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quinta-feira

Texto esclarecedor sobre as contradições entre a Globo e o povo







Prezado Jornalista (com “J” maiúsculo) Paulo Nogueira


Sou grato por ser conhecido do amigo e por me ajudar a corrigir um erro que cometi, até porque me encontrava com a saúde abalada e quase não enxergava naquele momento. Não lembro bem, mas citei erradamente a autoria de um texto atribuindo-a a outra pessoa. O amigo jornalista respeitosamente me corrigiu indicando seu verdadeiro autor. Atitude ótima e humilde. 


Aprecio imensamente o seu robusto e talentoso site. Ao comentar muitas de suas matérias inteligentes e cultas o amigo não se furta de sempre me deixar um abraço. Que boa essa comunicação. 


Claro, numa certa oportunidade lhe enviei um texto para que o caro amigo o avaliasse quanto à possibilidade de publicá-lo e me propus corrigir o que não se enquadrasse na filosofia de seu portal, como acontece com outros que publicam alguns de meus textos. Lamento que o amigo se quer respondeu para dizer que o material não servia ou para dizer que era uma porcaria. Mesmo triste com a ausência de resposta não harmônica com seu espírito continuo seu admirador e frequentador aprendiz de seu site. 


Muitas de suas matérias e de sua competente equipe de colaboradores são contribuições inestimáveis para ajudar no parto da verdade. 


Exalto como importante o seu artigo que reproduzo abaixo, rico na demonstração da justiça que geme em se afirmar em meio a tantos entulhos opressores como os representados pela Globo e pela mídia mentirosa. 


Seu artigo, grande jornalista profeta Paulo Nogueira, leva a gente da inspiração para a luta representada pelo bolivariano Hugo Chávez à sensação de tristeza pela mesquinharia, safadeza e golpismo da Globo, que  tritura e mata os fatos do povo e sua ânsia por justiça social. 


Parabéns pelo amigo ser o que é e agir diuturnamente na denúncia contra a barbárie praticada pelos ladrões que recebem vultosas verbas do Estado e as usam para matar a liberdade popular de lutar por sociedade justa. O amigo usa seu saber e conhecimento adquiridos pela observação aguçada de quem trabalhou em órgãos mascarados e especialistas em mentir e subornar a verdade. O amigo não foge, mas aplica o que sabe para denunciar os vermes que se criam e engordam nas sombras e cloacas do poder econômico.


Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.

Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano, em todas as situações. 

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Por que a Globo é contra o governo venezuelano



Postado em 20 Feb 2014
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Noto, nas redes sociais, revolta contra a maneira como a Globo vem cobrindo a crise na Venezuela.
A Globo ataca, ataca e ainda ataca o governo eleito.

Não existe razão para surpresa. Inimaginável seria a Globo apoiar qualquer tipo de causa popular.
O problema começou com Chávez.

Chávez e Globo tinham um história de beligerância explícita. Ambos defendem interesses antagônicos.
Se estivéssemos na França de 1789, a Globo defenderia a Bastilha e Chávez seria um jacobino. Em vez de recitar Bolívar, ele repetiria Rousseau.

Chávez cometeu um crime mortal para a Globo: não renovou a concessão de uma emissora que tramara sua queda. Veja: um grupo empresarial usara algo que ganhara do Estado — a concessão para um canal de tevê — para tentar derrubar o presidente que o povo elegera. Chávez fez o que tinha que fazer. E o que ele fez é o maior pesadelo das Organizações Globo: a ruptura da concessão.

Há uma cena clássica que registra a hostilidade entre Chávez e a Globo. Foi, felizmente, registrada pelas câmaras. É um documento histórico. Você pode vê-la no pé deste artigo.

Chávez está dando uma coletiva, e um repórter ganha a palavra para uma pergunta. É um brasileiro, e trabalha na Globo. Fala num espanhol decente, e depois de se apresentar interroga Chávez sobre supostas agressões à liberdade de expressão.

Toca, especificamente, numa multa aplicada a um jornalista pela justiça venezuelana.

Chávez ouve pacientemente. No meio da longa questão, ele indaga se o jornalista já concluiu a pergunta. E depois diz: “Sei que você veio aqui com uma missão e, se não a cumprir, vai ser demitido. Não adianta eu sugerir a você que visite determinados lugares ou fale com certas pessoas, porque você vai ter que fazer o que esperam que você faça.”

Quem conhece os bastidores do jornalismo sabe que quando um repórter da Globo vai para a Venezuela a pauta já está pronta. É só preencher os brancos. Não existe uma genuína investigação. A condenação da reportagem já está estabelecida antes que a pauta seja passada ao repórter.

Lamento se isso desilude os ingênuos que acreditam em objetividade jornalística brasileira, mas a vida é o que é. Na BBC, o repórter poderia de fato narrar o que viu. Na Globo, vai confirmar o que o seu chefe lhe disse. É uma viagem, a rigor, inútil: serve apenas para chancelar, aspas, a paulada que será dada.

“Como cidadão latino-americano, você é bem-vindo”, diz Chávez ao repórter da Globo. “Como representante da Globo, não.”

Chávez lembrou coisas óbvias: o quanto a Globo esteve envolvida em coisas nocivas ao povo brasileiro, como a derrubada de João Goulart e a instalação de uma ditadura militar em 1964.

Essa ditadura, patrocinada pela Globo, tornou o Brasil um dos campeões mundiais em iniquidade social. Conquistas trabalhistas foram pilhadas, como a estabilidade no emprego, e os trabalhadores ficaram impedidos de reagir porque foi proibida pelos ditadores sua única arma – a greve.

Não vou falar na destruição do ensino público de qualidade pela ditadura, uma obra que ceifou uma das mais eficientes escadas de mobilidade social. Também não vou falar nas torturas e assassinatos dos que se insurgiram contra o golpe.

Chávez, na coletiva, acusou a Globo de servir aos interesses americanos.

Aí tenho para mim que ele errou parcialmente.

A Globo, ao longo de sua história, colocou sempre à frente não os interesses americanos – mas os seus próprios, confundidos, na retórica, com o interesse público, aspas.

Tem sido bem sucedida nisso.

O Brasil tem milhões de favelados, milhões de pessoas atiradas na pobreza porque lhes foi negado ensino digno, milhões de crianças nascidas e crescidas sem coisas como água encanada.

Mas a família Marinho, antes com Roberto Marinho e agora com seus três filhos, está no topo da lista de bilionários do Brasil.

Roberto Marinho se dizia “condenado ao sucesso”. O que ele não disse é que para que isso ocorresse uma quantidade vergonhosa de brasileiros seria condenada à miséria.


 

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