Querida Deputada Manuela D’Ávila
Conheço-a desde que a amiga emergiu como líder no movimento
estudantil e da seriedade de seu engajamento na luta pelas transformações
sociais.
Admiro-a por levantar-se para a luta ainda na adolescência e
por manter-se nesse processo agora como mulher adulta. Importante, mantém-se na
caminhada árdua da construção da justiça social com a imensa dignidade com que
a amiga sempre se orientou.
Conheço-a pessoalmente, por isso sei do que penso e escrevo
aqui. Estive algumas vezes em encontros com a amiga. O último foi em Caxias do
Sul quando fui cheio de carinho à conferência municipal de seu partido para
saudar da tribuna aquele evento, pois sua agremiação é histórica e fundamental
na edificação da convivência justa entre @s irm@s brasileir@s. Apesar de eu ser
contraditoriamente maltratado pelas direções municipal, estadual e nacional de
seu partido, envoltas em preconceitos e reducionismo políticos, a amiga foi
generosa comigo e me deu atenção e respeito. Aqui declaro que continuo com a
mesma admiração e carinho com seu partido quanto antes, sem relevar os maus
tratos que sofri em julho de 2009 no recinto da Câmara de Vereadores de Caxias
do Sul.
Li com atenção o seu artigo sobre o assalto de que foi vítima
em nossa capital gaúcha. Sem dúvidas, estarreci-me muito mais com as
barbaridades denunciadas com referência ao vazamento do registro do BO que a
amiga fez, promovendo sustos e pânicos desnecessários em seus familiares, com a
falta de respeito (os neoliberais chamam isso de mau profissionalismo) de
jornalistas que lhe ligaram pela madrugada e pelos horrores manifestos nos
comentários plenos de ódio, de ignorância bestial e de desprezo fascista aos
que e às que lutam pelos direitos humanos.
Com o advento das redes sociais percebi muito mais do que
antes o quanto ignorância de irm@os brasileir@os se expressa de maneira virulenta e desrespeitosa.
A falta de humildade dos analfabetos em política não lhes permite se quer
perceber que todos nós somos cidadãos e somos seres políticos. Eles, os
analfabetos políticos, a cavalo do ódio estreito e conservador, acusam
parlamentares e executivos dos poderes públicos de uma série de barbaridades
sob a pecha de os políticos, sufocando no mesmo saco de sua ignorância a tod@s,
@s corrupt@s e os Just@s.
Outra coisa inacreditável que acontece entre irm@s
brasileir@s é a falta de respeito básico na lida com as ideias diferentes das
suas. Suas atitudes marcam-se pela desumanidade, que a amiga Deputada descreve
muito bem em seu artigo. Essa falta de respeito é estonteante e assustadora,
muita mais marginal do que o banditismo de assaltantes drogados por produtos
químicos.
É triste isso, amiga Deputada Manuela. Vejo o comportamento
verborrágico do ódio em jornalistas, que deveriam trabalhar em favor das
informações e na construção de opinião pública justas. Vejo tal conduta funcionando
também contraditoriamente em ditos intelectuais, que através de espaços na
mídia tradicional, golpista e conservadora fomentam e banalizam o ódio no povo
brasileiro. Todos os dias a realidade os desmente, mas todos os dias eles
refazem as mentiras, sempre babando de ódio, o que lhes ofusca os argumentos.
Creia-me, Deputada Manuela, o que amiga relata das ofensas
que recebeu já na madrugada em que foi assaltada por marginais me machuca
profundamente. A amiga não merece isso. Ainda bem que sua disposição de luta
não se fragiliza com as barbaridades ofensivas por parte dos inimigos do povo,
da democracia e do desenvolvimento.
Que bom, Deputada. Sua atitude analítica e política é fortemente
inspiração para o amor e a fraternidade
na luta.
Recebo comovido as suas palavras. Hoje mesmo reagi ao papel
triste que um bispo, meu colega, pessoa que estimo, comportando-se da mesma
maneira que os jornalistas que a entrevistaram desrespeitosamente e que os que
escreveram comentários violentos e ignorantes, cheios de mentiras e distorções
de verdades primárias, que de que a amiga foi vítima.
Receba minha solidariedade e meu respeito em face do assalto
de que foi vítima diante das barbaridades ignorantes dos comentários ofensivos
e de ódio de que foi alvo.
Mas aceite minha admiração pelo exemplo que a amiga é como
pessoa, como mulher e como militante que não se acovarda, mas que incide sempre
e insistentemente na luta com e pelo nosso povo.
Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
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