Prezado Abílio
1. 1. Declaro aqui minha admiração por ti, por tua história, por tuas motivações em retomar os estudos, mesmo na vida adulta. Pelos debates em sala de aula percebo que, apesar de seres trabalhador, casado, consegues tempo para estudar e crescer. Sei que as dificuldades para trabalhadores estudarem são imensas, meu amigo: cansaço, desgaste físico e emocional, custos do ensino privado, agenda e cobranças familiares pressionam contra a rota de uma vida acadêmica. Porém, tu, acostumado a revezes na vida, inclusive com puxadas de tapete de relacionamento anterior e de ex-irmãos de igreja, sempre preconceituosos e prontos ao juízo rápido e barato, encontraste apoio no amor de uma grande mulher, que te incentiva e reforça teus ânimos e metas, segundo testemunhaste animada e publicamente em sala de aula. Viveste experiência bastante original e na contramão da maioria das pessoas, que saem dos arraiais católicos para igrejas evangélicas. Apesar de seres pastor evangélico, ferido pelas fofocas e juízos diabólicos, migraste para o catolicismo e foste afetiva e solidariamente acolhido. Muito interessante tua experiência, meu irmão. Alegro-me muito em ser teu professor e amigo.
2. Lembro-te de um fato mais abrangente e contundente. Hoje comemora-se, em todo o mundo, o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, instituído pela ONU em 1947. Ora, sabes que comemorações são motivadas por alguma necessidade humana. No caso dos/as irmãos/ãs palestinos/as, o povo sofre gritantes e brutais perseguições por parte do Estado de Israel, com o apoio do imperialismo estadunidense.
Na década de 80 fiz um curso de extensão universitária com apoio da OLP, da Nicarágua e da UNIMEP e me espantei com as denúncias contra atrocidades praticadas por Israel contra o povo palestino. A que mais me chocou, que é originária da segregação em que vive a Palestina, foi a de saber que o Estado de Israel foi fundado por generais judeus nazistas, com o objetivo de servir de ponta de lança de Hitler no Oriente Médio, contra os palestinos e árabes, de modo geral.
Desde 1948 Israel tem se empenhado em destruir seus primos palestinos. No afã de destruí-los não poupa armamentos pesados de tecnologia de ponta, geralmente fornecidos pelos Estados Unidos. As constantes invasões violentas praticadas por Israel não respeitam território, habitações, templos, agriculturas, trabalhadores/as, crianças, mulheres, velhos, animais, nada. Os soldados israelitas estupram, violentam, prendem, torturam e matam pessoas indefesas ou combatentes que defendem seu povo e seu território, sem nenhum respeito ou compaixão. Israel promove campanha de desterro, de fome, de doenças e de extermínio do povo palestino.
Há muitos evangélicos que defendem Israel e seu “direito” ao genocídio praticado contra os palestinos. Argumentam que não podem se opor ao Israel de Deus, como o define a Bíblia. Em certa oportunidade convidei pastores em Campo Grande–MS para participar de culto ecumênico em defesa do direito aos palestinos em criar seu Estado. A grande maioria se recusou sob o argumento de que Israel é de Deus. Ora, fora a maldade conservadora de alguns, esse argumento é falso e baseado na ignorância. Esse Israel aí é sionista e não tem nada a ver com a Bíblia. A estrela de Davi, símbolo do judaísmo, foi timbrada com a cruz suástica, símbolo do nazismo, pelos dirigentes judeus, segregacionistas, racistas, preconceituosos, bandidos, terroristas e lacaios do imperialismo americano.
Portanto, a posição mais justa a defendermos é a da criação do Estado Palestino, soberano e dirigido por governo democraticamente eleito por seu povo. A capital do novo Estado deve ser Jerusalém Oriental. Todos os construtores da paz devemos defender decididamente a criação do Estado Palestino para os palestinenses, sem subjugação a Israel ou aos Estados Unidos.
É isso, meu amigo Abílio. No mais conversaremos hoje à noite em nossa aula de filosofia. Abraços fraternos. Viva o povo palestino e viva a criação do Estado Palestino!
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