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terça-feira

Análises e Posições Políticas (IV)

Dilma Rouseff


Cada vez se evidencia mais que as pessoas, ao se candidatarem a cargos públicos e ao se submeterem aos votos populares, deixam de ser meros indivíduos para representar jogo significativo de interesses e de projetos que envolvem muita gente. É vazio e inapropriado pensar e dizer que votamos em pessoas e não em partidos. As pessoas se candidatam e se elegem por partidos, que sintetizam interesses, pensamentos e idéias de partes da sociedade. Não existem candidatos/as individuais, mas pessoas que assumem idéias e projetos de partidos e de grupos por estes oficializados.

Pois bem, nas crônicas II e III identifiquei de que lado Marina e Serra estão. Eles estão no campo da direita no Brasil e no mundo. Representam interesses antinacionais, impatrióticos, de matrizes econômicas e políticas que atentam contra a maioria de nosso povo em forma de desemprego, desnacionalização da economia, da concentração de renda, da perversão social que joga milhões de brasileiros/as na miséria, esvaziamento de investimentos sociais, criminalização dos movimentos sociais etc. A passagem de José Serra pelo Governo de FHC e pelo governo de São Paulo atesta inequivocamente seus compromissos com que acabei de escrever. Basta que se examine a realidade. Seus discursos e os de seus apoiadores reafirmam inconteste o desejo de destruir o pouco que o Governo Lula conquistou e de reimplantar o neoliberalismo aqui, arrastando o Brasil para o buraco pantanoso da submissão à jogatina criminosa internacional. Portanto, não se trata de derrotar as pessoas José Serra e Marina Silva, mas o projeto pecaminoso e diabólico que simbolizam.

Uma vez entendido que as pessoas representam interesses de alguém, que ultrapassam suas pessoas individuais, pretendo, modestamente, descrever de que lado está Dilma Rousseff, candidata a Presidenta do Brasil por um conjunto de partidos e de desejos.

1. Família e formação

Dilma Rousseff é filha de pai imigrante búlgaro, advogado e mãe fluminense, professora. Recebeu formação primária e média excelente, primeiro de escola particular e depois de escola estadual, dos bons e memoráveis tempos em que a educação no Brasil foi de excelência, principalmente no campo humanístico. Sua família é harmônica e tranqüila. Na infância e em boa parte de sua juventude Dilma conviveu com amigas e pessoas que se reuniam em família afetivamente acolhedora e serena.

Quando se transferiu para escola estadual em Belo Horizonte já respirava o clima do golpe e da ditadura no Brasil, pós 1964. O grêmio estudantil de sua escola, como tantos outros pelo Brasil adentro, se transformou em ambiente de debate e de agitação política. Inteligente, Dilma se envolveu naquela realidade. A realidade incidiu sobre sua inteligência e a sensibilizou patrioticamente com a brutal situação a que foi submetida nossa democracia. Iniciou seu envolvimento político e não parou mais. Graduo-se em economia e de economia entende muito.

2.  Matriz política

Via de regra as pessoas são filhas das circunstâncias. Dilma também o é. Muitas vezes nossas opções são feitas a partir da realidade objetiva e não de desejos subjetivos. Estes valem quando acertamos a partir da ética justa. A candidata Dilma soube combinar desejo com a realidade circunstancial. Vejamos:

a)a guerrilheira: é preciso afirmar que há uma direita histórica e perversa no Brasil. Estudos e debates que veremos sobejamente neste ano eleitoral confirmam e confirmarão as raízes históricas dessa direita brasileira, a mais perversa, criminosa e impatriótica da América Latina. Ela tem representantes em todas as instituições sociais: no Estado (executivo, legislativo e judiciário), nas religiões, nas famílias, na mídia, na educação, no empresariado etc. A direita é farisaica, no dizer do Novo Testamento. Ela é hipócrita e cínica. Suas características são os preconceitos, as discriminações, a elitização, a crueldade, a infâmia, a mentira, o banditismo, a manipulação, as barganhas interesseiras, utilitárias e golpistas, é moralista, como cabe ao farisaísmo etc, etc. Ora, essa direita está viva no Brasil. Ela ama pegar aspectos pontuais das vidas das pessoas e generalizar como “defeitos” e “pecados” irrecuperáveis. Em cima disso inferniza e calunia, sem o menor senso histórico e circunstancial. Essa direita tem seu candidato a Presidente e inúmeros aos parlamentos e governos estaduais. Ela tem a poderosa mídia nas mãos. Evidentemente que investirá de todas as maneiras para desgastar Dilma, com o objetivo de eleger o seu candidato.

