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Mané de Oliveira literalmente grita por justiça!

Mané de Oliveira pai do comentarista esportivo Valério Luiz






Prezado Mané de Oliveira



Há poucos dias escrevi aqui em  solidariedade à dona Elaine, uma das mães de Santa Maria, que perdeu dois filhos no incêndio da boate Kiss. Declarei que sua dor é o grito da alma das mulheres injustiçadas. Sim, porque aquele desastre não foi apenas uma sucessão de erros. As causas são muito mais produndas. No fundo é o velho problema do capitalismo que sempre opta pelo surrado princípio “do investimento mínimo para lucro máximo”. Esse sistema não cuida nem trata bem das pessoas na educação, na saúde, no transporte coletivo, na moradia, no trabalho, no turismo, na segurança, no esporte nem na diversão, como bem demonstra o que aconteceu em Santa Maria, matando 240 pessoas. Evidentemente que quem paga o pato em primeiro lugar são os humildes, depois os trabalhadores, os verdadeiros mártires da falta de respeito à vida e aos direitos humanos.

Desde julho de 2012 o senhor, querido Mané de Oliveira, é grito ambulante e inquitante dos mais dolorosos que Goiás e o Brasil escutam igualmente com sofrimento, na torcida de que o senhor e sua família sejam escutados pela torpedeada justiça.  Que juízes dígnos julguem, condem e punam os assassinos de seu filho, principalmente o terrorista deste Estado, impondo-lhe todo o peso da lei. 

Arrepiei-me quando ouvi seus gritos e vi suas lágrimas nos corredores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), denunciando o julgamento favorável do habeas corpus que soltou o acusado de ser mandante do assassinato de seu filho Valério, o empresário Maurício Sampaio. O senhor, chorando, dizia que a sensação de decepção foi a pior possível. Para o senhor os sete meses de coleção de provas não deixam dúvidas de que o ricaço Maurício Sampaio é o responsável pela morte de seu filho, assassinado no interior de seu automóvel à frente da rádio onde desempenhava suas atividades de cronista esportivo. Eu creio nas comprovações feitas sob suas pressões e pelo competente inquérito, construído sob os holofotes, desta vez usados com justiça, graças às pressões que o senhor fez, sem temer por sua própria vida, como convem aos corajosos.

Valério, seu filho, fez denúncias graves contra o uso de cocaína no campo de futebol e de outras análises que comprovam uma empresa futebolísitca que conta com apoio de outros corrúpatos de Goiás, que tinha como um dos dirigentes o empresário Sampaio, um dos mais ricos daqui. O senhor declarou inúmeras vezes que a imprensa, pelo menos a daqui de Goiânia, tinha todas as provas e roteiros que incriminam o investigado, encoberto pelos tentáculos que estende sobre todos, inclusive sobre juízes.   O senhor garante que a promotoria e a polícia civil coletaram provas que incriminam o acusado de mandar matar seu filho. A entrevista que a delegada Adriana Ribeiro, que orienta a investigação e encaminha a denúncia, deu pela TV Anhanguera  também não deixa dúvidas. Ela afirmou com todas as letras que as provas são irrefutáveis e incriminam o assassino. Ligações telefônicas entre o mandante do crime e os executores são indiscutíveis e materializam as provas, entre tantas outras mostradas num robusto mapa que linkam todos os pontos do assassinato.

Em face da curta liberação da prisão do acusado Maurício, o senhor temeu por sua vida e pela da sua nora, viúva do Valério. Com razão, pois o próprio juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara Criminal de Goiânia, que felizmente decretou a prisão preventiva de Sampaio, argumentou que "solto o empresário pode intimidar as testemunhas devido ao seu poder econômico".

