Prezado
Professor Renato Lopes
Agradeço-lhe pelo estimulante comentário que postou neste
blog. O amigo é mais um carioca que se manifesta nessa luta por um Brasil mais
justo e amoroso. Escreva sempre que quiser.
Uma das variáveis significativas que regurgita nessa reta
final do segundo turno é o ódio visceral, enfezado e concreto de setores à
direita, do espectro social dominante brasileiro, marcadamente arrogante.
Sabemos que o ódio é produzido no mais profundo recôndito da
alma humana, diferentemente dos animais das outras espécies, que atacam apenas
para se alimentar ou para se defender, como conceitua a estrutura instintiva
natural.
Lá na sua alma o ser humano que odeia arquitenta a quem
odiar, porque odiar e como realizar as obras do ódio.
Nesse sentido, como o amor, o ódio não se contenta em ser
apenas conceito, ideia e imaginação. O ódio é carente de realização e de
ataques.
O acontecer do ódio se viabiliza mediante a mentira, a falsificação
agressiva da verdade dos fatos, com o objetivo de negá-los. Sua filha é a
discriminação e o seu filho é o preconceito.
Os irmãos preconceito e descriminação precisam afirmar
alteradamente que negros não são gente, que não são iguais aos brancos
privilegiados dos clãs racistas de São Paulo, por exemplo, de que são inferiores
e que seu lugar é a senzala e o chiqueiro cuidando dos porcos, os jardins e as
cozinhas dos brancos endinheirados; que nordestinos são pestes que deveriam
retornar ao Nordeste de onde nunca deveriam sair. Preconceito e discriminação
afirmam-se pela homofobia, também. Homossexuais são frequentemente alvo de
agressões, ferimentos e até morte, porque os odiosos não toleram diferenças.
Preconceito, discriminação e homofobia compõem sua família com o irmão
fundamentalismo, que arrasta os fariseus de igrejas a interferir nas eleições
para impor seus dogmas atrasados. E o fazem necessária e repetidamente por
meios violentos e desrespeitosos. Nesse seu que fazer os fundamentalistas
formataram alguns ícones perversos do ódio como Jair Bolsonaro,
reconhecidamente nazista, Silas Malafaia, que fez o casamento do primeiro e é
seu amigo, também fanático homofóbico, reconhecidamente grosso e mal educado.
Marcos Feliciano, vazio de respeito e de conteúdo, cantor raso gospel e
deputado federal, amplamente consagrado nas urnas graças a um eleitorado que
bebe nas mesmas fontes homofóbicas do ódio é outra representação do ódio
homofóbico.
Agora apareceram outros agentes do ódio. Todos são direita
militante, fascista, desbocada e expressamente violenta. Ancelmo Gois conta em
seu blog um exemplo virulento desse
tipo de agente do ódio. “Gregório Duvivier almoçava ontem no Celeiro, no
Leblon, quando um sujeito disse que não ficaria mais ali porque ia “acabar
metendo a porrada” nele. O talentoso ator e escritor ficou calado.
Mas o agressor continuou o xingamento, dizendo que ele era da “esquerda caviar” e que deveria estar almoçando no bandejão, “já que gosta tanto de pobre”. Meu Deus!”
Outro caso que repercute é o protagonizado pelo agressor de
mulheres, ator Dado Dolabella, da campanha de Aécio Neves, o candidato
neoliberal de direita. Dado é, conforme 3 denúncias à polícia, acostumado a
bater em suas ex-namoradas, como Luana Piovani, Eliza Joenck e Viviane Sarahyba.
Esse direitista obtuso somou-se às ofensas do delinquente rico que tentou
humilhar o grande ator e poeta Gregório Duvivier no restaurante do Leblon, no
Rio de Janeiro, exemplo acima relatado por Ancelmo Gois. Na sua página no
Facebook, onde faz propaganda para o candidato a presidente também acusado de
bater em mulher, escreveu violentas acusações a Duvivier pela dicisão deste de
apoiar a reeleição da Presidenta Dilma: “Na boa, alguém que fala 'estou com
Dilma', para mim, soa tipo: 'estou com ebola'. Digno de pena e reclusão da
sociedade. Um marginal. Diante de tanta corrupção comprovada! Só não mais
contagioso, porque não é todo mundo que é acéfalo! Tenho certeza que você não é
'Folha' da mesma pasta que essa escória. Mas está mal influenciado" (leia mais).
É assim e aí estão as provas do ódio que a direita derrama
sobre a sociedade. Não é apenas sentimento que nasce na alma. O ódio dos
sujeitos desse setor dominante é postura ideológica que nasce na condição de
classe dominante, altamente seletiva e concentradora de privilégios e de poder
econômico. Ninguém, para esses odiosos, merece consideração nem respeito por
desejar e lutar por outro modelo de sociedade que não seja este vampiresco e
bandido, como o deles, em cujo esgoto se alimentam e cultivam seu ódio.
Em virtude do alto grau de mentira - de uma mentira doentia,
endêmica e perversa - essa gente não consegue ver nada de bom no projeto
representado pela Presidenta Dilma. Para os militantes do ódio, sejam eles
religiosos, ateus ou agnósticos, tudo o que cheira povo é ruim e deve ser
desprezado como Cuba e Venezuela. Eles são páreas humanas. Não é que creiam ou
defendam o candidato eoroportuário familiar e que acreditem em alguma coisa.
Tudo o que importa para eles é destruir alguma coisa que represente
empoderamento e dignidade para nosso povo centenariamente injustiçado.
Aécio Neves carrega ou é carregado por um gigantesco palco
dos atores do ódio, prontos a contar com ele para gerar desemprego, rebaixar
salários, promover desgraças de todas as ordens enquanto se apossam das
riquezas de nosso País para completar seus privilégios. Investimentos nos
pobres, na juventude, na sociedade, nos trabalhadores é corrupção para eles.
Roubo através dos assaltos promovidos pelos bancos e pelo mercado é regulação
da economia.
Ainda bem, meu querido professor Renato Lopes, que há pessoas
como o amigo, que são virtuosas e capazes de amar e de não faltar com o
respeito com ninguém. Aliás, nunca vi alguém que ame o povo e pessoas de esquerda
se comportar com o ódio avassalador que move os agentes de direita.
Abraços críticos e fraternos na luta por justiça e paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano, sem medo
do ódio.
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