Uma dura descoberta
Victoria Montenegro recorda-se de uma infância marcada por arrepiantes conversas à mesa de jantar. Eram ocasiões nas quais o chefe da família, o tenente-coronel Hernán Tetzlaff, relataria as operações militares das quais havia participado, em que 'subversivos’ haviam sido torturados ou mortos. As conversas sempre se finalizavam com ''ele atirando a sua arma sobre a mesa’', ela conta.

Foi necessária uma pesquisa incessante feita por um grupo de defesa aos direitos humanos, o resultado de um teste de DNA e quase uma década de superação da negação da própria Montenegro, hoje com 35 anos, para que se tomasse conhecimento de que Tetzlaff não era seu pai nem o herói que ele acreditava ser.

Em vez disso, foi o homem responsável pela morte de seus verdadeiros pais e por sua adoção ilegal, explica Montenegro.