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sábado

Os juízes da mídia inimiga, suas manadas criaturas e as máscaras






Querida amiga Dra. Marcia Tigani

Permita-me que declare aqui minha profunda admiração por sua pessoa, irmã brasileira exemplar. 

Sabe-se que a palavra pessoa engloba variáveis conceituais extensas e profundas. Provinda do latim “persona” significa máscara, porém no mais intenso sentido de manifestação da profundidade humana. 

Vivemos num tempo de muitas máscaras. Num certo momento as manifestações das manadas descontroladas pelas ruas do Brasil, sem pauta definida e fortemente manipuladas pelos donos dos miolos da boiada, com forte colorido fascista, que apenas serviu para sacudir um pouquinho da poeira dos que dormiam nos poderes da república, o símbolo era uma máscara. No caso, uma coisa imprecisa que mais se assemelhava a covardia e a terror do que a brasileiros generosos. Sua marca era a do anonimato dos que agem nas trevas, longe da luz. A máscara que escondia predadores escusos.

Foi aí que vi uma de suas manifestações surpreendentes e agudamente esperançosas. Quando médicos e estudantes de medicina, coxinhas que ridicularizaram o País e nosso povo com gestos obscenos, com atitudes fascistas, demonstrativas de compromissos muito mais com a indústria farmacológica, com o comércio de remédios, com os laboratórios e com as clínicas para privilegiados do que com as pessoas do nosso povo, a senhora, minha amiga Médica e Psiquiatra Márcia Tigani, honrada e corajosamente, apareceu empunhando um cartaz onde se lia”: SOU MÉDICA BRASILEIRA E APOIO OS COLEGAS CUBANOS”. 

Tripla e agradável surpresa: médica, psiquiatra e socialista. Por detrás do cartaz ao empunhá-lo via-se uma mulher belíssima, sorridente e feliz por ser brasileira, inteligente e comprometida com a saúde social e não com um negócio com as doenças do próximo. Apareceu uma mestra e sábia mulher brasileira.

A arte de sua postura fundamenta-se numa história de vida que desde a infância a talhou para a visão coletiva, social e progressista (clique aqui para lembrar seu depoimento), bem diferente de mascarados que usam a vida e a saúde para surtir contas bancárias. Sua biografia testemunha que não há milagres fora da vida: visão social é questão de educação e de formação.

Pois bem, querida amiga e irmã de Pátria, novamente nos encontramos em face de enorme debate que envolve e interessa, desde outro aspecto, a justiça de todas as dimensões humanas.  O Brasil dividido aguarda o veredicto de um juiz do Supremo Tribunal Federal. 

Para a senhora e para mim não há dúvidas de que há juízes do STF que são coniventes com o poderio da burguesia neoliberal e antinacional, notadamente a representada pelos feudos mediáticos. Acaba de sair um livro denominado “AP 470”, organizado por Gustavo Mascarenhas Lacerda Pedrina (clique aqui) que mostra a indisfarçável pressão que a mídia poderosa exerceu sobre os ministros do STF no sentido de difamar os governos Lula-Dilma e, ao rebentar com seu prestígio popular, possibilitar o retorno neoliberal concentrador de rendas, de riquezas e de espoliativo caráter vendilhão do patrimônio público nacional.

Vivo esse momento com muita dor, minha amiga Dra. Márcia. Vejo amigos, alunos e até companheiros de outrora confusos e iludidos com a falsa tese do mentiroso “mensalão”. O peso das manipulações, que faz o nosso povo manada de bois, é mais forte do que a conscientização. A falta da capacidade de análise, roubada do povo pela ditadura e pelo neoliberalismo, geradores de trevas e de ignorância, e até de humildade em face da interpretação justa dos fatos, faz com que as pessoas creiam muito mais nas correntes que aprisionam ao fundo da caverna do que nas luzes que entram por sua boca (para lembrar o mito da caverna de Platão). Basta ver as barbaridades que dizem por toda a parte e pelas redes sociais. 

Porém, cabe-nos a obrigação de resistir. Quanto a mim, confesso que não me iludo com perfeições humanas. Não creio que José Dirceu, José Genuíno, Delúbio Soares e outros sejam perfeitos. Há poucos dias Dirceu disse que cometeu muitos erros ao longo de sua intensa vida. Não tenho dúvidas disso. Contudo, crer que a Globo, a escrota Revista Veja, que a apoiadora da ditadura com suas prisões, torturas e assassinados, o Jornal Folha de São Paulo, tenham razão é outra história. Crer que esses órgãos da mídia dominante tenham algum senso de verdade e de interesse pela justiça e pela democracia seria acreditar que Obama é bonzinho e que bombardeia os povos porque todos são ruins. 

Hoje vela-se em São Paulo um homem bom e justo que foi assassinado pela mídia. Luiz Gushiken foi acusado de crimes que não cometeu. Imagine, minha amiga, o nome de uma pessoa rodando todos os dias por jornais, pelas TVs e rádios do País inteiro e por aqueles coxinhas fanáticos na internet a caluniar e a ajudar a destruir o que há de mais sagrado numa pessoa, sua imagem! Gushiken já sofria, mas sua doença se agravou e o matou depois das injustiças sofridas de parte de quem deveria defendê-lo, o judiciário. Lula, que conhecia Gushiken desde a juventude, disse hoje a respeito de sua morte: "Ele foi uma das vítimas das mentiras de parte da imprensa desse país", disse Lula. "Sei o quanto sofreu com as infâmias que levantaram contra ele e a imprensa que o acusou deveria publicar amanhã uma manchete pedindo desculpas ao Gushiken" (leia aqui). 

