Amigo Lucas
Jabur Chaves
Tua presença e participação neste blog são honrosas para mim.
Obrigado, amigo. Por gentileza ajuda a divulgá-lo entre teus contatos.
Objetivo tratar contigo e com tantos/as que acessam este blog
do problema sério do ódio e de suas consequências.
Surpreso, vi que a TV Globo apresentou nesta quarta-feira o
filme “Lula o filho do Brasil”. Claro, a TV da família Marinho vem perdendo
pontos significativos na audiência nacional. Essa emissora mantinha o filme
engavetado desde 2010, sem interesse em exibi-lo, pois seus donos e executivos
odeiam e temem Lula. Porém, em face da queda de audiência engoliu Lula e
oportunisticamente o apresentou ao
público, com o objetivo de alavancar sua decante audiência.
Durante a apresentação da obra que transformou o Brasil num
gigantesco cinema com pipocas, lágrimas e emoções de todos os tipos, nas redes
sociais o público se digladiou entre os que amam Lula e os que o odeiam.
O ódio que perpassa os pensamentos, os dedos a digitar
ofensas pela internet, a mobilizar redatores rancorosos de revistas, jornais e
produções de textos que âncoras apresentam em noticiários focam fortemente o ex
Presidente operário.
Eu não me iludo com esse sentimento porânico da classe
dominante e de seus serviçais. O ódio é real, pessoal, mas acima de tudo, é alimentado
pelas vertentes da classe dominante. Quando Lula se descobriu doente de câncer
muitos dos rancorosos e ressentidos inimigos desejaram abertamente pela
internet a sua morte e a fragilização de seus seguidores. Há poucos dias
redatores da Veja, dos jornais O Globo, da Folha, das revistinhas Veja e Época
tentaram invadir o mais íntimo e sagrado casamento de Lula para destruí-lo,
inventando-lhe uma amante. Praticaram a mais baixa e descarada fofoca de comadre,
levando de seus banquetes, festas regadas a banalidades sem humanidade, de suas
famílias falidas e de seus círculos putrefatos o pior odor fétido de seus preconceitos.
Usando os meios de comunicação patrocinados pelo Governo Federal eles não
cessam de derramar seus venenos odiosos.
O ódio da classe dominante não é brincadeira, meu caro Lucas.
Seus agentes usam mesmo e concretamente todos os meios para destruir os que
odeiam. Atuam a partir de vários níveis em série: primeiro, fazem tempestades
de boataria com objetivos moralistas para queimar as imagens públicas e íntimas
de suas vítimas; segundo, esquematizam sorrateira e covardemente para derrubar
os que em nome da boa fé e do bem utilizam o poder das instituições para
servir. Eles odeiam as pessoas que se importam com o próximo, têm muita inveja
e ciúme; terceiro, usam todos os meios possíveis a seu alcance para opor contra
os líderes do povo a maioria que a eles apoiam; quarto, conseguindo ou não
atingir seus objetivos partem para detonar mesmo, usando a violência que
destrua os objetos de seu ódio. Quem odeia a partir da classe dominante não
brinca nem finge, O ódio deles é concreto e busca se realizar mesmo. Muitas
vezes entregam os dedos para salvar os anéis para exterminar as pessoas que
odeiam.
Como cristão e revolucionário que sou, minha história de fé e
de vida se inicia com a vitimização do ser mais odiado que pisou esse planeta.
O Império Romano, poderoso aparelho escravocrata usado pela classe imperial dominante
da época, não brincou na relação com Jesus, João Batista, Tiago, Pedro, Paulo e
tantos outros. Difamaram-nos e depois os mataram mesmo, sob muita tortura e
sacrifício. Adolfo Hiteler não brincou ao impor o nazismo à Europa, utilizando
dos piores crimes contra judeus, comunistas, ciganos, homossexuais,
protestantes, oposicionistas etc. Matou milhões mesmo, sem titubear. O ódio
nazista não foi romance nem brincadeira. Nelson Mandela amargou 27 anos na
cadeia, sofrendo as piores humilhações, graças ao ódio dos que se consideravam
donos da África do Sul na prática da mais desumana das segregações raciais. O
ódio do apartheid não era feito de palavras, mas de atos segregadores bárabaros.
