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quarta-feira

Marconi Perillo afogado na cachoeira

Secretário de Segurança de Goiás recebia propina de Cachoeira, revela escuta da PF




















Escutas telefônicas feitas na Operação Monte Carlo revelam que o secretário de Segurança Pública de Goiás, João Furtado Neto, teria recebido propina do bicheiro Carlinhos Cachoeira, para liberar verbas à empreiteira Delta. Em diálogo gravado com autorização judicial, em 15 de julho de 2011, Cachoeira e Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, mostram irritação com o secretário, que supostamente teria congelado o repasse.

Segundo o então diretor da Delta, o secretário teria ameaçado não renovar ao final do ano passado o contrato para aluguel de carros, caso não fosse honrado um compromisso com ele. Para a PF, o acerto seria o pagamento de propina, que, em vez de ter sido repassada ao secretário, estaria sendo embolsada pelo governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo (PSDB).


Cláudio: Ele travou nossas coisas lá. Travou tudo.


Cachoeira: E aí?


Cláudio: E aí. Mandou recado, meu amigo. Se eu não voltar a cumprir com ele vai ficar tudo travado e ameaçou chegar no final do ano não renovar o contrato e licitar de novo.

Horas depois, em outro telefonema, Cachoeira diz para Cláudio Abreu que está com o ex-presidente do Detran de Goiás no viva-voz e pede para que Cláudio repita a história.

Cláudio: Não entendi. João? Quê João?

Cachoeira: Ô rapaz, o João. João Furtado. O negócio do pagamento que ele ameaçou romper.

Cláudio: Não, é... travou os "trem" lá. O pessoal de baixo lá falou que vai botar lupa nos nossos contratos e que as coisas só iam andar de acordo com o humor dele.

Cachoeira: De acordo com a ordem dele?

Cláudio: Exatamente. E do humor...

Cachoeira: Aí ele quer o passado?

Cláudio: Exatamente. Abril e maio.

O contrato do aluguel de carros é apontado pela polícia como parte do "compromisso" firmado no início do mandato entre Perillo e a Delta, com a intermediação de Cachoeira. O secretário negou ligação com a quadrilha e disse que suspendeu os pagamentos porque a empresa não cumpria corretamente o que havia sido previsto na licitação.

Na segunda-feira (23), o juiz federal Alexandre Franco, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), negou pedido da defesa de Cachoeira para que ele permanecesse calado em depoimento à Justiça nesta quarta-feira (25). O habeas corpus foi protocolado no final de semana, visando obter resultado semelhante ao que ocorreu na CPI do Cachoeira, quando o contraventor se negou a responder as perguntas dos parlamentares.

Fonte: Jornal Hora do Povo

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