Desgraçadamente no STF há ministros fracos de caráter, de fundamentos políticos e éticos. Como birutas de aeroportos são manipuláveis pela mídia que, ao ver brechas em suas fragilidades, investe com gigantesco rancor e força contra a justiça. 

Meu Deus, que gritaria foi aquela de atorzinho de péssima qualidade, o desclassificado amigo de Daniel Dantas, o ruralista e comandante de jagunços no Mato Grosso, Gilmar Mendes, fez na última seção. Mas que argumentos mais pífios usou para forçar a barra, aos berros e de jugular saltada de ódio, tentar manipular o Ministro Celso de Mello e a satisfazer seus comparsas da mídia?

E Joaquim Barbosa, que até hoje não explicou o pagamento de viagem e hospedagem de um repórter da Globo para escutá-lo num congresso internacional, quando falou usando um péssimo inglês? Que não explicou a formação de uma empresa fajuta para comprar uma mansão em Miami nem de onde tirou os recursos para tal? Que empregou um filho na TV Globo como empregado do Luciano Huck, seu amigo de festas e carnavais? Que se dirige a seus pares aos gritos e com ironias, como se fossem seus escravos? Que se comporta no tribunal e fora dele como se fosse o dono da verdade?

Fux me parece fora de qualquer classificação. O que dá para dizer sobre ele, a bem da verdade, é que se comporta sempre costeando as oportunidades. Onde lhe rende mais aí ele fica. Antes, quando queria nomeação para o STF, cortejou José Dirceu. No momento pensa que ao lado de Joaquim Barbosa é mais vantajoso. É muito fraco e sua transparência é tão explícita quanto seus cabelos brancos, como escreveu alguém. 

O mais emblemático do atraso do STF, ao lado do ruralista Gilmar Mendes, amigo do maior assaltante da Nação, Daniel Dantas, é Marco Aurélio de Mello, primo de Collor de Mello. É possível entendê-lo melhor por sua própria trajetória na Suprema Corte. Invoco aqui o ilibado jornalista Luis Nassif para ajudar a interpretar esse espécime. 

1.     Durante plantão, em julho de 1999, concedeu liminar ao empresário Luiz Estevão (do caso TRT-SP) suspendendo as investigações por quatro meses. Meses atrás, outra liminar impediu o Tribunal de Contas da União  de investigar as ligações entre a Incal e o grupo OK, de Luiz Estevão.
2.     Ordenou a libertação de Rodrigo Silveirinha, acusado de remessa ilegal de US $ 34 milhões para a Suiça. 
3.     Concedeu habeas corpus a Salvatore Cacciola, seu vizinho em condomínio no Rio de Janeiro. Graças ao HC, Cacciola foi libertado e pode fugir, em seguida, para a Itália.
4.     Deu sentença favorável a um estuprador de 35 anos sob a alegação de que a vítima, de 12 anos, tinha discernimento suficiente sobre sua vida sexual.
5.     Em 2007 concedeu habeas corpus a Antônio Petrus Kalil – o Turcão – acusado de explorar caça-níqueis. Isso após duas prisões seguidas de Turcão pela PF, pelo mesmo crime.”

Sem esquecer que Marco Aurélio de Mello declarou em entrevista a um jornal que o golpe militar, aquele que destruiu a democracia e impôs atraso de décadas, além de prender, torturar e matar milhares de cidadãos brasileiros, foi um mal necessário. Quer dizer, esse juiz defende o mal como necessário para o País. Este é que se tem como justo para negar o amplo direito de defesa em um processo carregado de dúvidas e de injustiças. 

Marco Aurélio, que desde sua arrogância tenta até impor ao País uma pronúncia da língua portuguesa que modifica sua fonética, pensa-se dono da verdade para pisar em conceitos constitucionais, que imbativelmente consagra o direito aos embargos infringentes, independentemente da vontade e da visão do juiz. Mas não, chega a tal ponto de envergamento cervical em face da mídia suja, que tenta ser não somente o 12º ministro, mas o poder nazi-fascista que tudo decide no País, que confessa em pleno ato de julgar que se não votar no seu acordo o que dirão os jornais no outro dia. É inacreditável.

Sinceramente, minha amiga Marcia, aguardo a quarta-feira, quando o Ministro Celso de Mello votará, na esperança de que vença a justiça em favor da Senzala e que se derrube ruidosamente as injustiças perpetradas secularmente pelos escravocratas da Casa Grande, infernalmente projetadas e ampliadas pela mídia dos assassinos das santas máscaras humanas, as imagens, às vezes os únicos patrimônios de que os injustiçados se servem para viver. Até mesmo o jornalão o Globo rendeu-se às evidências materiais de que os embargos infringentes são constitucionais, por mais que o príncipe da privataria se esmerasse para extingui-los (clique aqui para ler).

Obrigado por aparecer no meu horizonte e aumentar a esperança, minha amiga. Continuemos a luta, sem cessar.

Abraços críticos e fraternos na luta contra os falsários fabricantes de injustiças e de guerra. 
Dom Orvandil: bispo cabano, fraterno e republicano.

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