Povo venezuelano: o testamento vivo de Chávez
Muito emocionado e tendo que parar o discurso algumas vezes
para conter as lágrimas que lhe caiam no rosto, Nicolás Maduro, nesta
sexta-feira (8), fez o encerramento da cerimônia fúnebre do presidente
Hugo Rafael Chávez Frías exaltando seu legado para o povo venezuelano e
toda a América Latina.
Por Vanessa Silva, para o Portal Vermelho
Globovisión
Povo é consciente da revolução e seguirá ideiais propagados por Chávez
Em um dos pontos altos de sua fala, lembrou de quando Chávez chamou o
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos e estreitaram relações. A
Colômbia, sob a presidência de Álvaro Uribe teve diversos conflitos
diplomáticos com o país caribenho. “Um dia nosso comandante sentou-se
com Santos , apertou sua mãe o disse: ‘vamos trabalhar juntos’, e assim
foi. Obrigada, Santos, obrigado”. Presente na plateia, Santos agradeceu,
emocionado.
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Maduro contou que Chávez procurou sua comissão política para redigir um
testamento para o povo. No entanto, o agravamento da sua doença impediu
essa realização. “O testamento de Chávez está aqui. Toda a sua vida e
obra foi um testamento. É todo o povo venezuelano, todos os pobres deste
mundo, os oprimidos de todos os tempos e horas, os netos dos escravos:
nós somos seu testamento vivo”.
E ressaltou que como testamento escrito ficaram duas coisas: uma delas é
a Constituição venezuelana, que foi escrita por Chávez e referendada
pelo povo. “Se alguém quer saber quem é Chávez por trás da mentira
mundial, conheça a letra desta Constituição, aprovada e discutida pelo
povo. Tudo o que está aqui somos nós. Esta Carta é de todos, mesmo os
que eram contra, hoje a reconhecem como sendo sua. É a Carta para fazer
revolução, uma revolução democrática”.
O outro testamento na verdade são as cinco tarefas que a revolução
bolivariana deve cumprir. Elas estão no plano socialista de governo para
o período 2013-2019. “Quando Chávez descobriu que no capitalismo era
impossível estabilizar a sociedade, dar igualdade e felicidade ao povo,
ele disse: em 2004 vou levantar a bandeira do socialismo, um socialismo
nosso, bolivariano, latino-americano e cristão. Então aqui está um
sistema de princípios e valores”, disse Maduro exibindo o plano de
governo, sintetizado em cinco pontos:
1) Manter e consolidar a independência conquistada nesses 14 anos de Revolução Bolivariana.
2) Construir nosso socialismo diverso, democrático, latino-americano.
3) Fortalecer a Venezuela como potência, como marco da grande potência
da América Latina que vai ser construída, representada pelos presidentes
que aqui vieram.
4) Construir um mundo de equilíbrio, sem impérios. Queremos chamar todos
os povos de nossa América. Queremos uma relação de respeito, uma paz
verdadeira. Queremos um mundo sem impérios, sem nações hegemonizadoras,
um mundo de paz. E a América Latina tem a tarefa de fazer este outro
mundo. Estamos aqui de pé, juntos. Este mundo tem que mudar, comandante!
5) Contribuir com a preservação da vida no planeta e a salvação da
espécie humana. Não existirá capitalismo ou socialismo em nenhuma das
regiões do mundo se não formos capazes de salvar este planeta. Acabar
com as bombas nucleares, acabar com a contaminação e o aquecimento do
planeta.
“Há vários anos quando cometíamos erros, o comandante sempre dizia:
— Nicolás... o que vocês vão fazer quando eu morrer?
—Não diga isso!
—O que vão fazer, Nicolás? Como vão fazer?”
“E agora? O que seu povo vai fazer, Comandante? … Pode ir em paz, com
nossas orações, nosso amor, com Cristo em nossos corações. Desejamos a
melhor paz que neste novo plano você possa ter. O que vamos fazer é
continuar seguir juntos povo e Forças Armadas, com sua Constituição, com
seu testamento político, protegendo os pobres, dando alimentos a quem
precisa, garantindo educação de qualidade, construindo a paz de nosso
continente, a paz de nossa pátria grande.
Missão cumprida, presidente!
A luta continua!
Que Viva Chávez!
Que viva nosso povo!
¡Hasta la victoria siempre, comandante!
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