O fato de Dilma Rousseff ter sido guerrilheira, por exemplo, é alvo da direita. Esta jamais dirá que bandidos e terroristas foram os que golpearam o Brasil com o golpe militar e com o neoliberalismo de FHC. Jamais reconhecerá que Dilma e inúmeros/as brasileiros/as pegaram em armas sim, mas para defender nosso País e retomar a democracia que os traidores roubavam. Dilma nem ninguém defenderam a violência, apenas não se acovardaram e lutaram contra a barbárie imperialista que a direita implantou entre nós.

Outro dia uma mulher entrou num instituto de beleza aqui perto de casa e gritou: “gente, eu não vou votar nessa Dilma, ela é terrorista”. E afirmou isso de modo autoritário, sem espaços para o debate e para a reflexão. A direita é assim: é autoritária e dona da verdade. Um vizinho dono de uma locadora aqui perto de onde moro fala mal de Lula e de Dilma e defende Serra. Ele não dá espaço para o arejamento, porque é de direita ou um iludido.

Porém o que a direita ideológica declara ou o que os ignorantes afirmam, na verdade, é orgulho para os patriotas e democráticos. Dilma lutou de armas em punho para defender nossa democracia e nosso povo, não por ser bandida ou golpista antidemocrática. Ela não foi a única a se somar à luta dessa forma. A história está grávida de testemunhas maravilhosas e heróicas, que lutaram de armas em punho, homens e mulheres, de forma corajosa e comprometida. Dilma honrosamente é uma dessas. A direita que agüente, mas isso nos honra muito;

b)mais trajetória política:  tive o privilégio de conhecer Dilma pessoalmente no RS e no MS. Encontramo-nos umas duas ou três vezes. Na primeira já fiquei impressionado com ela. Convidada para fazer análise de conjuntura num encontro ecumênico na casa Pe. Jorge em Porto Alegre demonstrou enorme honestidade e firmeza intelectual. Desde o início de sua fala declarou que sua análise era a partir de uma visão partidária e que reconhecia que havia outras percepções, mas que a dela era a do PDT, onde militava naquela oportunidade. Personalidade forte, sempre foi e é muito honesta em suas posturas. Ontem assisti o debate que fez na TV Cultura e a percebi da mesma maneira, honesta, correta, transparente, comprometia, séria, embora mais madura e preparada para acolher as idéias e pessoas diferentes.

Dilma, a partir de sua cruzada política, construiu enorme experiência política e de governo. Além de militante desde muito jovem foi Secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre, Secretária de Energia, Minas e Comunicação duas vezes no RS, Ministra de Minas e Energia e da Casa Civil no Governo Lula, com extraordinária competência. É chamada de a mãe do PAC, inspiradora de inúmeros projetos e subprojetos sociais e de obras que implicam em distribuição de renda e de geração de milhões de empregos. Sua visão é de fortalecimento do Estado, ao contrário dos neoliberais e seu candidato Serra, que propugnam pelo fortalecimento do deus mercado. Defende vultos significativos de investimentos sociais, empregos, desoneração das folhas e dos investimentos. Apóia a inclusão de mais 24 milhões de brasileiros/as que ainda vivem com menos de meio salário mínimo. Reforça a luta organizada e o direito a pressão por parte da classe trabalhadora, seus sindicatos e centrais sindicais. Reconhece que há muito a se fazer por mais desenvolvimento e riqueza democrática em nosso País.

3. Conclusão

As pessoas no campo político se encharcam do projeto a que se submetem. Serra é “transversado” pelo neoliberalismo, que tanto desgraçou nosso País, implicando na própria falência do Estado brasileiro. Para uma significativa maioria Serra não serve ao Brasil como Presidente. Ele representa traição, “vendilhismo” de nossos bens públicos, criminalização e rebaixamento dos direitos humanos, conchavo com as elites brasileira e internacional, putrefatas e desejosas de arrebentar com tudo o que é nosso. Sua posição seria o grito de D. Pedro ao contrário: “Dependência ao Norte”.

Dilma não é produto dela mesma. Ela integra o bojo da história de desenvolvimento nacional que vem de Tiradentes, passando por Getúlio Vargas, Juscelino, Jango e Lula. Ela é parte da correnteza caudalosa que empurra o Brasil para frente, carregado das tintas da democracia em todos os sentidos: direitos humanos, direitos econômicos, direitos políticos, direitos culturais, direitos sociais etc. A partir do Presidente Lula Dilma é a exigência de avanço e aprofundamento do desenvolvimento e do progresso em todos os sentidos. Bem ao contrário de José Serra, que já deu provas do que é capaz de estragar tudo o que conquistamos.

Votar em Dilma é questão de amor a Pátria, a Nação, ao País e ao nosso Povo. Não é questão redutiva de escolha pessoal. Os vocacionados não se pertencem, mas pertencem a humanidade.

1 comentários:

  1. Perfeito meu amigo, uma análise crua, como dizemos aqui: Pondo os pingos nos iiii...

    Vou transcreve-la.

    Saúdo-o e a todos aqueles que ao seu lado caminham. Paz e Pão, Alex Prado.

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