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Fome prospera no capitalismo do século 21 por Adalberto Monteiro*

7 DE JUNHO DE 2008 - 18h57
Depois de mais dois séculos da revolução francesa, que prometeu “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”, a Organização das Nações para Agricultura e Alimentação (FAO) realizou em Roma uma Cúpula sobre a Segurança Alimentar.
Destaque do conclave: 862 milhões de pessoas padecem de fome no planeta. O protecionismo agrícola das grandes potências, o preço exorbitante do petróleo, a especulação com o “mercado de alimentos”, o “aginflacionário” etanol de milho estadunidense, isso tudo ameaça aumentar o número de famintos.

Sobre os subsídios, conforme apontam estudos da FAO, os países da OCDE (os 30 mais ricos do mundo) gastaram US$ 372 bilhões, em 2006, para apoiar sua agricultura. É uma política cruel. Por um lado, dificulta a entrada dos produtos agrícolas dos países pobres no mercado daqueles países ricos, por outro, inunda os primeiros com produtos subsidiados e trava o desenvolvimento agrícola deles.

Outro fator da carestia é a especulação com alimentos pelos fundos financeiros. As safras futuras, ainda em semente, são negociadas nas bolsas de valores. Com a crise estadunidense uma manada de especuladores migrou para as commodities. Segundo pesquisas, os fluxos de investimentos neste ramo chegaram ao montante de U$S 1 bilhão por dia, nos últimos meses. Numa ponta, os fabulosos ganhos dos especuladores, na outra, a carestia do trigo, do feijão, do arroz. Quer dizer, mais fome.

Quanto ao etanol de milho estadunidense – denominado pelo presidente Lula de mau etanol porque depende da “gordura de subsídios” –, de fato, privilegia a sede dos automóveis à fome dos pobres. Segundo a FAO, mais de US$ 11 bilhões foram usados como subsídios para biocombustíveis.

A FAO corre o chapéu para arrecadar U$S 30 bilhões para um plano de segurança alimentar e alerta que igual à época das cavernas poderá eclodir conflitos em vários países por falta de comida. Não é certo se a FAO conseguirá arrecadar aquele montante. Todavia, em 2006, puxado pelas grandes potências, o mundo gastou US$ 1,2 trilhão em armamentos. O desperdício anual de comida soma dezenas de bilhões de dólares. E o excesso de consumo dos obesos gira em torno de U$S 20 bilhões.

Bem disse o editorial do Vermelho: “No âmbito dessa realidade trágica, a esperança vem dos países socialistas e dos países regidos por governos democráticos e populares. Por exemplo, a China socialista retirou mais de 200 milhões de pessoas da linha de pobreza, o Vietnã outros milhões. Na América do Sul, os governos de Lula, Chávez, Morales, Vasquez, Caldeira, dentre outros, conseguem também vitórias importantes no regaste da dívida social com seus povos”.

Todavia, essa boa-nova – milhões retirados da linha pobreza – resulta no capitalismo contemporâneo em desgraça. Ele tem outras prioridades. Alimentar famintos está no final da lista.

*Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta, é secretário nacional de Formação e Propaganda do PCdoB e presidente do Instituto Maurício Grabois.

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