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Gaza e a hipocrisia dos líderes mundiais

6 DE JANEIRO DE 2009 - 14h00
''É uma vergonha a comunidade internacional ficar em silêncio sobre esses assassinatos em massa''. A frase do médico palestino Ahmed Khalaf, diretor do hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, reflete a perplexidade com que os povos assistem, desde o dia 27 de dezembro, ao violento e massacrante uso da força militar de Israel contra a população palestina, sob o pretexto de liquidar capacidade de resistência do Hamas, o grupo que dirige o governo local desde a eleição de 2006.

O pretexto atual da agressão militar de Israel é o rompimento da trégua que durou seis meses e, não tendo sido renovada, terminou em dezembro. Israel acusa o Hamas de lançar foguetes contra seu território, mas esquece suas próprias, e muito mais graves, violações daquele acordo: manteve o bloqueio da Faixa de Gaza, embora o acordo previsse a abertura das passagens entre os territórios palestino e israelense, impediu a entrega da ajuda humanitária internacional para a população e manteve sua política de assassinato de lideranças palestinas, matando seis líderes do Hamas em novembro.

Os povos assistem perplexos também à hipocrisia das lideranças da ''comunidade internacional'', que dizem discordar da agressão militar mas não agem para transformar suas palavras em ações efetivas pela paz, pelo respeito aos direitos do povo palestino e pela contenção da insânia bélica do governo de Tel Aviv.

George Bush, o ''pato manco'' que, até 20 de janeiro, vai ocupar o governo dos EUA, já manifestou sua previsível opinião pró-Israel. Ele reconhece, na agressão militar israelense, a mesma insânia com que os EUA, nos últimos oito anos, agrediram os povos dizendo ''combater'' o terrorismo. Coerente com o extremismo de seu atual dirigente, a diplomacia de Washington vetou, no dia 3, uma moderada declaração do Conselho de Segurança da ONU que, longe de condenar Israel, pedia apenas um cessar fogo e manifestava preocupação ante a violência. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que tenta ocupar o vácuo político das lideranças mundiais, saiu-se com uma no cravo, outra na ferradura: rejeitou a violência de Israel, mas acusou o Hamas de agir de forma ''irresponsável e imperdoável''.

Enquanto isso, as bombas e os tanques de Israel matam palestinos em Gaza. A crise humanitária, que a propaganda israelense esconde, é grave e profunda. Há falta de remédios, comida, água, gás, energia elétrica, comunicações. O atendimento médico aos feridos é precário, e muitos não conseguem chegar aos hospitais e centros de atendimento por que os tiroteios não permitem. Uma criança que saiu para o quintal de casa para um prosaico banho de sol foi morta por tiros israelenses. As crianças são de novo as grandes vítimas: são mais de 100 entre os mais de 540 mortos palestinos; há ainda 2.000 feridos, e pode-se adivinhar que muitos são meninos e meninas.

O genocídio praticado por Israel tem a mesma natureza e extensão das agressões dos nazistas de Adolf Hitler contra os povos dos países ocupados. O pretexto de desarmar o Hamas é um biombo frágil para esconder os interesses políticos, militares e econômicos da máquina de guerra de Israel e dos negócios que giram em torno da ''segurança''. E não consegue disfarçar a intenção de criar para o novo presidente dos EUA, Barack Obama, que assume o cargo dia 20 um fato consumado que dê uma sobrevida à política que Israel mantêm na região e que Bush apoiou com ênfase. Obama será forçado, na calamitosa situação atual, negociar um cessar fogo e o atendimento humanitário às vítimas de Israel, deixando para depois a negociação da paz e da construção do Estado Palestino.

Ao colocar no mesmo plano os ataques do Hamas e de Israel, a hipocrisia dos líderes mundiais parece ''esquecer'' os verdadeiros objetivos da agressão israelense. E cobre-se, ao fazê-lo, com a vergonha denunciada pelo médico Ahmed Khalaf.

Fonte: www.vermelho.org.br ( Editorial)

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