Marthim Luther King enfrentou batalhões de bandidos brancos nos Estados Unidos
ao travar luta contra o massacre dos direitos humanos dos negros e pobres, até
ser assassinado. O ódio da classe dominante não respeitou sua vida. O
Presidente Hugo Chavez hospitalizado em Cuba sofre de câncer. O grande líder
promoveu fantástico desenvolvimento na sua Venezuela, com apoio da maioria de
seu povo, ao utilizar a comercialização de petróleo como fator de distribuição
de renda. Sua luta influencia toda a América Latina e a preocupação com sua
vida se levanta de todo o mundo. A revolução bolivariana por ele liderada
inspirou o ódio do imperialismo americano e da burguesia direitista e
impatriótica de seu País. Nas redes sociais seus inimigos torcem abertamente
por sua morte. É de arrepiar. Circula pela mídia social uma carta atribuída a uma ex
esposa de Chavez (leia mais aqui), que deseja sua morte sob muito sofrimento e
futuro encontro com o diabo no inferno. Quem odeia o povo venezuelano e o seu
líder não brinca, querem sua destruição para voltar a assaltar e a roubar os
bens do povo.
Uma coisa é odiar por desequilíbrio, por biopatia psicológica
ou por baixa formação humana, pobre de pensamento coletivo e social e outra é o
ódio da classe dominante. Usam a poderosa força da destruição. Seus sujeitos utilizam-se
das amizades, das festas, do poder judiciário, do poder executivo, do poder da
mídia, da religião, da moral, de tudo a seu alcance para destruir.
O ódio de classe não é abstrato. Com relação a Lula, Getúlio,
Tiradentes, Jongo, Frei Caneca, Dom Helder, Dom Cassaldáliga, Luiz Carlos
Pestes e a tantos outros maquinam de todas as maneiras, pois sabem que tais
líderes elevam o povo a patamares de consciência de sua dignidade e de seus
direitos. Porém, este ódio pode atuar muito próximo de nós. Ali na ação de um
padre, de um aparentemente inocente pastor, de um bispo puxa saco de madames de
catedral e dos ricos que dão dinheiro para sua diocese, de um fiel que se mexe
nos bancos da igreja cada vez que se mencione que Jesus avisou que é mais fácil
um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de
Deus, o ódio se faz presente, perigoso e destruidor. Quando numa instituição educacional
professores falam mal de colegas, coordenadores puxam saco de diretores e
proprietários para destruir alguém que seja apaixonado pela educação, que lute
pelos alunos, é o ódio dos mesmos poderosos históricos de classe que atua. Através de diferentes graduações quem odeia
sempre opera para destruir os odiados.
Há várias propostas para enfrentar o ódio. Há quem interprete
mal, romântica e convenientemente a lição evangélica de perdoar os inimigos
sempre, como meu aconselhou o meu amigo Getúlio Amaral Soares. Há os que se
deixam pisar na esperança de que a justiça espontaneamente se manifeste, cheia
de verdade e de bondade, envergonhando os odiosos. Há os que lutam sem
ingenuidade, buscando o máximo de unidade entre os contrários possível, sem ilusão
de que a luta aconteça sem inimigos. Dizem que objetiva destruir e matar não
muda nunca. Por isso com o trinfo da justiça e da tomada do poder o lugar de
quem odeia é a perda da liberdade, trabalhos forçados e muito trabalho, pois
antes viviam na vagabundagem, com tempo para boicotar e derrubar os avanços do
povo. Eu conheço muita gente que não se corrige mesmo, embora o ódio seja
próprio dos mal dotados de inteligência, enriquecidos dos piores instintos, nada animais
nem das máquinas, mas dos monstros.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
Abraços críticos e fraternos.
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