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terça-feira

"Motelzão" global


Querido  jovem e meu amigo Guilherme Santiago

Sempre que te vejo trabalhando  renovo minhas esperanças na juventude. És tão jovem, um adolescente, pode se dizer, e és sério, trabalhador e estudioso. Atuas no restaurante de tua família durante o dia e à noite freqüentas aulas no terceiro ano do ensino médio. Nossas conversas te revelam como alguém que não tem malícias, que pensa de modo moralmente irrepreensível. Orgulho-me de ser teu amigo.

Pois bem, aqui exponho um pouco de nossa conversa de hoje no almoço. Falaste de modo crítico sobre o Big Brother e as porcarias que rolam naquele programa de baixo nível, um verdadeiro atentado à ética social.

Comecemos por seu apresentador, o senhor Pedro Bial. Este tem tradição de direita. Suas atuações em transmissões internacionais da TV Globo, até mesmo em fronts de guerras, sem exceção, foram desde a defesa dos interesses dos conservadores e do imperialismo. Recordo quando transmitia as invasões de Israel à Palestina o quanto inclinava o pêndulo das reportagens no sentido de dar razão a Israel, esse estado de teor nazista e terrorista. Portanto, colocava-se a favor de Israel e contra a Palestina, cujo povo é historicamente massacrado pelo jogo Israel-Estados Unidos, em constante carnificina, inclusive de crianças, mulheres e idosos. Noutra oportunidade Bial me causou imensa revolta ao transmitir ao vivo da Alemanha a “queda do muro de Berlim”. O alcaide chorava emocionado dizendo que era o fim da União Soviética e do Socialismo.  Num juízo reacionário e conclusivo pró-imperialismo americano, apeava no mesmo barco dos que se alegravam com a entrega dos países do leste europeu à guerra, ao desemprego, à desagregação e ao poderoso cartel do tráfico internacional de drogas e à permissividade dos lucros desenfreados, a custa da destruição de vidas e das sociedades.

O jovem Pedro Bial da faculdade de jornalismo participou de grupos de direita em choque com estudantes de esquerda e anti-ditadura. Por isso  é bem contado pela família Marinho, dona das Organizações Globo. Sua cosmo visão  é o motivo do convite  para escrever a biografia de Roberto Marinho e a colorir seu passado escuso. 

Percebes, então Guilherme, por que Pedro Bial é o apresentador global desse “motelzão” televisivo em rede nacional e internacional? Como diz minha vizinha, nada é por acaso. Pornografia, prostituição e permissividade sexista é bem coisa da direita, sem dúvidas. Por quê? Ora, tudo o que dá lucro interessa a essa elite descarada. Todos sabemos que essa bandalheira em canal aberto rende mais de 100 milhões de reais aos Marinho.

Para esse tipo de mídia dirigido pelos Marinho e programa apresentado por esse por falso jornalista a nojeira que rola na tela não é pornografia. Como diz o animador de araque: para eles isso é cultura. Pornografia para essa visão obtusa é a luta por democracia, é a luta por eleições diretas, por juros baixos, por desenvolvimento com distribuição de renda, é ensino gratuito universitário para milhões de jovens negros e indígenas, é habitação barata do tipo Minha Casa Minha Vida etc. Isso é pornografia para eles porque atropela a miséria e distribui os lucros. Ora, eles gostam de concentrar o máximo de riquezas nas mãos de uma minoria que patrocine seus programas “culturais”. 

Sabes, Guilherme, a cara do Bial me diz que essa escumalha que ele apresenta terá sua última edição nesse ano. A pressão cresce no sentido de que isso seja banido da TV. No bojo da pressão vem a luta por uma lei que regulamente o uso dos canais, que são concessões públicas, com o objetivos realmente culturais, para  aumentar a consciência nacional no enfrentamento dos problemas políticos, sociais e econômicos do País e da América Latina. Devemos nos inspirar na Argentina e na Venezuela que fecharam os canais poderosos de televisão de lá por desobedecerem às constituições e violarem a ordem pública. Chaves e Cristina não praticaram atos contra a liberdade de imprensa e de opinião, como o PIG (Partido da Imprensa Golpista) daqui tentou vender. Pelo contrário, em nome da democracia, da participação da maioria, calaram as bocas venenosas de uma minoria privilegiada, antipatriótica e colonizada. Temos que conquistar no Brasil esse mesmo avanço.

Abaixo transcrevo artigo de Fernando Brito que, apesar de alguns detalhes com os quais não concordo, evoca acertadamente a razão constitucional brasileira e seus objetivos para orientar as comunicações no Brasil. Penso que Lula não teve coragem política para enfrentar esse problema. Espero que a Presidenta Dilma e o Congresso Nacional enquadrem essas empresas mediáticas na lei maior do País ou retire de seus usuários as concessões que são do povo e a seu favor devem ser usadas.

Lê aí abaixo, meu amigo. Abraços.


Por Fernando Brito, reproduzido pelo site “Conversa Afiada” de Paulo Henrique Amorim.


A Constituição é letra morta?

  Ninguém tem nada a ver com o que fazem pessoas maiores em sua intimidade, de forma consentida, se isso não envolve violência.

Ninguém tem nada a ver com o direito de pessoas expressarem opinião ou criação artística, independente de se considerar de bom ou mau gosto.

