"Deus-mercado" festeja alta dos juros
Pela quinta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central decidiu nesta quarta-feira (9) elevar a taxa básica de
juros. A Selic subiu meio ponto, pulando de 9% para 9,5% ao ano. A
absurda decisão foi tomada no mesmo dia em que o próprio IBGE anunciou
que a inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou abaixo de 6%, o que
desmente o discurso terrorista da mídia e dos banqueiros sobre a
explosão inflacionária para justificar a alta dos juros. Mesmo assim, o
Banco Central se dobrou novamente à pressão da ditadura do capital
financeiro. Um crime contra a nação!
Para piorar, o Copom ainda sinalizou que manterá o mesmo ritmo de
aumento dos juros na sua próxima reunião, em novembro - a última do ano.
"O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a colocar a
inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo
ano”, afirma a nota lacônica do órgão. Já o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, voltou a insistir que o combate à inflação é a principal
prioridade do governo, o que aponta um retorno à visão ortodoxa na
macroeconomia para a alegria dos agiotas financeiros e a desgraça dos
setores produtivos do país.
A quinta alta dos juros foi criticada pelas centrais sindicais dos trabalhadores e também por entidades da indústria e comércio. Em nota, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) afirmou que a decisão do Copom foi "equivocada" e defendeu o "fim do ciclo de aperto monetário". Já as centrais de trabalhadores argumentam que a elevação da taxa Selic terá efeitos negativos sobre o crescimento da economia, reduzindo o ritmo da geração de empregos e do aumento da renda. Elas estudam a proposta de organizar novos protestos contra a alta dos juros como forma de se contrapor à violenta pressão dos banqueiros e da mídia rentista - os únicos que festejaram a decisão do Copom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seus comentários serão publicados. Eles contribuem com o debate e ajudam a crescer. Evitaremos apenas ofensas à honra e o desrespeito.