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Educação de gente por gente


Prezada Profª Myriam Barbosa Guimarães

É um prazer conhecê-la, minha caríssima gaúcha atuante em Rio Verde – GO. Pois bem, vivenciamos dias produtivos e bonitos – de 19 a 20 de março deste ano -  aí em Rio Verde, quando trabalhamos o módulo “Docência no Ensino Universitário” ou “Metodologia do Ensino Superior”, em vários cursos de Pós Graduação. Trabalhamos em torno de três eixos teóricos e práticos:  as pessoas dos/as professores, as pessoas dos/as alunos/as e a educação como serviço e ação social em processo de transformação. 

Impressionei-me, querida colega Myriam, com a realidade dos/as professores/as. Na condição de membros da sociedade, onde trabalhadores são maltratados há décadas, percebe-se o alto nível de sofrimento, desgaste salarial, emocional e da saúde dos/as educadores/as. Muitos/as carregam cicatrizes profundas que se assemelham a tantas pessoas atacadas por maus tratos, abusos, injustiças e carências em inúmeros aspectos da vida. Achei interessante quando muitos/as colegas se apresentaram e expuseram corajosamente suas dores e chagas, de causas sociais, econômicas e familiares.  Isso é positivo, pois não há como pensar a realidade das pessoas dos/as mestres/as sem que se seja honesto na exposição dos limites e sacrifícios de nossos/nossas companheiros/as. Integramos uma sociedade assolada por ditadura cruel, que mentiu, prendeu, torturou, matou cidadãos/ãs brasileiros/as, roubou nossa soberania e nossas riquezas em favor do imperialismo internacional. Depois fomos assaltados pelo neoliberalismo de Collor, posteriormente retomado por FHC, que desempregou, rebentou a educação, a saúde, a segurança, a produção, promoveu a mais fantástica concentração de renda e submissão vergonhosa aos apetites insaciáveis do norte. Tudo aconteceu com enormes conseqüências para quem trabalha. Efetivamente nós professores não passamos livres por esses tempos de horror. Ainda sofremos as graves decorrências do estupro social, político e econômico que nosso povo sofreu. O empobrecimento atingiu a todos/as nós. A educação não ficou fora dessa política injusta que se abateu sobre nosso país.  Fecharmos os olhos para essa realidade é nos iludirmos como tapar o sol com uma peneira. 

Porém, querida Myriam, ao percebermos que somos resultados das mesmas injustiças brutais que atingem os/as trabalhadores/as das cidades e dos campos associamo-nos à mesma luta e encontramos nosso lugar no processo educacional. A educação tem que ser processo político-ideológico de conscientização de nossos/as alunos/as e seus familiares sobre essa realidade. Há que praticarmos a “ensinagem”, como diz uma de nossas autoras, no sentido de que os/as alunos/as sejam motivados a ensinar e a aprender o que sabem e a receber dos/as outros  o que não sabem. 

É preciso ler dialeticamente toda essa realidade educacional. Assim como os/as professores/as sofrem são grandes heróis/heroínas e lutadores/as. Um dos depoimentos dados aí mostrou que uma professora se formou contra a vontade de toda a sua família, movida exatamente por grande amor a educação.  Muita gente é assim. Hoje à noite ainda conversei com uma professora alimentada por esse amor. Ela exala entusiasmo pelo o que faz e com quem faz. Nossos/as mestres/as têm que se associar a todos/as os/as trabalhadores na luta por novas condições educacionais, sem choradeiras. Dando liçõezinhas desvinculadas da realidade não levará a nada.  A realidade tem que ser o ponto de partida e o ponto de chagada da educação.

Outro fato que me emocionou foi o de encontrar o pastor psicólogo Antonio Carvalho. Tive excelente impressão dele. Pareceu-me ser homem culto e humilde, profundamente envolvido com os problemas da comunidade. Honrei-me em contá-lo como meu aluno. Da mesma forma a pastora Priscila. Uma mulher simpática, dinâmica e, além de ser ministra evangélica, é professora detentora de grande experiência docente, até como diretora de escola. 

Então, queridos/as e colega Myriam, foram dois dias de convivência com mais de 60 pessoas, entre professores/as, psicólogos/as, advogados/as, religiosos/as etc. Foi um dos grupos mais enriquecedores com quem convivi em Goiás, graças à minha querida amiga Profª Sandra Xaves, ilustre diretora do Instituto ConsciênciaGo. Trabalhei com vocês carregando meu coração nas mãos e segurando as lágrimas em virtude de uma grande decepção pessoal que vive naquele mesmo fim de semana e pela a amargura em virtude da invasão da Líbia pelo mentiroso e falso Barack Obama, que invadiu nosso país, numa infeliz visita à Presidenta Dilma, ao governador Sérgio Cabral do Rio e a empresários brasileiros puxas saco do imperialismo, principalmente essa mídia ajoelhada e anti-patriótica que nos perturba. 

Espero nos reencontrarmos aí em Rio Verde com muitos/as de vocês nos dias 21-22 de maio na realização do Projeto EU e TU PARTEIROS de SONHOS. 

Forte abraço para ti e para os professores Humberto e Sílvio, que juntos contigo coordenam aí nosso projeto acima mencionado.

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