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quarta-feira

A luta pelos direitos homossexuais: é prioridade?




Prezados Jayme e Gregório

Minha infância e parte da adolescência se desenvolveram acostumadas a ver vocês dois a passear de mãos dadas pelas ruas de Alegrete - RS. Quando vocês se demonstraram homossexuais, obviamente chocaram muita gente. Lembro que muitos pais temiam que seus filhos homens seguissem os exemplos de vocês. Porém a cidade inteira habituou-se com seus gestos e trejeitos gays. Nunca soube de nenhuma violência perpetrada contra vocês além de algumas piadas e risos, isso no começo, até que todos os cercaram de carinho e de sentimento familiar. Claro, isso não tem relação com os preconceitos que o Brasil inteiro nutre contra os gaúchos. Aqui em Goiânia já ameacei de processo os preconceituosos que dizem que nós gaúchos somos necessariamente homossexuais, infestando e enfeitando seus preconceitos com piadas do tipo: “gaúcho é macho até debaixo de outro macho”.   Realmente não sei explicar de onde vem esse preconceito ao ponto de uma amiga minha me recomendar que quando eu me apresentasse a pessoas e a grupos de alunos/as não dissesse que sou gaúcho.  Ela é gaúcha e se intimida com a saraivada de piadas e cinismos de mau gosto. Eu realmente não gosto e não me sinto bem com tais preconceitos. Preconceito sempre é mentiroso e desumano.


Pois bem, vivemos nesse momento verdadeiro barulho nacional em torno da questão gay e homossexual.Primeiro, a aprovação da lei da união estável entre pessoas do mesmo sexo, assegurando direitos semelhantes aos dos casais heterossexuais, causou alvoroço. Agora o PL122 discute a possibilidade de emenda constitucional mudando um artigo atual que reza que o casamento se dá entre homem e mulher para outro texto que diga que o casamento se dará entre pessoas.  Isso possibilitará a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que facilitará, inclusive, a adoção de crianças por tais “casais”.  Em torno dos eventos união estável e mudança constitucional travam-se batalhas homéricas. 

Em Brasília sabe-se de passeatas de evangélicos raivosos contra o casamento de gays, em frente ao Congresso Nacional. Deputados evangélicos chegaram a pressionar o governo Dilma contra a cartilha que combatia a homofobia, que seria distribuída pelo Ministério de Educação, ameaçando assinar lista pró-CPI para investigar o ex-ministro Antonio Palocci. Aliás, é estranho que evangélicos que se dizem apolíticos (coisa impossível de o ser humano ser), quando se trata de atitudes moralistas e de direita dispõem-se a reunir multidões em torno do poder. Nunca soube-se de evangélicos em passeata pela reforma agrária, pelos direitos humanos, pelas outras reformas como as da comunicação, urbana, educação, trabalhistas, da saúde, pela soberania nacional, contra Israel e os crimes praticados em massacre aos palestinos etc. Mas em torno de questões moralistas colocam-se em rebordosa espumante, sem maiores conseqüências, na ânsia de preservar seus membros conservadores e seus dízimos.   

Ressalto, no entanto, que esse tema sobre o casamento homossexual desperta justo debate e polêmica. Digo mais: é bom que se debata exaustivamente esse problema, embora essa não seja a maior prioridade brasileira nesse momento. As estatísticas informam que o número de homossexuais é em torno de 5% da população. Segundo um juiz aqui de Goiânia, apenas 60.000 homossexuais desejam casar entre si. No Brasil há quase 200.000.000 de heterossexuais. Portanto, uma minoria deseja impor reforma constitucional sobre a maioria.


Amigos meus progressistas, portanto de esquerda, desejam debater essa questão e alegam que não são homofóbicos. Respeitam a opção sexual de cada pessoa. Mas o casamento gay os constrange. Pergunto: meus amigos têm ou não direito de debater essa questão, sem ser preconceituosamente enquadrados como homofóbicos? Penso que têm direito sim e merecem respeito. Muitos são educadores altamente qualificados, estribados em valores morais familiares sérios e enraizados. Os defensores do direito do casamento gay têm direito a opinar e a debater sim, mas têm o dever de escutar e de respeitar os direitos dos outros. Essa é a hora do debate respeitoso. O que não se deve é atacar as pessoas e agredi-las até fisicamente porque pensam e se posicionam de maneira diferente. 