Outra coisa, bem diferente, é utilizar-se de concessões do poder público, como são os canais de televisão, sobretudo os abertos, para promover, induzir e explorar, com objetivo de lucro, atentados à dignidade da pessoa humana.

Não cabe qualquer discussão de natureza moral sobre a índole e o comportamento dos participantes. Isso deve ser tratado na esfera penal e queira Deus que, 30 anos depois, já se tenha superado a visão que vimos, os mais velhos, acontecer em casos como o de Raul “Doca” Street, onde o comportamento da vítima e não o ato criminoso ocupava o centro das discussões.

O que está em jogo, aqui, é o uso de um meio público de difusão, cujo uso é regido pela Constituição:

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;(…)
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

O que dois jovens, embriagados, possam ou não ter feito no “BBB” é infinitamente menos graves do que o fato de por razões empresariais, pessoas sóbrias e responsáveis pela administração de uma concessão pública fazem ali.

Não adianta dizer que um participante foi expulso por transgredir o regulamento do programa. Pois se o programa consiste em explorar a curiosidade pública sobre comportamentos-limite, então a transgressão destes limites é um risco assumido deliberadamente.

Assumido em razão de lucro pecuniário: só as cotas de patrocínio rendem à Globo mais de R$ 100 milhões. Com a exploração dos intervalos comerciais, pay-per-view, merchandising, este valor certamente se multiplica algumas vezes.

Será que um concessionário de linhas de ônibus teria o direito de criar “atrações” deste tipo aos passageiros, para lucrar?

Intependente da responsabilização daquele rapaz, que depende de prova, há algo evidente: a emissora assumiu o risco, ao promover a embriaguez, a exploração da sexualidade, o oferecimento de “quartos” para manifestação desta sexualidade, a atitude consciente de vulnerar seus participantes a atos não consentidos. É irrelevante a ausência de reação da jovem, ainda que não por embriaguez. Se a emissora provocou, por todos os meios e circunstâncias, a possibilidade de sexo não consentido, é dela a responsabilidade pelo que se passou, porque não adiante dizer que aquilo deveria parar “no limite da responsabilidade”.

Todos os que estão envolvidos, por farta remuneração, neste episódio – a começar pelo abjeto biógrafo de Roberto Marinho, que empresta o nome do jornalismo à mais vil exploração do ser humano – não podem fugir de suas responsabilidades.

Não basta que, num gesto de cinismo hipócrita, o sr. Pedro Bial venha dizer que o participante está eliminado por “infringir as regras do programa”. Se houve um delito, não é a Globo o tribunal que o julga. Não é uma transgressão contratual, é penal.

Que, além da responsabilização de seu autor, clama pela responsabilização de quem, deliberadamente, produziu todas as circunstâncias e meios para isso.

E que não venham a D. Judith Brito e a Abert falar em censura ou ataques à liberdade de expressão.

E depois não se reclame de que as demais emissoras façam o mesmo.

O cumprimento da Constituição é dever de todos os cidadãos e muito maior é o dever do Estado em zelar para que naquilo que é área pública concedida isso seja observado.

Do contrário, revoquemos a Constituição, as leis, a idéia de direito da mulher sobre seu corpo, das pessoas em geral quanto à sua intimidade e o conceito social de liberdade.

A Globo sentiu que está numa “fria” e vai fazer o que puder para reduzir o caso a um problema individual do rapaz e da moça envolvidos. Nem toca no assunto.

Tudo o que ela montou, induziu, provocou para lucrar não tem nada a ver com o episódio. Não é a custa de carícias íntimas, exposição física, exploração da sensualidade e favorecimento ao sexo público que ela ganha montanhas de dinheiro.

Como diz o “ministro” Pedro Bial ao emitir a “sentença” global ( veja o vídeo) : o espetáculo tem que continuar. E é o que acontecerá se nossas instituições se acovardarem diante das responsabilidades de quem promove o espetáculo.

Atirar só Daniel aos leões será o máximo da covardia para a inteligência e a justiça nestes país..

3 comentários:

  1. Concordo contigo Prof. Orvandil, o BBB faz com que o povão que o assiste acredite no que ocorre no programa e se torne escravo de si mesmo, em especial na busca da perfeição estética corporal, as poucas vezes que por ventura chego em casa e a tv está ligada no programa, percebi isso, induzindo a ser um corpo bonito, mesmo sendo alguem de pouco conhecimento, é passivo de se conseguir algo... Isso sem falar em outras bárbarie... Infelizmente tudo o que é chulo chama a atenção do povo brasileiro... Ainda se perde muito tempo ocupando a mente com algo que não traz conhecimento algum... Abração... Que DEUS o ilumine sempre!!!

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  2. Prof. Orvandil. Lendo o texto, chego a conclusão que me direcionar para os estudos é melhor coisa que tenho feito. Ler e assistir bons filmes, tem sido os meus hobbies....como é bom saber que há pessoas que distoam da maioria no sentido de nos fazermos entender o que as "grandes" mídias produzem. A vontade de ser jornalista não "secou", mas só de saber que talvez hoje estaria compactuando minhas observações nesses canais,não me arrependo de seguir no momento outro caminha profissional.Muito obrigado pelo artigo....Abraços GEDEON COELHO

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  3. Muitissimo obrigado meu amigo Orvandil pelos elogios sinceros de sua parte,concordo plenamente que a globo é o verdadeiro estuprador da sociedade com a sua alienaçao desenfreada.Abraços do seu amigo do restaurante GUILHERME SANTIAGO.

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