Eduardo Galeano: A demonização de Chávez
Postado em: 8 jan 2013
“Há uma demonização de Hugo Chávez. Quando for ler uma notícia, você deve traduzir tudo. O demonismo tem essa origem, para justificar a diabólica máquina da morte”.
Hugo Chávez é um demônio. Por quê? Porque alfabetizou 2 milhões de
venezuelanos que não sabiam ler nem escrever, mesmo vivendo em um país
detentor da riqueza natural mais importante do mundo, o petróleo.
Eu morei nesse país alguns anos e conheci muito bem o que ele era. O
chamavam de “Venezuela Saudita” por causa do petróleo. Havia 2 milhões
de crianças que não podiam ir à escola porque não tinham documentos…
Então, chegou um governo, esse governo diabólico, demoníaco, que faz
coisas elementares, como dizer: “As crianças devem ser aceitas nas
escolas com ou sem documentos”.
Aí, caiu o mundo: isso é a prova de que Chávez é um malvado
malvadíssimo. Já que ele detém essa riqueza, e com a subida do preço do
petróleo graças à guerra do Iraque, ele quer usá-la para a
solidariedade. Quer ajudar os países sul-americanos, e especialmente
Cuba.
Cuba envia médicos, ele paga com petróleo. Mas esses médicos também
foram fonte de escândalo. Dizem que os médicos venezuelanos estavam
furiosos com a presença desses intrusos trabalhando nos bairros mais
pobres. Na época que eu morava lá como correspondente da Prensa Latina,
nunca vi um médico.
Agora sim há médicos. A presença dos médicos cubanos é outra
evidência de que Chávez está na Terra só de visita, porque ele pertence
ao inferno. Então, quando for ler uma notícia, você deve traduzir tudo.
O demonismo tem essa origem, para justificar a diabólica máquina da morte.
Assista aqui vídeo de Eduardo Galeano complementar ao texto, “Chávez, esse estranho ditador”
Jimmy Carter surpreende: ‘Venezuela tem melhor processo eleitoral do mundo’
Postado em: 20 set 2012
“Processo eleitoral na Venezuela é o melhor do mundo”, diz Jimmy Carter. Ex-presidente dos EUA coordena centro de monitoramento de eleições ao redor do mundo há mais de uma década
O processo eleitoral na Venezuela é considerado o melhor do mundo
pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, que coordena uma
instituição de monitoramento de eleições ao redor do mundo há mais de
uma década. Em conferência anual do Carter Center, o norte-americano
também garantiu que Hugo Chávez venceu de forma “justa” o último pleito
presidencial, em 2006.
Carter elogiou o sistema de votação venezuelano por incluir duas formas de contagem, o que dificulta qualquer tipo de tentativa de fraude.
No país, os eleitores escolhem o seu candidato em uma urna eletrônica e
ainda recebem um comprovante, que é depositado em uma caixa vedada,
aberta para confirmar os resultados eleitorais. Além disso, um dos dedos
é manchado com tinta indelével.
O democrata disse que enquanto os sistemas de financiamento de
campanha nos países latino-americanos melhorou significativamente, nos
EUA se consolidou uma “corrupção financeira” alimentada por “resoluções
que facilitaram o fluxo de dinheiro privado para as contas dos
candidatos”.
Suas declarações vieram no mesmo dia em que jornalistas se reuniram
no Carter Center para um workshop sobre a cobertura midiática das
eleições venezuelanas. A instituição quer preparar os profissionais para
escreverem retratos profissionais e não partidários do próximo pleito
no país, que ocorre no dia 7 de outubro deste ano.
“O espaço que o treinamento do Centro fornece para reunir jornalistas
de mídia divergentes é uma contribuição importante para diminuir a
polarização e fortalecer a democracia venezuelana”, afirmou Andres
D’Alessandro que coordenou atividades em junhos deste ano.
“As oficinas me ensinaram que tenho de fazer jornalismo – não
jornalismo de oposição ou jornalismo oficial”, disse David Ludovic da
ONG Instituto Prensa y Sociedad, que monitora o direito à liberdade de
expressão na Venezuela. “Eu devo trazer apenas dados e explicações para o
meu público”, acrescentou.
Por mais de uma década, o Carter Center conduziu observações
eleitorais e treinamento para jornalistas na Venezuela. A organização
norte-americana vai realizar estudo autônomo e independente sobre as
eleições presidências deste ano no país, incluindo percepções da
população sobre o processo eleitoral.
Marina Mattar, Opera Mundi
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