Senadores paraguaios pediram dinheiro para aprovar ingresso da Venezuela no Mercosul
A denúncia é do presidente Hugo Chávez; a Venezuela pedia o seu ingresso no bloco havia mais de cinco anos
06/07/2012
Nilton Viana
editor-chefe do Brasil de Fato
A  denúncia é do presidente Hugo Chávez. Para aprovarem o ingresso da  Venezuela no Mercosul, senadores paraguaios passaram a chantagear o  governo venezuelano, lhe pedindo vultuosas somas em dinheiro para uso  pessoal. Há de se lembrar de que, com a exceção de um senador de  esquerda, todos os outros são conservadores, direitistas.
A  Venezuela pedia o seu ingresso no Mercosul havia mais de cinco anos.  Seguindo o processo normal, o pedido passou primeiro pela aprovação dos  presidentes de cada país membro: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai –  o que aconteceu imediatamente. Depois cada Congresso teria de aprovar o  ingresso por maioria simples, separadamente. Com a exceção do Senado  paraguaio, os outros Congressos analisaram o pedido, e, em seguida,  aprovaram. O processo no Senado brasileiro foi inclusive um dos mais  demorados, pela oposição à entrada articulada pelo senador José Sarney  (PMDB-AP).
A negativa do Senado paraguaio causou estranheza, pois  parecia uma situação politicamente necessária, já que a economia  paraguaia está baseada fundamentalmente no comércio, e o país depende  totalmente da importação de petróleo, algo que a Venezuela poderia  suprir a preços melhores do que no mercado mundial.
Como dito,  estranhamente o Senado paraguaio negou a aprovação em diversas  tentativas. Ninguém entendia o porquê, pois mesmo que fosse oposição  política ao presidente Lugo, para os interesses da burguesia paraguaia  era interessante esse acordo comercial que envolvia a Venezuela.
Agora,  com a denúncia do presidente Chávez tudo se esclarece. O governo  venezuelano não se prestou a essas chantagens e a Venezuela continuou  fora do Mercosul.
Passados alguns meses, esse mesmo Senado deu um  golpe de Estado no presidente Lugo, sem nenhum rito constitucional e em  tempo recorde de 36 horas! Será que um outro alguém se dispôs a pagar  somas elevadas ou nesse caso os senadores seguiram apenas os interesses  político-ideológicos da oligarquia paraguaia?
A aceitação do  ingresso da Venezuela, em recente reunião dos presidentes do Mercosul,  em Mendoza, Argentina, foi um duro golpe aos lúmpen-senadores  paraguaios. Assim como a decisão de suspender temporariamente a presença  do Paraguai no acordo até que se recomponha a democracia no país.
Mas  a prepotência dos parlamentares não para. Agora, querem votar no  Parlamento se aceitam ou não a suspensão do país no Mercosul, como se o  Congresso do Paraguai fosse instância superior ao coletivo do Mercosul.
 
 
 
 
 
 
 
 
 



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