Outras características da direita Miami
A direita Miami, integrada por lacerdinhas de todos os tipos,
é engraçada. Parece um roteiro humorístico de programa de tevê, um
misto de piada pobre de duplo sentido com reality show pragmático e
cínico.
Adora rotular, mas quando rotulada reage com um clichê:
– Cuidado com os rótulos. Eles simplificam.
Uau!
Rotular não é o problema. Viva o rótulo. Faz parte do jogo. O
problema é conseguir afirmar a pertinência dos rótulos. O resto é
malandragem ilógica ou joguinho de cena para tentar impressionar os que
se assustam com palavrório fácil. A direita Miami parece adolescente
emburrado.
– Não generaliza, tá!
Só ela pode generalizar. Lê “todos” onde essa palavra não aparece. O
máximo de artimanha “lógica” da direita Miami é fingir ponderação:
– Não se pode corrigir erro com erro. Assim você faz como os que critica.
Tudo para tentar não ser criticada e ficar com a exclusividade do ataque.
– Malandrinhos, né?
A direita Miami acha que tem o monopólio do rótulo e do insulto.
Ultimamente, ela se delicia com um quase plágio: esquerda caviar.
Trata-se de um rótulo usado pela extrema-direita francesa há mais de 30
anos. Um brasileiro com cérebro de ervilha e falta de criatividade
chupou a expressão. A direita Miami, que lê pouco, salvo as opiniões
altamente ideologizadas e anacrônicas da Veja, acha que é uma ideia
muito original.
Caviar é de direita. Só certa direita tem bala para comer caviar.
A velha direita, pois a nova só chega ao nível do sushi. Esta prefere mesmo é comer um hambúrguer na Flórida ou, quando é metida a andar na
linha, tomates secos com folhas verdes num shopping “bacana” de Miami.
A direita Miami tem seus intelectuais orgânicos. Uma turminha
paquidérmica contratada pelos jornalões para escrever com as ferraduras.
Destrói um teclado a cada semana. Mas fabrica a realidade desejada
pelos consumidores. Nela, estamos às portas do comunismo soviético.
Só escaparemos dele se Joaquim Barbosa nos salvar.
A direita Miami se lixa para a corrupção. Fica feliz mesmo é em ver
petista na cadeia, pois para ela todo petista é comunista e merece
prisão.
Alguns são comunistas. Outros, merecem prisão.
Cadeia não pelo mensalão, mas pelos programas “assistencialistas”,
que tiram dos pobres ricos para dar aos pobres pobres, quando, no
entender da direita Miami, deveriam continuar a fazer o contrário como
incentivo ao ócio produtivo das classes abastadas e abastardadas desde o
escravismo.
Em 2012, os gastos com a dívida pública consumiam R$ 2,52 bilhões por
dia, alimentando a preguiça especulativa. Maria Lucia Fattorelli faz
uma comparação interessante a esse respeito: o gasto com o
Bolsa-Família, no mesmo período, “correspondeu a apenas oito dias do
Bolsa Rico”. A direita sushi, do capitalismo à brasileira, não vive sem
as tetas do Estado. Quando ganha, o mérito é dela, embora amparada em
benefícios públicos como juros camaradas do BNDES e isenções. Quando
perde, quer socializar os prejuízos.
Na direita Miami, não há comunistas, mas não faltam merecedores de
prisão. A Alstom que o diga. A cobrança de propina é suprapartidária.
A turma da direita Miami tem problemas cerebrais de conexão com a
realidade. Alguém diz que é contra o comunismo, mas, ao mesmo tempo,
critica o capitalismo do século XIX praticado no Brasil, a resposta do
perfeito cérebro de ervilha lacerdinha de shopping center não se faz
esperar. Vem prontinha como um combo do “maravilhoso” Mc Donald’s:
– Bom mesmo é o modelo cubano, né?
Uau!
A direita Miami ainda está nos anos 1950. Teme a ameaça vermelha.
Critica o gosto da esquerda pelas tetas do Estado, mas adora essas
boquinhas citadas, que vão da isenção fiscal a empréstimos baratinhos do
BNDES terminando na Bolsa-Rico, um esquema para ganhar dinheiro em cima
de papéis do governo, que gasta mal, por vários caminhos, enchendo os
bolsos de banqueiros, especuladores, espertalhões, empreiteiras, etc. Os
lacerdinhas da direita Miami defendem o capitalismo sem riscos.
Para eles.
A classe A da direita Miami é a classe C com silicone comprado em Orlando.
Os intelectuais da direita Miami tem a profundidade de um pires de
cafezinho. Apanham todo dia de economistas como Paul Krugman e Stiglitz.
Não se dão por vencidos. São pagos para estar errados.
Na internet, a direita Miami tem seus trolladores. É um bando com
tendência psicopata e total falta do que fazer. São aqueles que espalham
falsas capas da Forbes dizendo que Lula é bilionário. Fazem um bullying
primário. Quando cortados, só para vê-los desesperados e ainda mais
divertidos, ficam amuados e fazem beicinho e chantagem barata:
– Estão me censurando.
Chega a dar pena. O trollador lacerdinha, representante da direita
Miami, volta sempre, ora com o rabo entre as pernas, lambendo o chão
para tentar furar o bloqueio, ora rosnando para impressionar, ora se
humilhando ainda mais, pedindo desculpas e apresentando justificativas,
lambendo as mãos do inimigo, ora bancando o pitbull comedor de
criancinhas, ora com uma dezenas de fakes idiotas para não ficar fora da
brincadeira. Patético.
Os “pensadores” da direita Miami são os mais que perfeitos indigentes
intelectuais lacerdinhas de shopping center da esquina sonhando com um
JK nos States. Melancólico mesmo é vê-los ofegantes, à beira da
ejaculação precoce, tentando copiar e colar artigos e comentários feitos
com 50 anos de atraso por seus ídolos esquálidos, risíveis e
oportunistas, Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Merval Pereira,
Lobão, Raquel Sherazade, qualquer um que os tranquilize com um discurso
de extremo direita contra cotas, bolsa-família, programas sociais, Cuba,
Venezuela, Cristina Kirchner e outras misturas esotéricas feita para
assustar e confundir.
A direita Miami precisa de um novo imaginário. Vive na Guerra Fria.
Como se ampara em velhos espíritos, padece com a maldição da múmia:
alimenta-se de uma ideologia retrógrada achando que é neutra. O
lacerdinha é um crente ideológico xiita, fundamentalista, extremista,
terrorista mental, que não tem a menor consciência do seu estado de
submissão. Acha que é livre e que só expõe a verdade, mas reza por uma
cartilha ideológica disseminada pela mídia, especialmente a Veja, e
reproduzida fartamente.
A bibliografia da direita Miami inclui a Caras e a Contigo. As
estrelas de referência são a Ana Maria Brega, a Xuxa e a Fátima
Bernardes.
A direita Miami é um remake indigente de si mesma.
É um pessoal especulativo: quer ganhar muito e trabalhar pouco.
Direita Miami, direita sushi, direita Barra da Tijuca, direita
shopping center, direita siliconada ou direita Mc Donald’s. É só
escolher, leitor.
Chora, Larcedinha.
Tua fúria e tua baba me fazem rir.
Que comédia pastelão!
Pastelão, não, hambúrguer.
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