Querido amigo Jose Vicente
Imagino tua dor aí em Caracas, meu amigo.
Sinto também a dor de nossos/as irmãos/ãs venezuelanos/as com a morte de seu
presidente amado, o comandante da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez.
Hugo Chávez, sobre quem muito se
falará e se compreenderá, é um verdadeiro herói. Muitos caudilhos latino
americanos presidiram Países e os representaram institucionalmente, mas poucos
amaram tanto o povo quanto Hugo Chávez. Muitos caudilhos, generais golpistas e
até presidentes eleitos falaram sobre seus Países, sobre suas riquezas, sobre
suas produções, mas poucos falaram tanto no povo quanto Hugo Chávez. Muitos
chefes de nações da América Latina lideram com o poder de maneira arrogante e
vaidosa, mas poucos utilizam o Estado para libertar o povo da miséria quanto
Hugo Chávez. Muitos presidiram nações, mas poucos foram tão amados quanto Hugo
Chávez, o verdadeiro Presidente, porque líder apaixonado por seu povo.
Poucos chefes de Estado em nosso
oprimido Continente foram tão odiados pelos ignorantes, alienados e cabestreados
como animais cegos pelo imperialismo e sua mídia servil quanto o mártir Hugo
Chávez. Alguns grosseiramente, através da mídia colonizada e outros que a ela
deram audiência ignorante, chamaram Hugo Chávez de ditador. Denominaram-no de
ditador porque foi o primeiro líder latino americano a enfrentar a prepotência
dos imperialistas, ladrões de petróleo e das riquezas da Venezuela quanto Hugo
Chávez. Os macacos imitadores do falso modernismo neoliberal, que também leva o
nome de livre mercado, não sabem avaliar que a derrota do neoliberalismo,
máscara do imperialismo cruel e sangrento na América Latina, iniciou-se com a
luta de Hugo Chávez que derrubou o acocorado Presidente da Venezuela Carlos
Andréz Perez, extremamente corrupto que funcionava no cargo de chefe de Estado
na Venezuela como funcionário e lacaio dos Estados Unidos.
Ao assumir o poder através do voto
popular, coisas que as pessoas de má fé ignoram, Hugo Chávez promoveu o maior
espetáculo de distribuição de renda e de riquezas na Venezuela, servindo de
verdadeiro exemplo para todos os governos nacionalistas e populares que vieram
depois das derrubadas das ditaduras e do fracasso neoliberal em todo o
Continente. Para isso ele teve que ser duro. Preferiu falar grosso com os
inimigos do povo e dos pobres e falar educada e educativamente com seus irmãos
venezuelanos e com seus irmãos latinos americanos, como Lula, Evo Morales e
outros.
Todos choramos a morte de Hugo
Chávez. Digo, todos nós homens e mulheres de bom senso e sensíveis à justiça.
Todos nós homens e mulheres que lutamos por justiça social choramos a morte de
nosso irmão, exemplo de militância e de dedicação ao povo e líder
revolucionário. Choramos porque sabemos de sua dedicação ao povo e à causa
revolucionário. Entristecemo-nos com a morte de Hugo Chávez porque cremos que
as mudanças pela via da luta não acontece com orações piegas e com o misticismo
dos que preferem se fechar dentro de igrejas à espera de que o mundo acabe e os
santinhos do pau oco sejam guindados a um céu irreal e alienado. Sentimos a
morte de Chávez porque aprendemos com ele que o amor ao povo ultrapassa
declarações demagógicas para ganhar os corredores das conquistas reais pela redenção
dos pobres, que no governo dele, segundo relatórios da ONU, saíram da miséria
extrema para uma vida de mais dignidade.
Claro, nessa mistura do joio e do
trigo, muitos facínoras gritarão que morreu o ditador, felizmente. Muitos
desses jornalistas feitos à sombra do neoliberalismo assassino dirão que agora
a Venezuela abre-se à democracia. Mentirão que democracia é todos se submeterem
à sede de domínio e de opressão dos Estados Unidos. Dirão que democracia é
restabelecer a força da mídia sem vergonha, mentirosa e lixo do atraso, que
Hugo Chávez desconstruiu e calou em nome do povo na Venezuela.
É preciso calar os mentirosos, sim. É
preciso arrancar à força a liberdade dos que a usam para mentir, distorcer,
caluniar e injustiçar. Isso Hugo Chávez o fez sem se intimidar e sem se curvar
à estupidez dos endemoniados neoliberais. A coragem de dar a palavra ao povo para
fazer dele o protagonista da democracia social e econômica, mesmo que tenha que
calar e retirar os canais de dominação que produziam desestabilização e prender
os traidores, Hugo Chávez teve. O líder da revolução bolivariana ensinou a
América Latina que não adiante esperar boa vontade dos opressores e golpistas.
Estes não se movem pela sensibilidade ao povo, por amor ao próximo, mas por
interesses egoístas e concentradores de riquezas e de poder. Eles só entendem a
linguagem da força, pois ou a justiça é forte ou com meiguice sempre será
derrotada.
Hugo Chávez se cala porque a morte o
calou. Jamais se calaria por ordem dos poderosos e fascistas, como tentou
fazer-lhe o Rei da Espanha que lhe disse “por que não te calas?” Silencia o
herói para que o povo continue a luta. Nunca mais a América Latina e o mundo
serão os mesmos depois desse grande herói. Morre aquele que sempre pensava nos
outros e por seu povo se esvaiu, bem ao contrário do que fazem os ladrões e
salteadores, que sempre pensam em si em primeiro lugar.
Hugo Chávez é nosso irmão latino
americano. Ele é nosso exemplo. Seu suor e luta contra o câncer há de se
constituir em ricas lições .
Solidarizo—me contigo, meu irmão Jose
Vicente e com todo o povo venezuelano. Cabe-nos lutar sempre, sem covardia e
sem alienação. Viva a revolução bolivariana!
Abraços críticos e fraternos na luta
revolucionária pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e
republicano.
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