Dom Orvandil: bispo cabano,
farrapo e republicano
Amigo advogado Paulo
Sei de tua sensibilidade com a
justiça. Conheço tua disposição de defender os injustiçados, oprimidos e tua
dor em não conseguir justiça plena para teus defendidos. Contaste-me de tua
decepção pela condenação impetrada por um juiz a um teu cliente, totalmente
inocente, mas condenado por ser pobre, desempregado e negro. Com amargura me
disseste que não conheces nada mais injusto do que o judiciário brasileiro.
Pois é, nosso Karl Marx já dizia
que a sociedade burguesa jamais acabará com a criminalidade. Nela há infindável
exército de reservas composto de miseráveis, entregues ao abandono. Dele se
sevem madames de caridade e instituições de caridade, incluindo as religiosas,
que os usam para acalmar as consciências de quem vive à custa do trabalho alheio,
oferecendo-lhes ajuda feita de migalhas. Sobre o exército de reserva, composto de
desempregados, abandonados, pobres, doentes, velhos de vidas sem significado,
jovens entregues às drogas e à criminalidade e sem perspectiva de futuro
produtivo, erige-se verdadeira parafernália complexa de instituições
interligadas, sem cujos miseráveis jamais existiriam. Da criminalidade e
miséria humana, que moldam o exército de reserva, vivem policiais, carcereiros,
advogados, juízes, fábricas de armamentos, religiosos, traficantes, a mídia venal, que reforça audiência e vendas de jornais em cima do sangue derramdo pelo crime etc.
Portanto, na lógica capitalista, não há sentido acabar com o crime semeado e
cultivado no exército de reserva da sociedade burguesa.
Até mesmo organizações mais
saudáveis de defesa dos direitos humanos carecem da criminalidade para, enfim,
defender suas bandeiras de defesa dos direitos mais essenciais da pessoa
humana. Porém, nessa luta há causas sérias e mais coerentes com os propósitos
de mudanças estruturais e eliminação das causas dos crimes e da desconstrução
do exército de reserva. Há pessoas e grupos que lutam desgastantemente para
resolver os problemas de fundo da desumanização capitalista.
Então, nós, brasileiros/as,
estamos estupefatos com o andamento do julgamento do alardeado e safado “mensalão
do PT”. Tudo começou com a prostituição e perversão da justiça através do
Procurador Geral da República, o malfadado Roberto Gurgel e sua esposa. O PGR
engavetou denúncias contra Demóstenes, Cachoeira, Marconi Perillo e outros
mequetrefes do capitalismo atrasado. Mas
foram muito rápidos em denunciar sem provas uma série de cidadãos inocentes,
não que não tenham errado, inclusive politicamente, mas sem cometer os crimes a
eles atribuídos. Foram humilhados publicamente ao serem chamados de réus,
marginais do poder e outros adjetivos aplicados a bandidos, muito mais apropriados
ao Procurador e aos juízes que os condenaram, por serem injustos, mentirosos e
subservientes fracos da mídia burguesa. Isto é, o procurador e os juízes
golpistas criaram crimes para alimentar a mídia sedenta de sangue e de
audiência, com o objetivo de golpear os democratas e a democracia. Fantasiaram
crimes inexistentes para atender a lógica dos que precisam de crimes para obter
altos salários, como é o caso de Gurgel e dos juízes do Supremo Tribunal, que
são funcionários públicos e auferem altíssimos ganhos de nossos impostos e do
nosso trabalho. Em cima da invencionice criminosa engordam a mídia, jornalistas
sem vergonhas, revistas e TVs vagabundas, advogados de rapina, malfeitores e outros
sangues sungas. É revoltante a desfaçatez dessa casta apodrecida.