Precisamos olhar e examinar a situação dos homossexuais. O que dizem as pesquisas sobre eles e elas? O que retrata o nosso cotidiano sobre essa questão? 

As pesquisas são unânimes em afirmar que os homossexuais padecem de baixa imunidade em virtude das tensões que vivem, apresentam altos níveis de Cortisol no cérebro, mantendo o nível de estresse muito alto o tempo todo, fragilizando a densidade óssea e a perda de memória. O hormônio também se relaciona à obesidade, insônia e a diversos sintomas, e até aos altos índices de suicídio. Pesquisas semelhantes afirmam que o homossexual tem maior vulnerabilidade ao suicídio (14 vezes mais chances de tentar tirar a própria vida) e também tendência à drogadição e depressão. “Já uma pesquisa brasileira, realizada na Unicamp e publicada em 2010 pelos pesquisadores Daniela Ghorayeb e Paulo Dalgalarrondo, do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Estadual de Campinas, verificou que entre homossexuais há maior prevalência de distúrbios mentais e atendimento em serviços de saúde mental. O estudo foi publicado no International Journal of Social Psychiatry e compara atendimentos a heterossexuais e homossexuais.” “A pesquisa identificou ao menos um distúrbio psiquiátrico em 41,7% dos homossexuais, enquanto entre os heterossexuais a taxa foi de 23,3%. Dos entrevistados, 56,7% dos homossexuais já haviam procurado ajuda médica, enquanto apenas 26,7% dos heterossexuais havia ido a um médico de saúde mental. A pesquisa concluiu que o impacto negativo na saúde mental dos homossexuais pode ter relação com a discriminação sócio-cultural enfrentada pelo grupo. Os autores relataram maior prevalência de depressão, risco de suicídio, uso de medicação psiquiátrica e psicoterapia no passado entre o grupo de homossexuais”.

Pessoalmente, embora não seja homofóbico, muito pelo contrário, tive amargas experiências com homossexuais, tanto na educação quanto na Igreja. Houve vezes em que me coloquei contra o mundo todo (embora a hipérbole -  isso é verdade e tenho testemunhas) ao lado de gays e fui fragorosamente traído por eles. Isto é, nunca os maltratei, pelo contrário, os defendi e fui inclusivo com eles. Mas tanto na igreja quanto na educação fui maltratado, judiado e decepcionado por eles. Psicopaticamente não tiveram compaixão de mim e movidos de ausência de sentimentos procuraram me destruir caluniando e difamando-me, um deles quase me levou à loucura real, contribuindo com meu desemprego e com a fome que passei, comportando-se de modo moralista às avessas ao empunhar bandeira sem causa contra mim. Seu comportamento foi reacionário e nazifascista, confirmando na prática o que indicam as pesquisas acima mensionadas. Um deles até era filiado a um partido que defende os homossexuais, mas seu comportamento foi  "heterofóbico" e odioso.

Portanto, é prematuro decidir-se sobre casamento de homossexuais sem a ampliação do debate e o aprofundamento dos estudos sobre essa situação, tanto do ponto de vista dos gays como da avaliação dos heterossexuais. Todos precisam  manifestar-se. O que não se deve aceitar são a chantagem e os golpes sujos da direita, como José Serra e o estreitismo de católicos e evangélicos praticados na campanha eleitoral do ano passado, colocando na boca de Dilma o que ela não disse.

É isso amigos, para contribuir com o debate em torno desse tema que, embora não seja prioridade social, a todos diz respeito.

Forte abraço e solidariedade em tudo.

PARA COMPARAÇÃO E CONSULTA:
Etc.

7 comentários:

  1. Gladis Morales:



    Olá,
    Concordo plenamente contigo quanto à prioridade do assunto. Faz-se necessário muito debate, ainda, sobre o tema.
    Quanta coisa tens para me contar...srrs
    Bjs

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  2. O que muitos pseudos intelectuais, politicos e afins estão fazendo é mudar o foco de coisas sensiveis a vida humana. Dignidade, não se mede pela orientação sexual. O que mais choca é se tanto pregam nos pulpitos religios que devemos amar o proximo. Grande falacia. O que os homossexuais buscam é a respeitabilidade. Que continuem o debate, mas saibam que a educação, a alimentação, o saneamento basico, o atendimento social não devem serem mantidos no escanteio.

