Querida companheira jornalista Jalusa Barcellos
Li com prazer a tua entrevista no Jornal Inverta. Senti vida
e vibração intensas nas tuas palavras de mulher jornalista, de cultura e de
luta. Teu conceito de que educação se faz com o único pré-requisito essencial
que é o de amar nossos alunos me fez muito bem. Realizei-me com tal afirmação
vinda de uma marxista. Numa reunião recentemente ouvi uma afirmação de uma
pessoa responsável por professores e por alunos, que me fez me beliscar para
avaliar se dormia e sentia pesadelo. Disse que os professores não devem ser
amigos de seus alunos, que os alunos não são amigos dos professores, que cada
um deve se colocar no seu lugar, sendo
que o professor deve portar-se distante daqueles que ele ensina. Inacreditável
que alguém que atue em instituição educacional faça tão aberrante afirmação.
Outro dia quero escrever-te sobre teu trabalho.
Hoje sinto desejo de escrever sobre o aniversário do líder
maior latino americano, o Comandante Fidel Castro, ex-presidente de Cuba. Nosso
camarada completa 87 anos de vida e de luta.
Sabemos, tu e eu, que Fidel não é somente uma genialidade
individual. Ele é a síntese do que de melhor o povo cubano tem em seus quadros
humanos e que a América Latina construiu historicamente. O Comandante é filho
de latifundiários, estudou em escolas católicas e cedo percebeu o grau de
injustiça social a que seu povo fora jogado. De um lado, os proprietários e os
exploradores yanks, que usavam Cuba como motel dos prazeres dos Estados Unidos.
De outro lado, as massas empobrecidas e carentes das mínimas condições de
sobrevivência.
Na adolescência e na juventude aproximou-se dos estudos da
literatura, poesia, política e definições de educação como prática afetiva de
libertação do povo, como ensinava José Martí. Leu Simon Bolívar. Só mais tarde
entregou-se à leitura de Marx e de Lênin. Em todas as leituras compreendeu que
a injustiça é fruto dos saques dos poderosos, que a miséria e a pobreza são
consequências da opressão dos que usam os corpos e o suor dos trabalhadores
para se enriquecer e nadar no luxo.
A saga de Fidel é a de um lutador que não cessou momento
algum na luta pela redenção do povo. Conseguiu ligar perfeitamente os estudos
que ele mesmo fazia de uma bibliografia correta com a luta concreta na
realidade. Talvez Castro tenha sido o latino americano que melhor entendeu o
princípio leninista de que não há revolução sem teoria revolucionária. Mas há
que ligar muito bem uma com a outra. Teoria sem a prática vira debate, mais
debate e mais baboseira, como dizes em tua entrevista no Inverta e como muito
apreciam certos coxinhas daqui do Brasil. Mas revolução sem teoria é aventura,
é rebeldia infantil e traição por imaturidade esquerdista.
Coisa importante na luta de Fidel é construção do pensamento
coletivo. Ele sempre soube que a luta não é coisa de indivíduos e de ídolos
individualistas. Os relatos sobre suas marchas pela Sierra Maestra testemunham
que ele, Chê, Cienfuegos e tantos outros liam enorme quantidade de livros. Liam
e debatiam entre eles, num dinâmico e intenso processo de educação política e
científica. O pensamento coletivo edificado com a liderança de Fidel
arraigou-se de tal modo no povo cubando, que extirpou de sua alma o vírus burguês
do individualismo alienado. Ele fez a revolução com o povo, com as massas e o
povo a defendeu das investidas imperialistas dos traidores e dos americanos do
norte. Tanto que John Kennedy, na sua sanha alucinada, mandou o exército
americano invadir Cuba e foi rechaçado pelo povo na famosa derrota da Baia dos
Porcos. O povo levantou-se mobilizado em armas para defender a revolução
socialista porque aprendeu desde o útero da revolução o caminho do pensamento
coletivo, coletiva e solidariamente construído.
Quando Fidel adoeceu, o imperialismo, acostumado com
caudilhos individualistas que produziu por toda a América Latina, e as burguesias
através de suas mídias comerciais e emporcalhadas, juravam que o socialismo em
Cuba acabaria com a doença, envelhecimento e morte do Comandante. Esqueceram de
que Cuba construiu líderes, milhares de “fideis” e uma instituição coletiva
robusta e criativa.