Aí está a verdadeira razão de seu temor, com reais possibilidades de acontecer atentados contra o senhor e seus familiares, o fator econômico leva esse tipo de gente a comprar tudo e a todos. O Padre Luiz, seu capelão e apoidor que o diga. Ainda bem que o juiz Lourival Machado da Costa decretou a prisão desse anômalo. As conversas com pessoas sérias e altamente comprometidas com o bem informam que a biografia desse empresário é uma das mais sujas nesse Estado. Certamente o inquérito que o levará ao banco dos réus revelará muito do que ele faz nas ameaças a pessoas, a compras de poderes que decidem, inclusive no campo do judiciário. Certamente o  senhor, Mané de Oliveira, espantou-se com tudo o que descobriu sobre ele. A justiça a ser feita, passando pela análise do currículo deste homem, há de revelar suas relações com os empresários, com o esporte, com a associação dos juízes e desembargadores, com as "obras sociais" do poderoso e conservador padre Luiz, fanático e sectário que incita à intolerância religiosa e, quem sabe, à Cachoeira, a Demóstenes e ao Palácio Pedro Ludovico, sede do governo de Goiás. O senhor disse numa entrevista pretérita que se a justiça não se empenhasse na apuração desse caso o senhor investigaria por esforços próprios e denunciaria os culpados. Tenho certeza de que o caso do assassinato de Valério veio a público graças à sua coragem e tenacidade, própria de quem é comprometido, não com a vingança e sede de sangue - próprio ao comportamento de bandidos -  mas com a justiça que transcende as formalidades dos tribunais e do direito burguês. O amor por seu filho e sua coragem o fizeram um homem sedento de justiça.

Certamente sua luta levantará véus e tapetes sob os quais se escondem muitas podridões neste Estado açoitado por escândalos, corrupções, blindagens de bandidos e ladrões dos bens públicos. O senhor perceberá que esse criminoso, que paga para a prática de crimes, liga-se aos mesmos de sempre, numa verdadeira articulação oculta e porânica, a tudo permitindo-se, desde tráfegos de humanos, assaltos ao Estado, constrangimentos de juízes, de suborno de policiais a grandes injustiças. 

O senhor, amigo Mané de Oliveira, envolto em lágrimas, em tristezas, em insônias, em amarguras pela perda violenta de seu filho, ao gritar através de estúdios de rádios, Tvs e escritórios de jornais, tranzitando amargamente pelos corredores escorregadios da justiça, erguendo heroicamente a bandeira da denúncia dolorosa contra esse assassino frio e egoísta, é um verdadeiro profeta. Sobre o sangue de seu filho amado o senhor semeia as sementes da justiça que ilumina a sociedade com as obras da verdade, ensinando a muita gente que se acovarda que é na luta que se muda o mundo e não no comodismo que refresca os opressores.

Nessa sexta-feira eu fui a um restaurante aqui próximo de casa para buscar o almoço. Quando o senhor apareceu na tela do enorme televisor que toma conta de uma das paredes do restaurante as pessoas pararam de almoçar para assisti-lo. Muitas permaneceram com seus garfos cheios no ar, entre o prato e a boca, atentas e emocionadas sob o impacto de sua imagem chorando e denunciando o culpado maior. Seu grito por justiça chamou a atenção de todas. 

Mesmo que essa mídia tente tirar proveito do senhor pela audiência que promove, vale à pena manter seu grito em movimento ante os ouvidos anteriormente surdos às injustiças e barbáries nesse Estado. A história brevemente testemunhará que Mané de Oliveira, como profeta em lágrimas, ajudou a derrubar grandes muralhas que escondem  arraiais escuros e podres, em cujas trevas se movem personages sórdidos e safados, verdadeiros assaltantes da vida de milhares de pessoas, agora culminando com eliminação do jovem radialista Valério Luiz. Auguro que o sangue deste trabalhador irrigue suas forças e as nossas, querido e corajoso Mané de Oliveira, homem que sabe ser pai na vida e na morte de seu filho.Ele merece muito mais honraria do que bandidos e matadores como Anhanguera. O senhor e seu filho são vítimas da injustiça que age de modo concreto e avassalador. Os movimentos sociais e as lutas pelos direitos humanos testificam historicamente que a justiça só chega às nossas vidas quando empurrada pela luta, muitas iniciadas com o derramamento de sangue de um profeta, como aconteceu a Valério Luiz. Por isso o senhor e sua nora Lorena merecem o nosso apoio e o nosso conforto.

Sou solidário com o senhor, meu irmão Mané de Oliveira. Força na luta e no grito por justiça. O senhor é exemplo!

Abraços críticos e fraternos na luta por justiça e pela paz.

Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.

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