Queridíssimo amigo Advogado Astrobaldo Ferrenhoto
Acompanho interessado o teu trabalho dedicado à justiça, digo
JUSTIÇA com letras maiúsculas, a que se interessa pela causa dos direitos
humanos, dos que carregam os donos da casa grande sobre as costas feridas.
Permito-me comentar contigo e com meu meio milhão de
leitores/as sobre os atos pseudo justiça do ministro Gilmar Mendes.
Antes me permite que afirme que o STF balança com a limpeza
que se inicia com a aposentadoria de Joaquim Barbosa, o desastrado servidor dos
privilegiados da pior espécie social, os que corrompem a justiça e os direitos
humanos em nosso País. Para esse setor a balança símbolo da justiça tem um só
prato, o que se inclina para o lado dos interesses deles, contra todos os
direitos e verdades sociais.
Nossa sociedade brasileira não somente clama por justiça, mas
pressiona a partir das ruas e dos espaços online em favor de um poder judiciário
que defenda a verdade dos sempre excluídos da justiça. O grande jurista DalmoDallari escreveu competente artigo analisando a atual situação da justiça e pedindo por um novo STF.
De há tempos esse STF é cansativo, caro e pesado para o
Brasil. Muitos de seus membros, além de atuarem teatralmente em benéfico dos
privilegiados, têm raízes profundas vinculadas e alimentadas pela escória mais
putrefata de nossa elite dominante. Infelizmente, como afirmei exaustivamente,
Joaquim Barbosa negou suas origens negras e pobres para servir de esteio a esse
setor sombrio.
Joaquim Barbosa saiu do STF nos braços da mídia hegemônica em
busca de mais ganhos e bajulações. Mas ainda restam na suprema corte maus
exemplos que o povo precisa extirpar de lá.
Parece consenso que o pior deles e que funciona como
verdadeiro tranca rua é Gilmar Mendes. Este ministro é sempre destacado junto às
piores jogadas da classe dominante. Na farsa da bolinha de papel de José Serra na
campanha eleitoral à presidente lá estava ele para proteger seu pupilo. Nas
políticas de bandidagens de membros de sua família em Mato Grosso lá envolve-se
o ministro e grande proprietário rural, um dos setores mais conservadores e
concentradores de riquezas e de rendas de nosso País. No famoso caso do
banqueiro mais corrupto – há alguma diferença entre eles? – Daniel Dantas, lá participa
Gilmar Mendes para ampará-lo invertendo o processo contra os que o impetraram,
sombreando todas as investigações.
O caso recente de Demóstenes Torres é, talvez, o mais
clamoroso de todos. Ora, todos sabemos o quanto este cidadão é corrupto,
mentiroso, daninho aos interesses públicos, criminoso cuja conduta de
participação e testa de ferro de um dos maiores bicheiros brasileiros, Carlos
Cachoeira, é inegável. Aqui em Goiás os cidadãos mais humildes e desinformados
são convictos dos envolvimentos imorais deste cínico ex-senador com o
contraventor. Todos aqui sabemos que ele tentou apoio do governo Lula para ser seu
ministro da justiça como trampolim para o STF. Propôs-se a mudar de partido com
esse objetivo. Como não conseguiu tentou derrubar o governo Lula inventando
mensalões e outras gigantescas armações. No coração de Demóstenes sempre o
motivo eram os negócios de seu amigo Carlos Cachoeira, patrocinador e usuário
de suas campanhas ao Senado e ao governo do Estado de Goiás.
Pois bem, Gilmar Mendes é amigo íntimo e protetor dos
interesses de Demóstenes. De tabela seria também de Cachoeira? Luis Nassif assim
testemunha a amizade entre Demóstenes e Gilmar Mendes: “No dia em que caiu a
casa de Demóstenes Torres, com a denúncia sobre suas ligações com Carlinhos
Cachoeira, o Ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) estava
em seu apartamento, consolando o amigo.
São relações antigas, pessoais” (leia mais aqui).
São amizades e defesas de interesses, os interesses dos que assaltam
a economia do País, dos que sangram os que produzem para enriquecer
concentrando rendas.
Na linha de defesa de interesses espúrios vale a Gilmar
Mendes usar o cargo de ministro do STF para reintegrar Demóstenes ao cargo de
defensor público em Goiás, atropelando denúncias e processos de seus colegas,
que o conhecem bem aqui.
Gilmar Mendes, repito sem cansar-me, é um dos casos carentes
de limpeza do STF e da justiça de nosso País. É mau exemplo.
Gilmar Mendes esquece de que não vivemos mais nos tempos da
ditadura dos arranjos e das acomodações dos pilantras nos altos cargos da
República, com o objetivo evidente de servir de guarda-chuva para os apátridas.
Sinceramente, meu amigo Astrobaldo, sinto enorme tristeza com
o uso que malversadores do poder fazem de nossas instituições públicas e do
quanto atuam para proteger esquemas e projetos imorais contra a sociedade. Usam
de todos os recursos da inteligência e das mais sofisticadas artimanhas para manter
com empregos e bons salários os menos dignos, seus amigos e inimigos do povo.
Aqui neste vale de um mercado perverso e injusto as pessoas “dão
duro” e sofrem para manter-se nos empregos, sem a menor proteção dos que por
quaisquer razões, até por rixas pessoais, por preconceitos e por espíritos
pequenos, sempre prontos a perseguir e a punir, demitem e fazem o troca-troca pelos
puxa sacos e incapazes. Enquanto isso, os poderosos amparam bandidos no uso das
instituições públicas para obtenção de altos salários e como trampolins para os
negócios escusos e sujos.
Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
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