Creio, Jalusa, porém, que Fidel Castro é um líder fundamental
para Cuba, mas que transcende aquele grandiosa ilha para se derramar na América
Latina e no mundo. Sua luta contra a opressão inspira a todos nós. Toda a
América Latina é ferida pela escravidão das colonizações brutais. Aqui os
colonizadores pisaram os direitos de indígenas e de africanos e os mataram aos
milhões. Destruíram suas culturas e sabedorias. Esmagaram suas mulheres e
crianças. Roubaram suas riquezas e terras. Mentiram sobre religião para
assaltar em nome de Deus. Aqui minorias poderosas se apossaram do trabalho
alheio para enriquecer e concentrar luxo. Aqui o imperialismo americano
patrocinou ditaduras sanguinárias que esvaíram nossa liberdade. O
neoliberalismo saqueou nossas soberanias e destituiu-nos dos direitos sociais,
empurrando nossos povos trabalhadores para o abismo do desemprego, da falta de
renda, da pobreza e da miséria, reforçando o monstro mercado, que não tem
coração nem solidariedade.
Nossos jovens, mulheres, indígenas, trabalhadores e negros
lutam por justiça social e igualdade de direitos. Tudo semelhante à luta vencedora
da Cuba do nosso mestre aniversariante. Ora, Cuba venceu as doenças, a falta de
habitação, o analfabetismo, a falta de consciência política e alienação. Aquele
País maravilhoso transformou-se numa grande escola mundial de educação sobre a
dignidade humana. Como diz um cartaz logo à saída do aeroporto de Havana: “nesta
noite milhares de crianças morrerão de fome e de frio. Nenhuma delas é cubana”.
Cuba é lugar onde criança é criança não abandonada nem sem creche e sem escola.
Em Cuba cada cubano é patriota, seriamente politizado e comprometido com sua
Pátria.
Penso que os cristãos têm muito a aprender com Fidel Castro.
Enquanto muitos o odeiam e o temem por ignorância e calúnia ele acolhe e apoia
as igrejas que se empenham na construção social justa naquele País. Quando era
presidente da República, sempre reeleito democraticamente de 4 em 4 anos, Fidel
recebia pastores e padres todas as segundas-feiras para conversar sobre o País
e os projetos que contavam com a participação das igrejas. Nunca excluiu nem
discriminou ninguém.
Fidel é exemplo de humanidade para todos os que lutamos por
sociedade mais justa. É exemplo de compromisso. Não é possível transformar a
sociedade sem compromisso social, sem participar da luta, sem esperar oportunisticamente
que outros o façam para que nos beneficiemos. Fidel é exemplo de disciplina.
Cumpria decisões coletivas e não a inspirações subjetivas e egoístas. Era
disciplinado como militante. Não é possível fazer e aprofundar a revolução sem
disciplina. Os que dizem lutar, mas não se disciplinam ferrenhamente nunca
contribuirão com as mudanças. Fidel é exemplo de estudos. Não é possível fazer
revolução sem estudar e sem aprender continuamente. Aos 87 anos Fidel mantém
coluna no Jornal Granna e no site Cubadebate. Ali exala ensinamentos e
compartilha o que aprende todos os dias com seus estudos sobre a realidade
local e mundial. Quem luta e estuda sempre aprende e sempre tem o que
compartilhar.
Fidel é o líder latino americano exemplar em solidariedade.
Não escondeu em Cuba a medicina que ajudou a criar quando os médicos fugiram e
abandonaram o povo no processo revolucionário. Espalhou médicos pelo mundo
inteiro no enfrentamento de doenças e epidemias, principalmente entre os Países
assolados pela pobreza e pelas guerras. Os saberes e conhecimentos produzidos
em Cuba ele os repartiu com a humanidade, bem diferente do que fazem as
multinacionais capitalistas. Não há dúvidas de que Fidel deu enorme apoio
político que ajudou a consolidar a generosa revolução bolivariana da Venezuela.
Fortaleceu seu líder Hugo Chávez, perseguido e ameaçado pela voracidade
criminosa dos Estados Unidos.
Enfim, é possível falar muito em Fidel. Hoje cabe, sem
cultuação a homens, homenagear nosso irmão cubano, o irmão dos povos, o irmão
latino americano. Parabéns Fidel, parabéns meu irmão, parabéns comandante,
parabéns camarada!
Abaixo posto um texto maravilhoso e apropriado, que
homenageia condignamente o Comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro. O
texto é o editorial de hoje do Portal Vermelho, muito bonito e forte.
Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
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Fidel Castro, fenômeno político, força da natureza
Hoje, 13 de agosto, transcorre o 87º aniversário natalício do companheiro Fidel Castro, o líder histórico da Revolução Cubana.
Fidel é um fenômeno político-social, além de uma força da natureza. Seu elemento sempre foi a luta, a revolução, o otimismo e a confiança na humanidade.
