insistente, amoroso, consolador, foi se aquecendo e, a escuridão e o caos voltaram a respirar, melhor, voltaram a in-spirar o respiro terno de Deus.
No conto antigo da Criação a Terra, assim como a Humanidade feita de barro, encheram suas narinas do respiro terno, aquele sopro criador de Deus. Nesta con-spiração, neste respirar do mesmo respiro terno de Deus, a escuridão cedeu lugar para que também a luz pudesse existir e do caos surgiram todas as formas de Vida.
Mas, assim contam os contos sagrados, esta Humanidade que respirava o mesmo respiro terno de Deus, se sentia sozinha, porque ainda não tinha encontrado como respirar o respiro de Deus no mesmo respiro no mundo.
Sim, meus irmão e minhas irmãs queridos, acho que esta é a verdadeira solidão, aquela solidão que nos enche de tristeza e que pode nos levar à profunda doença da alma.
Penso, assim o meu coração me diz, que precisamos, em nossas vidas, para nos sentirmos de verdade pessoas humanas, encontrar outras pessoas para partilharmos do mesmo respiro da Vida, do mesmo respiro terno de Deus.
A Humanidade dos contos antigos e sagrados, aquela Humanidade feita de barro na qual a Deus tinha soprado seu respiro de ternura, estava se sentindo sozinha porque não tinha ninguém com quem respirar do mesmo respiro; ninguém com quem “conspirar”.
Meu coração me diz que amar tem profundamente a ver com “conspirar”.
Estamos aqui na Vida, nesta única possibilidade de Amor que Deus nos doa para esta simples missão: aprender a amar e se deixar amar.
Precisamos encontrar o mesmo respiro de Deus, nas outras pessoas e na terra. Desta forma poderemos reconhecer o respiro de Deus no tempo para sempre que chamamos paraíso.
Dizem os contos sagrados do tempo de Gênesis que a Humanidade feita de barro estava se sentindo sozinha, isto é, não tinha ainda encontrado alguém para respirar plenamente do mesmo respiro, ninguém com quem conspirar o respiro terno de Deus.
Questão muito séria esta. Se, na vida não encontramos alguém com quem conspirar, isto é respirar do mesmo respiro de Deus, podemos morrer da morte mais triste que é a morte da alma.
Precisamos sarar a enorme saudade que nos provoca ter nas narinas o respiro de Deus e não poder estar plenamente à sua presença. Chamo esta enorme saudade da qual somos feitos e feitas como Humanidade tirada da terra, chamo isso de “Ausência”.
Para podermos viver a saudade profunda de Deus precisamos viver a experiência da “Conspiração”, isto é do respirar do mesmo respiro terno, libertador e criador de Deus no respiro do mundo, no respiro da outra pessoa, no respiro dos pobres, das crianças e das mulheres.
Dizem os contos sagrados do tempo de Gênesis que a Humanidade feita de barro estava se sentindo sozinha, isto é, não tinha ainda encontrado alguém para respirar plenamente do mesmo respiro, ninguém com quem conspirar o respiro terno de Deus.
Questão muito séria esta. Por isso, no conto sagrado, Deus faz cair um sono, faz a Pessoa Humana sonhar, desejar, rezar, almejar, a-spirar...
Deus, no seu respiro terno, tira uma metade igual, do lado, do mesmo tecido de pele e terra, do mesmo amor, da mesma dignidade. Desta forma amorosa surgem dois seres diferentes e iguais em dignidade e amor. Estes dois seres se reconhecerão porque são “ossos dos meus ossos e carne da minha carne”. Os dois seres humanos se reconhecerão porque, então, terão o mesmo respiro terno que é o respiro de Deus. Os dois não serão mais solitários e tristes porque respirarão do mesmo respiro, conspirarão o respiro de Deus que é Amor. Aquele dia, a escuridão da violência nas famílias, do machismo, da falta de diálogo, do estupro, da doença do alcoolismo, cederá lugar para a terna luz de relações novas, recriadas, no dialogo de quem respira o mesmo respiro de Amor, do mesmo respiro de Deus.
Assim, nesta conspiração de Amor se constroem, dia após dia, os Homens e as Mulheres. Assim, nesta conspiração de Amor, dia após dia, se constroem as comunidades e as sociedades sem exclusões, justas, fraternas e solidárias sinais do Reino definitivo. Assim vivemos em Festas das Tendas, a festa da conspiração, das comunidades que respiram o mesmo respiro terno do Amor, do cuidado, da partilha do Pão e da Esperança.
Minhas irmãs e meus irmãos queridos da terra dos pinheiros araucárias, a terra da árvore do povo livre...vamos conspirar jun@s?

Maria Soave
Fonte: www.cebi.org.br

Fale conosco: padreorvandil@ibest.com.br

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