O que assistimos relativamente às
injustiças praticadas por ministrinhos desqualificados do STF, cujos maus exemplos
são estampados em pessoas nojentas como Luiz Fux, Marco Aurélio (que não sabe
da existência da letra “l” ao final das palavras, como tribunal, por exemplo,
que ele pronuncia tribunar), o afetado da gripe covarde Celso de Mello, Gilmar
Mendes, o “jagunçado” e o traidor da causa negra e feminina, Joaquim Barbosa, é
demonstrativo de quem a fabrica injustiças de manutenção do exército de reserva.
Isso deve ter um fim. Eles saturaram nossa paciência. Felizmente a canalice
deles trás à tona os debates que precisamos fazer em torno da justiça e das
instituições judiciárias. Estas que aí
estão não servem ao Brasil que se levanta. Estes juízes, esta justiça e este
judiciário serviam muito bem a casa grande e a manutenção do exército de
miseráveis. Não servem ao novo projeto de Brasil e de sociedade, mais
democrático e, no mínimo, menos injusto. Não é possível contarmos com juízes
que se deixam emocionar e definir por uma mídia tão antidemocrática e canalha
como a nossa, marcada pelo cinismo e pela mentira manipuladoras.
Desde ontem a indignação dos
brasileiros cresce e corajosamente se manifesta pela internet. Muitos pedem o impeachment
dos canalhas que votaram ameaçando o Congresso Nacional e o Presidente da
Câmara dos Deputados. Muitos pedem que o Senado Federal casse aqueles falsários.
Do debate começam a se desenhar novas formas de composição do Supremo Tribunal
Federal. Uma delas defende que os ministros devam ser eleitos pelo voto direto.
A forma que os leva atualmente aos tapetes do Supremo não serve mais. Contem o
vício do puxa saquismo, das articulações espúrias e alianças suspeitas de
sujeiras, como algumas entrevistas de alguns de seus imbecis mostram, como é o
caso do ministro cabelo rabo de peixe, o pernóstico Luiz Fux. Ele declarou
abertamente em recente entrevista que teve a Acra de pau de dar, que chegou ao
STF graças aperta mãos de figuras do poder, até do ex-ministro José Dirceu, a
quem ele ajudou a apunhalar pelas costas enquanto o fala mansa Roberto Gurgel o
segurava.
De qualquer forma três coisas são
importantes considera: a forma de composição do STF e de outras instâncias da
justiça tem que mudar; o julgamento do alardeado e golpista mensalão tem que
ser revisto e os ministros que ameaçam a democracia por interesses mesquinhos,
como é o caso de traidor Joaquim Barbosa, necessariamente devem ser
substituídos. Não é aceitável que um sujeito tão agressivo, mal educado,
julgador sem base nos fatos ainda seja premiado com a Presidência da mais alta
corte de justiça do País. Penso que o STF deve ser composto por leigos em direito
como trabalhadores/as, estudantes, empresários, integrantes de entidades dos
movimentos sociais e outros que devam integrar a corte.
Mas sinceramente penso que só
escrevendo aqui não resolve. Li ontem que as centrais sindicais organizam
agenda unida de lutas para 2013. A sociedade organizada tem que agendar igualmente
a luta por um judiciário mais justo e por juízes mais identificados com a
marcha social por justiça para todos. Basta de judiciário que “salva” os ricos da
casa grande e sacrifica os pobres da senzala.
Abraços críticos e fraternos.
Caramba!!!
ResponderExcluirComo Vc é hipócrita, meu caro!
Vc é um comunista convicto e um PeTista desorientado.
Como podes defender tão ferrenhamente essa corja de bandidos que se encontram reconhecidamente criminalizados e declarados quadrilheiros de todos os naipes, em que o povo mais do que convencido, também pede julgamento do Lula?
Quem não deve, não teme! Se o Lula é inocente, de a cara para bater, enfrente a justiça e certamente ela não o condenará sem provas.
Ou os quadrilheiros do mensalão, foram condenados sem base legal?
Gosto muito de Vc, mas daí a concordar contigo nesse particular, vai quilômetros de distância.
Meu abraço.
Walmir Battu