Sua obra teórica e prática atravessa não só o século 20, mas transcende para muito tempo além. Sendo o libertador da sua Pátria e do seu povo, a heroica Cuba irredenta e rebelde, inclaudicável e altaneira, sobranceira e forte, Fidel é também um condutor de povos, um libertador da humanidade, um lutador exemplar contra toda forma de opressão e exploração, defensor da soberania nacional, combatente pela justiça, oponente resoluto do sistema imperialista, expressão acabada do capitalismo senil e agressor.
As homenagens que recebe na passagem de seu aniversário natalício expressam a gratidão do seu povo, dos seus correligionários, dos seus camaradas e discípulos em todo o mundo, que com ele aprenderam valores políticos, ideológicos e éticos na luta por uma vida melhor, em nome dos humildes, as vítimas do sistema capitalista-imperialista.
Homenagear Fidel Castro na passagem do seu aniversário natalício é invocar a figura impoluta, reta e heroica do apóstolo José Martí, é reafirmar as razões da Guerra Necessária, que sob o comando de Fidel acabou triunfando décadas depois em Sierra Maestra. Cumprimentar Fidel no transcurso do seu aniversário é exaltar os clássicos do marxismo-leninismo, que ele dominou com maestria e de maneira criadora para dirigir a construção do socialismo com as características cubanas, é invocar todos os mártires e líderes dos movimentos anticolonialistas e anti-imperialistas que marcaram a segunda metade do século 20.
Fidel Castro é o maior dos latino-americanos. Seu pensamento e sua obra estão na gênese das profundas transformações políticas, econômicas e sociais em curso na região e que tiveram por líder mais flamante o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
Com o exemplo de Fidel, os povos latino-americanos dão passos importantes nas lutas por direitos, democracia, independência, educação, cultura e pelo predomínio da ética revolucionária.
Agudo na batalha das ideias, convicto e confiante em que a História dará razão aos povos, Fidel é ainda hoje exemplo vivo de resistência e luta, um mestre que não cessa de emitir mensagens de otimismo na vitória dos povos.
Assim, sem ânimo de culto, invocamos os feitos de Fidel, conscientes de que a melhor homenagem que podemos fazer-lhe é seguir na prática revolucionária, defendendo os princípios, afirmando os nobres ideais a que dedicou sua vida, no interesse do povo cubano, dos povos latino-americanos e de toda a humanidade.
Fidel é um fenômeno político-social, além de uma força da natureza. Seu elemento sempre foi a luta, a revolução, o otimismo e a confiança na humanidade.
Sua obra teórica e prática atravessa não só o século 20, mas transcende para muito tempo além. Sendo o libertador da sua Pátria e do seu povo, a heroica Cuba irredenta e rebelde, inclaudicável e altaneira, sobranceira e forte, Fidel é também um condutor de povos, um libertador da humanidade, um lutador exemplar contra toda forma de opressão e exploração, defensor da soberania nacional, combatente pela justiça, oponente resoluto do sistema imperialista, expressão acabada do capitalismo senil e agressor.
As homenagens que recebe na passagem de seu aniversário natalício expressam a gratidão do seu povo, dos seus correligionários, dos seus camaradas e discípulos em todo o mundo, que com ele aprenderam valores políticos, ideológicos e éticos na luta por uma vida melhor, em nome dos humildes, as vítimas do sistema capitalista-imperialista.
Homenagear Fidel Castro na passagem do seu aniversário natalício é invocar a figura impoluta, reta e heroica do apóstolo José Martí, é reafirmar as razões da Guerra Necessária, que sob o comando de Fidel acabou triunfando décadas depois em Sierra Maestra. Cumprimentar Fidel no transcurso do seu aniversário é exaltar os clássicos do marxismo-leninismo, que ele dominou com maestria e de maneira criadora para dirigir a construção do socialismo com as características cubanas, é invocar todos os mártires e líderes dos movimentos anticolonialistas e anti-imperialistas que marcaram a segunda metade do século 20.
Fidel Castro é o maior dos latino-americanos. Seu pensamento e sua obra estão na gênese das profundas transformações políticas, econômicas e sociais em curso na região e que tiveram por líder mais flamante o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
Com o exemplo de Fidel, os povos latino-americanos dão passos importantes nas lutas por direitos, democracia, independência, educação, cultura e pelo predomínio da ética revolucionária.
Agudo na batalha das ideias, convicto e confiante em que a História dará razão aos povos, Fidel é ainda hoje exemplo vivo de resistência e luta, um mestre que não cessa de emitir mensagens de otimismo na vitória dos povos.
Assim, sem ânimo de culto, invocamos os feitos de Fidel, conscientes de que a melhor homenagem que podemos fazer-lhe é seguir na prática revolucionária, defendendo os princípios, afirmando os nobres ideais a que dedicou sua vida, no interesse do povo cubano, dos povos latino-americanos e de toda a humanidade.
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