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A lógica dos corruptos, ensina Demóstenes








Amigo Jones

Participo de tua dor e compreendo o quanto te sentes enganado. Nesta semana me procuraste para compartilhar comigo que sempre acreditaste nos pastores deputados Fábio Sousa e João Campos. Disseste-me que caíste na cantilena deles de que o importante é a pessoa e seus compromissos morais e não os partidos que integram. Ao me leres aqui despertaste para outras buscas e compreendeste que não é possível pertencer a um partido que sempre gerou o mal em toda a parte onde ocupa o poder no Brasil e permanecer bom e íntegro. Agora com o escândalo do Demóstenes, ainda senador, que participa da rede de aliança do tucanato como partido irmão siamês do malfadado, neoliberal e direitista PSDB, que privatizou e banalizou nossos bens públicos no Brasil e em Goiás, as coisas te ficam mais claras. Seu discurso de agora obedece a lógica de todos os corruptos: negam todo o tempo até que a justiça prove o contrário. 

Pois é Jones, tens toda a razão. Não é logicamente compreensível que alguém seja bom e seja de direita ao mesmo tempo. Ora, esses homens e mulheres que golpearam o Brasil “presenteando” nosso povo com desemprego, pobreza e miséria, prostrando o Brasil de joelhos ao apetite vorás do imperialismo, sejam bons. Não há como ser boas essas pessoas. O direitista Demóstenes apenas foi apanhado com a boca na botija. Na verdade a corrupção, a deslealdade com o mandato é da lógica e da essência da posição ideológica que o orienta.  Hoje ele vem ao Twitter explicar, como mostra a matéria abaixo, que ele não participa de nenhuma organização criminosa. Viste? Ele disse que não participa de nenhuma organização criminosa referindo-se obviamente ao seu amigo criminoso Carlinhos Cachoeira, que o encheu de presentes, de dinheiro para viagens, de rádio para que se comunicassem com o objetivo de despistar a justiça.  Demóstenes tenta avacalhar a nossa inteligência. Ora, além de participar de relações promíscuas e criminosas com a máfia do Cachoeira ele integra a principal organização criminosa deste País ao liderar o Demo, que nasceu na ARENA, apoiadora da ditadura, que saiu com o nome de PFL e que apoiou o cassino promovido por Fernando Henrique Cardoso, vendendo e doando o Brasil para os putrefatos interesses imperialistas. Portanto, Demóstenes, Fábio e Campos integram organização criminosa, sim. Não adianta espernear. Esperemos um bocadinho mais e veremos: “quem viver verá”.

Quanto ao Fábio e ao Campos me disseste que no início achavas que eu era injusto ao chamá-los às falas, mas que depois entendeste, não sem certo clima de crise pessoal, ainda me disseste que muita gente crente que votou neles começa a se dar conta de que esse negócio de votar em pessoas sem considerar os partidos que as respalda é conversa para boi dormir.  

Quanto a mim, meu amigo, ainda gostaria que Campos e Fábio se convertessem para um dos lados. Eles servem a dois senhores. Eles pregam Jesus, que foi pobre, ensinava a justiça libertadora para os pobres e para os ricos, pedindo que os ricos se libertassem das riquezas para servir os pobres e, ao mesmo tempo, militam em partido dos ricos, dos poderosos, dos que odeiam o povo, os pobres, os trabalhadores e nosso País. No partido deles os filiados confundem coisa pública, coisa do povo, da coletividade, da maioria, com interesses particulares. O “Dem” do Demóstenes, ainda senador, e o PSDB do Fábio e do Campos são partidos de direita. Eles odeiam o estado. Eles são apaixonados pelo mercado, principalmente o financeiro, responsável pelos grandes desastres econômicos no Brasil, na América Latina e agora na Europa e nos Estados Unidos. Na verdade, eu queria que o Fábio, o pai dele e o cunhado dele, que é vereador aqui em Goiânia, se convertessem ao Jesus que eles pregam. Apelo ao João Campos, pastor da Assembleia de Deus aqui em Goiânia, que também se convertesse a abandonasse os caminhos demoníacos dos que arrasam a Pátria. A hora é chegada. A cobra começa a se mover para beber água. 

Portanto, não é questão de bater na mesma tecla nem perseguir ninguém, muito menos de me vingar do Demóstenes falador e moralista, como disse um leitor num comentário à notícia abaixo. Apenas trata-se de empenho em favor de mudanças e de justiça. Quem quiser mudar ainda é tempo, mas quem não quiser enfrentará desgaste e desprestígio. Eu apenas quero ser leal com meus irmãos em Cristo, supondo que eles tenham alguma coisa como seguidores de Jesus e que não sejam de todo hipócritas.

Abraços críticos e fraternos, amigo Jones.

‘Não integro organização ilegal’, diz Demóstenes






Demóstenes Torres veiculou no seu twitter um lote de notas inusuais. Normalmente, ataca. Teve de defender-se. Habitualmente desconfia. Viu-se compelido a responder à desconfiança que passou a inspirar.
Alvejado por suspeições variadas, emanadas de grampos e relatórios atribuídos à Polícia Federal, Demóstenes concentrou-se na notícia que, como promotor licenciado, sabe ser a mais grave.

Anotou: “De todos os absurdos publicados contra mim, os mais danosos estão no site da CartaCapital. Os informantes da revista estão enganados.” Noticiou-se que Demóstenes seria beneficiário de 30% do faturamento dos negócios do mercador de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira.

Não e não, Demóstenes escreveu: “Não faço parte nem compactuo com qualquer esquema ilícito, não integro organização ilegal nem componho algo do gênero.” Durante todo o dia, o senador preferira terceirizar a voz ao advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, seu defensor.

Para explicar o porquê de ter decidido quebrar o silêncio via internet, alegou: “Desminto essas inverdades em respeito a minha família, aos meus amigos, às minhas colegas e meus colegas senadores, a Goiás e ao Brasil.” Absteve-se de comentar notícia por notícia.

Silenciou sobre os R$ 3 mil que teria pedido a Cachoeira para pagar o uso de um táxi aéreo. Nada disse sobre os favores supostamente recebidos do bicheiro (um tablet novo, um avião no pátio). Esquivando-se do varejo, defendeu-se no atacado: “As injúrias, as calúnias e as difamações minam a resistência até de quem nada teme, mas permaneço firme na fé de que a verdade triunfará.”

Lamentou que a tempestade lhe chegue na velocidade de um alazão e estimou que a bonança virá montada numa tartaruga:  “Dói enfrentar o olhar sofrido de familiares torcendo para o tormento passar logo. Mas as inverdades chegam açodadas; a reparação, lentamente.”

Considera-se injustiçado: “Para tripudiar sobre mim e o mandato que o povo me confiou, desrespeitam os mais elementares princípios constitucionais.” Mas vê luz no final do seu túnel escuro: “A tudo suporto porque nada fiz para envergonhar meu partido, o Senado, Goiás e o Brasil. Essa é a verdade que, ao final, prevalecerá.”

Demóstenes escorou-se no divino: “O sofrimento provocado pelos seguidos ataques a minha honra é difícil de suportar, mas me amparo em Deus e na certeza de minha inocência.” A julgar pelo sentimento dos colegas de Senado, entre eles José Agripino Maia, presidente do DEM, a certeza depende agora de investigações que espanquem as dúvidas.

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