Mais cedo ou mais tarde, JB tinha que entrar nos sonhos do Perfeito Idiota Brasileiro
Presidente Joaquim Barbosa.
Juro. Como eu gostaria de ver Joaquim Barbosa ceder à tentação e concorrer à presidência em 2014. Teríamos uma real oportunidade de ver o quanto a voz rouca das ruas verdadeiramente admira o nosso Batman, aspas.
Era previsível que a candidatura de JB fosse ventilada e desejada pelo PIB,
o Perfeito Idiota Brasileiro. Aos antigos heróis do PIB — Ali Kamel,
Reinaldo Azevedo, Jabor, Dora Kramer, Augusto Nunes, Merval Pereira,
Ricardo Setti e semelhantes – somou-se agora, em seu uniforme de Batman e
seu palavreado pernóstico, Joaquim Barbosa.
Uma breve pausa para risos.
Na falta de candidato forte, com o sepultamento das esperanças em
Serra, ele próprio um PIB, o Perfeito Idiota Brasileiro se agarraria a
qualquer esperança que aparecesse, como doentes terminais que correm a
cirurgias mediúnicas na busca do milagre.
O que o PIB não percebe é que JB é um problema e não uma solução.
Qualquer candidato que queira ser viável no Brasil contemporâneo tem que
ser versado em justiça social.
Em todo o mundo civilizado, e o Brasil não é exceção, o maior desafio
dos homens públicos é enfrentar a brutal concentração de renda ocorrida
nas últimas décadas – e a abjeta iniquidade decorrente dela.
Romney perdeu de Obama, mesmo com os Estados Unidos numa crise
econômica que em geral derruba presidentes em busca de segundo mandato,
porque Obama explorou nele o símbolo da desigualdade americana, um
magnata que despreza os pobres e paga impostos ridiculamente baixos.
François Hollande bateu Sarkozy também porque os franceses viram em
Sarkozy o representante do 1% cada vez mais rico à custa dos 99%. Na
Venezuela, Caprilles se apropriou dos programas sociais de Chávez, que
ele desprezara antes como assistencialistas, e ainda assim foi derrotado
por ampla margem porque Chávez vem tendo um enorme sucesso na redução
da miséria venezuelana.
Na China, a troca de poder que está se fazendo agora depois de dez
anos, como tem acontecido lá, a expressão mais utilizada é “justiça
social”. O governo chinês entende que o maior desafio, para o futuro, é
evitar que a sociedade se divida entre poucos ricos e muitos pobres,
porque isso significa riscos para a coesão do país.
Na Inglaterra, hoje mesmo, os presidentes das filiais de três grandes
multinacionais – Google, Starbucks e Amazon – estão explicando ao
Parlamento por que suas empresas pagam tão pouco imposto. “É como se as
multinacionais pagassem impostos voluntariamente”, disse um parlamentar.
Também por trás desse movimento (que se vai internacionalizando) de
cerco a grandes corporações que fazem todos os truques possíveis para
evitar impostos está a busca de justiça social.
Dentro deste mundo novo, a figura engalanada de Joaquim Barbosa surge
absurdamente deslocada. É um heroi apenas para ele, o nosso PIB, o
Perfeito Idiota Brasileiro.
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