    Gedeon Coelho

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  3. Olá Dom Orvandil,




    Li o seu blog e minha opinião é o seguinte...


    A constituição não permite o casamento homofóbico... O que foi decidido pelo STF foi a união estavel homoafetiva aplicando o dispositivo de que todos são iguais perante a lei independentemente de cor, raça, credo etc e também que Constituição não disse que a união estável existe "apenas" entre homem e mulher... Tanto é que o estado civil deles continua solteiros e não como casados...


    O que a Igreja pode fazer nesse caso é não deixar que aprovem uma lei permitindo o casamento por este ser uma instituição sagrada e que ocorre apenas entre marido e mulher.

    Para existencia de um Estado democrático de direito é preciso ter tolerância mas sem fazer apologia. É saber ser contra o homossexualismo mas sem desrespeitar e criminalizar o ser humano que escolha essa opção.

    Se essa pessoa for honesta, altruísta e o único problema seja a homoafetividade, então não cabe a nós condená-las juridicamente. É saber olhar isso com a visão de um antropólogo mas sem perder a sua própria fé. Nesses casos cabe é a Deus condená-los e não a justiça humana...


    Quanto a PRIORIDADE são a ética, a empatia, o amor ao próximo e a luta contra a corrupção. A bancada evangélica que está lá no Congresso Nacional não representa os ideais cristãos... Basta lembrar da chantagem de Garotinho & CIA em relação ao kit gay... Essa hora que o "recall eleitoral" se torna a ferramenta mais democrática de um Estado de Direito! Dúvido que todas as igrejas evangélicas concordem com aquilo...


    PS: Na minha opinião a pior decisão que o STF já tomou foi concordar com a anistia de Battisti. Aceitar uma Anistia na esfera PENAL ??? Acho que nem vou conseguir mais a minha cidadania italiana depois dessa... E o engraçado é que a esposa do Lula furou a fila e adiquiriu a cidadania italiana alegando que estava preocupada com o futuro dos filhos delas?

    Que futuro teremos nós brasileiros então??? Acho que essa anistia é apenas uma estratégia do governo brasileiro para iludir a esquerda internacional... Não entendo como querem lutar internacionalmente por direitos humanos se nem respetiam os índios aqui... Tudo isso faz parte desse imenos abismo de ilusões e miragens que estamos afundando.


    Imagina se os 22 milhões de descendentes de italianos no Brasil pudesse ter feito um RECALL ou um plebicito contra o presidente Lula?? Muitos poderes na mão de um presidente da república é tirânico... e o povo tem que simplesmente engolir isso... Que Estado democrático de direito é esse?? Além do mais quem escolhe os ministros do STF é o presidente da república assim como o procurador geral que não quis investigar Palocci...


    Quanto a presidente Dilma ela ganhou o meu apoio em vetar os absurdos do novo código florestal mas perdeu ao insistir em Belo Monte com a turma do Lobão. O governo dela é tudo na base da chantagem... E quem patrocinou as campanhas tanto de Dilma e Serra foram aqueles que estão interresado em Belo MOnte e no novo código florestal...


    Mandei até uns emails para a CNBB e gostaria que a Igreja Católica refleti-se sobre a TRANSFORMAÇÃO que se poderia fazer em pró da honestidade, do amor
    ao próximo, da empatia, do desenvolvimento sustentável e da luta contra a corrupção. O maior avanço da história desse país seria se fizessemos uma reforma política com um projeto de lei de iniciativa popular e que incluíssemos nele o recall eleitoral...


    Como consegui o meu email? Foi através dos emails que enviei a CNBB para o recall eleitoral?

    Prazer em conhecê-lo!


    abraços,


    Claudia

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  4. olá!

    Concordo que há grande necessidade de debate porque hoje as coisas são decididas no calor das emoções e não de forma estudada e analisada de forma mais profunda. tenho muitos amigos e amigas gays, sou simpatizante da 'causa' e nunca tive problemas graves com nenhum deles. mas, preciso concordar que muitos deles às vezes não entendem um posicionamento de ajuda vindo de heteros. eles estão tão acostumados a ficar na defensiva, que acabam atacando quem não merece.
    fico muito feliz em ver que sua posição em relação ao assunto independe de qualquer orientação - seja política ou religiosa. isso hoje é praticamente impossível, ainda mais vindo de alguém que faz parte de uma instituição como a igreja católica. isso é muito importante!

    grande abraço e fique com Deus!


    obs.: Ele também está comigo!

