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terça-feira

1º de abril, um dia de tristeza, de reflexão e de esperança


 Ficheiro:Thucydides-bust-cutout ROM.jpgHistoriador grego Tucídides



Meu amigo Prof. Júlio


Em meio às lembranças que me entristecem do golpe de Estado dado no dia 1º de abril de 1964, neste 1º de abril de abri de 2013 tive a alegria de receber tua ligação telefônica me pedindo para assistir no You Tube o vídeo intitulado Catastroika, um documentário sério revelador dos males causados pelo neoliberalismo. Assisti a farta documentação e provas do quanto essa corrente fez estragos em todo mundo. No sábado quando vieste aqui em casa para conversarmos sobre a conjuntura latino americana comentei contigo sobre o filme produzido por Flávio Tavares e seu filho, intitulado “Um dia que durou 21 anos”. Indicaste-me acessar o documentário também no You Tube feito pela TV Brasil com este mesmo título, revelando a manipulação suja do governo imperialista dos Estados Unidos ao interferir nos interesses do Brasil, em apoio ao golpe de 1964. 



Contrariamente à beleza do debate que fizemos aqui em casa no sábado e de teu telefonema para que acessasse o material sobre a destruição causada pelo neoliberalismo, recordei de experiência marcada de mediocridade que vivi por vários anos no Rio Grande do Sul. Sempre após as celebrações um sujeito muito estreito socialmente na compreensão da realidade brasileira, mas metido a sábio e adorador do neoliberalismo, admirador dos anjos maus Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Roberto Campos e outros de menor estrela, me entregava um pequeno recorte de um jornalzinho afiliado da Globo, denominado O Pioneiro, que o pessoal da academia não chamava de jornal, de jeito nenhum, face à sua pobreza de conteúdo. O tal recorte era do neoliberal Joelmir Beting, recentemente falecido. Este autor defendia em suas meditações semanais os postulados, vantagens do neoliberalismo e “avanços” do governo entreguista de seu ídolo FHC. Eu sempre em silêncio recolhia o material e levava para casa. Como nunca comentei nada o sujeito, apesar de medíocre, talvez a espera de minha “conversão”, juntou-se a outros de sua mesma escuridão mental para formar complô contra mim. Articularam-se na cidade, aliançaram-se com o bispo, aliás, o coitado sofria do mesmo mal, a falta de alcance e inteligência para entender a realidade e as pessoas, para piorar sofria de aspirações burguesas. Tinha como única bandeira de seu episcopado defender casamento de pessoas do mesmo sexo e ordenação de gays como clérigos. Certamente Freud explica a obsessão múmica do pobre bispo. Também nunca me entusiasmei por ser a favor ou contra uma bandeira tão insignificante como essa. Lembro dessa experiência para acentuar que pessoas que não refletem, que não lêem, que não discutem a realidade com quem a entende, tendem a ser facilmente manipuladas pelos golpistas. Pior mesmo é que pessoas de poucas luzes são de peitos estofados e imaginam que o mundo não ultrapassa o tamanho de seus umbigos. São diferentes de ti, meu amigo Júlio. Considero-te um sábio. Não há livro importante que não tenhas lido e nenhum filme significativo que não tenhas assistido. Exatamente por isso és humilde, pronto a aprender com as sabedorias do próximo. Quem muito sabe, sabe o suficiente para saber que não sabe tudo. Quem nada sabe, pelo contrário, acha que sabe tudo. 



No vídeo que posto abaixo, intitulado Catastroika, é de sentirmos arrepios em face das barbaridades causadas pela avalanche neoliberal. A linha central deste documentário aponta para a ideia de que o projeto pensado e testado pelo sistema financeiro internacional, capitaneado pelos bancos e sua sede de sangue, era o de destruir a Grécia como uma espécie de vingança por seus filósofos terem criado a democracia. Daí a destruição dos bens públicos, dos alimentos, da água, dos transportes coletivos, notadamente o ferroviário, as leis de defesa dos trabalhadores, os sindicatos, os movimentos sociais etc, tudo foi privatizado e as riquezas guindadas para as mãos dos donos dos bancos. Em nome dessa devassidão os poderosos usaram as armas para destruir o ânimo dos povos, chegando a colocar ao chão um patrimônio que parecia resistir e avançar por séculos, a União Soviética. Com isso mataram os velhos, destruíram os sonhos dos jovens e levaram as crianças a passar  por adolescências abandonadas às drogas e à falta de perspectivas. 



Essa mesma ganância movia os golpistas em 1964 no Brasil e a imposição de ditaduras em toda a América Latina. Depois, a partir do final da década de 80, esparramar a virulência do mercado contra o Estado soberano e democrático, num enjoativo discurso guiado pelos termos eixos mercado, globalização e neoliberalismo. Daí nasceram figuras esdrúxulas e caricatas como Menem, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Aécio Neves e outros, que quando aparecem em fotos em jornais, revistas e em vídeos de TV causam náuseas. São traidores da Pátria. Eles são tão nocivos à liberdade, à dignidade humana e à democracia quanto os ditadores como Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel, João Batista de Figueiredo e seus serviçais torturadores e assassinos dos porões da ditadura. Todos atuaram em favor dos grandes proprietários e da fragilização do Brasil e dos direitos dos trabalhadores. 



Vale a pena destacar no documentário "Catastroika" que não há outro caminho a seguir para mudar a situação imposta a não ser o da luta, o da mobilização, o do levante, para recuperarmos os direitos sociais, geralmente os primeiros pisados pela ditadura militar e pela ditadura neoliberal. Nesse sentido o historiador grego Tucídides inspira quando disse: “liberdade ou a tranqüilidade. Tem de escolher. Ou viver livre ou viver tranqüilo. Não pode ter as duas coisas”. 



Abaixo posto os vídeos “Catastroika” e “O dia que durou 21 anos”. Vale apena assisti-los com calma. Solicito aos meus alunos que os assistam. Sugiro a professores e alunos de todas as formações que levem esse material para as salas de aula e construam calorosos debates de conscientização. Vale a pena buscar a profundidade de interpretação da realidade. Burrices como a do meu ex paroquiano e do meu ex bispo pobre mental, melancólico e tranquilo, sem luta, que ele considerava coisa de quem quer aparecer,  não levam a nenhum lugar bom e proveitoso. Somente a turbulência provocada por um povo que se une põe para fora do poder os reanquilos e vagabundos, como meu ex paroquiano e o meu ex múmia bispo.


Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.


Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano. 

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