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quarta-feira

Quando a palavra não vale nada




Querido Professor Luiz Machado Stábile

Tenho muita saudade de ti, meu amigo, meu professor de Português e meu ex-paroquiano. Aprendi muito contigo, sabes disso. Aprendi o pouco que sei do muito que sabes em termos de nossa língua portuguesa, aliás, muito mal tratada e desrespeitada. Mas aprendi muito de ti em termos de valores morais, cultura e humor. 

Pois bem, meu querido, penso que na conjuntura brasileira hoje coloca-se em cheque o valor da palavra. Sabe-se que esta surgiu das necessidades humanas e do instante em que o cérebro humano ganhou o tamanho mais ou menos atual. Portanto, a palavra é a última “aquisição” do ser humano. Porém, a partir daí a palavra é o primeiro recurso de que precisa o ser humano para expressar seus mais profundos desejos e necessidades. 

Mas é preciso que a palavra humana articule-se entre pensamento que conceitua o mundo real e a expressão das necessidades. Portanto, a palavra para ser moral e ética há que combinar-se o que ela diz verdadeiramente e a quem diz, também de modo verdadeiro. Caso as pessoas falem muitas vezes sobre coisas que não existem o que dizem perde o valor. Nesse sentido lembro-me de quando minha mãe e eu, criança, filho mais velho, íamos ao Rio Ibirapuitã, em Alegrete-RS, ela para lavar roupas e eu para nadar naquelas águas limpas. Volta e meia eu gritava que me afogava, para  brincar com ela e assustá-la.  Nas primeiras vezes ela me olhava assustada, até que num dia me afoguei de verdade e quase morri sem que ela me olhasse, porque pensara que eu, como nas outras vezes, brincava. Isto é, nas vezes anteriores minhas palavras não combinaram com o que eu comunicava, quando pediram socorro real não combinaram com o sentido que atuava na mente de minha mãe, exatamente porque eu, digamos assim, a enganei com minhas brincadeiras. Palavras e atos não combinavam entre os sujeitos comunicantes. Por isso a confusão que quase me levou a morte. 

Pois é, meu mestre, hoje é o que ocorre com algumas pessoas nessa República. O “senhor” Demóstenes usava o mais alto parlamento do País para servir ao crime, a contravenção e ao desvio de recursos de nosso povo para os bolsos de safados e egoístas antissociais.  Os incautos que não se davam conta do lugar ideológico e político – a direita rançosa e cruel - do marginal que usava o cargo que deveria servir a Nação acreditavam nas suas pregações morais. Quando foi à tribuna para se defender ainda disse, com a maior cara de pau, que era amigo de Carlos Cachoeira e que não sabia que ele ainda atuava no mundo da contravenção. Depois que tudo veio à tona - e virá muito mais – quem acredita no canalha, que nunca me enganou? Da mesma forma o casal Gurgel, que jura de pés e mãos juntas que não denunciou Demóstenes ao não investigá-lo quando em 2009 surgiram as primeiras denúncias contra o mentiroso mor da República porque ele não praticou crime. Assim, a lista dos que falam sem nenhuma referência com a realidade do povo aumenta cada vez mais. Engraçado, quando a gente fala em Marconi Perillo, mesmo entre as pessoas mais simples, todos riem dele com desdém e com falta de crença nele. Este também caiu em total descrédito. As palavras dele ditas em discursos, em notas oficiais, em entrevistas ou através de seus ainda poucos apoiadores caíram rapidamente em descrédito. O que aparece nas gravações da Polícia Federal através da Operação Monte Carlo falam muito mais sobre quem é Marconi Perillo do que o que ele diz. 

Por quê? Ora, os servidores públicos que chegam ao poder executivo ou ao poder legislativo ocupam cargos para servir o povo, principalmente os mais pobres. Quando flagrados no desvio das funções do poder caem em descrédito. Ora, estes senhores – Demóstenes, Marconi, Leréia etc - foram eleitos para servir o povo à luz de modelo nacional para distribuir renda e riqueza.  Lamentavelmente as campanhas eleitorais e as próprias eleições são viciadas e o debate político emperra em alto nível de alienação ao ponto de impedir que o povo perceba que estes senhores buscavam fisgar votos para se aboletarem no poder e de lá descarrilar a locomotiva da produção para as mãos de corruptos e concentradores de renda, na contra mão nacional. Daí foi só farra na compra de mansões, de vinhos caros, de entrega de hospitais, clínicas, energia, escolas, tudo o que podem aos ladrões dos bens públicos, tudo como tapa nos rostos dos que trabalham e produzem. Quem os ouvirá? Que lhes dará crédito? É certo que pessoas honradas, sérias, politizadas, socialmente responsáveis nunca mais os escutará nem lhes dará crédito.

Ora, se esses personagens envolvidos com criminosos fossem dignos de créditos nãos seriam chamadas a dar depoimentos a CPIs ou a CPMI. Polícia e justiça buscam harmonizar as palavras com os fatos. Depois disso a sociedade necessita mais esclarecimento e vivacidade consciencial para perceber onde e quem realmente fala a verdade, combinando o que diz com o que faz e para quem faz. Ainda há esperança desde que aprendamos a jogar na lata do lixo partidos, ideias e personagens neoliberais, pró imperialistas e ladrões das riquezas republicanas. Há pessoas e partidos seriamente comprometidos com o que dizem, com quem dizem e a quem dizem. Há que reconhecer seus direitos e dever de servir o povo e varrer esses coronéis do enriquecimento através da concentração de privilégios e de riquezas.

Com esperança e disposição, abraços críticos e fraternos, meu amigo e irmão Luiz Stábile.

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