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  5. Parabens pelo texto e pela discussao, mas na realidade sonho com o dia em que nao precisaremos discutir generos e raças e sim discutir pessoas. Há muitas falacias e poucas ações, mas quando os interesses batem de frente, as atitudes falam ao contrario. Na discussao da homofobia ficou claro a todos, os interesses dos religiosos sem escrupulos,que passam as madrugadas gritando em suas igrejas eletronicas em busca de interesses pessoais. Enquanto isso nossas crianças sao violentadas, os idosos morrem nos leitos de hospitais, nossas escolas estão caindo aos pedaços,etc. É preciso que todos nós paremos de nos preocupar com aquilo que acontece com as pessoas da cintura pra baixo, mas sim com que os movem do pescoço pra cima, que na maioria das vezes é usada para interesses inescrupulosos.

    Muito obrigado pela espaço e parabens mais uma vez por romper preconceitos.
    A primeira pergunta deve ser feita a nós mesmos:
    -Eu sou preconceituoso?

    Jucilene Pereira Barros

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  6. Caro Dom Orvandil.

    Ao ler seu blog, nao pude deixar de observar o comentario da deputada Claudia .Há contradições no que disse. Uma das mais gritantes é citar o caso Battisti. Creio que ela precisa pensar a respeito, ele não é um preso comum, mas sim um preso politico e se trata de uma ideologia politica ao criticar o poder que foi dado ao ex- presidente Lula.Esquece-se que há dois Brasis. Um antes do ex-presidente Lula e outro depois ,onde há um repique de democracia e administração politica voltada para o povo, como ele mesmo disse: jamais visto na historia deste país. Portanto, discutir a homofobia, é romper com interesses religiosos e politicos e não com a fé pregada por Jesus, do amor incondicional.

    Muita obrigada pelo espaço.

    Deuzely Rodrigues
    Academica do curso de pedagogia PUC-GO
    Estudante do curso de extensão Introdução aos Estudos Africanos e Afro Brasileiros - Associação Perola Negra-Go

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  7. Karla Melo

    mostrar detalhes 15:24 (8 minutos atrás)

    Li a matéria pelo senhor postada e por ser eu uma feminista, de formação católica, mas já não mais religiosa e militante pela causa homossexual, ou seja, uma defensora dos direitos humanos acima de tudo, me vejo na obrigação de fazer algumas correções. Em primeiro lugar o PLC 122 não é uma Lei que discute ou modifica o que quer que seja com relação ao casamento homoafetivo, ele se refere a criminalização do ato de discriminar homossexuais,ou seja a homofobia, de forma análoga ao racismo que também é uma forma de discriminação, mas daí pela causa etnia ou raça, termo mais usualmente utilizado. Isso é uma coisa, outra coisa foi a decisão do supremo que prevê e sugere que o direito ao casamento no civil (e de forma nenhuma prevê ou sugere casamento no religioso) deve ser um direito garantido aos cidadãos homossexuais da mesma forma que aos cidadãos heterossexuais, pois nossa constituição garante que todos são iguais perante a lei, não cabendo discriminação com relação aos direitos que há todos é garantido, então o que seria normal é que NÃO deveria haver discriminação em relação a ORIENTAÇÃO SEXUAL (porque não existe uma opção em ser homossexual, da mesma forma que não se opta em ser heterossexual, é uma construção que acontece de forma natural no ser humano) e seu direito a contrair matrimonio, mas infelizmente não é essa a realidade. A decisão do Supremo, apenas reforça o que nossa constituição já promulga, mas infelizmente não é compreendida, como bem se vê em relação a sua matéria. Enfim, um direito já instituido há TODOS, NÃO DEVE SER CONCEDIDO PELA BENEVOLENCIA DE CIDADÃOS DESCONHECEDORES DA LEI, deve ser garantido, ponto e basta!

    em relação ao PLC 122 recomendo a seguinte leitura, para melhor entendimento: http://blogdopablobrandao.blogspot.com/2011/06/o-que-voce-deve-saber-sobre-o-plc.html?spref=fb




    Karla

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