Querido
aluno Carlos Henrique
Aprecio imensamente tua sensibilidade e enorme vontade de
crescer. Não esqueci de que me disseste que queres conversar mais profundamente
comigo.
Pois bem meu amigo, na última sexta-feira, dia 17 de maio,
trabalhamos com tua turma na Faculdade Delta o submódulo “Política e Cidadania”.
Comecei a aula perguntando aos alunos o que é política. As respostas dadas com
toda a sinceridade e até raiva não foram à pergunta que fiz, mas para o que
eles pensam sobre os políticos. Com base numa percepção senso comum rapidamente
as pessoas confundem políticos com os ocupantes dos cargos legislativos e
executivos nos poderes de Estado. Com essa definição, eximem-se da
possibilidade de também serem políticas no sentido de serem participantes da
cidade, da sociedade e de um dos pilares da composição do Estado que é o povo. A
partir dessa definição de que políticos são eles e não nós, teus colegas, sem exceção
– tu chegaste depois – desopilaram os fígados acusando os tais políticos de
corrupção, oportunistas, vendidos, sem vergonhas, mau caráter, eleitoreiros e
daí vai. Perguntei-lhes: na visão de vocês não resta ninguém de quem vocês
ouvissem que seja gente séria, comprometida com o povo e com os trabalhadores?
Respeitoso que sou das avaliações e ideias de meus alunos, sem jamais desdenhar
de seus conhecimentos ou falta de conhecimentos, insisti perguntando se durante
a história do Brasil não identificariam nenhum político justo. Até que um deles
lembrou-se do governo Getúlio Vargas. Perguntei por que Vargas. Rapidamente a
maioria elencou a CLT, o conceito de salário mínimo, o movimento o “Petróleo é
Nosso” e das razões do porque os reacionários arquitetaram sua derrubada do
poder. A partir daí emendei perguntas sobre a história recente do Brasil
passando pela ditadura militar, pelo neoliberalismo, por Lula e por Dilma.
Perguntei se sabiam que forças e agentes políticos atuaram para eliminar a
ditadura e substituir o sujo e antinacional neoliberalismo. Até que a discussão se iluminou com a
revelação de que só com muita luta política que envolveu a classe trabalhadora,
os movimentos sociais e ocupantes do poder aconteceram transformações de
situações injustas, desumanas, caóticas e ameaçadoras do Brasil e de nosso povo
em possibilidades de avanços com mais justiça social.
Contudo amigo Carlos, olhando desde o patamar de meus alunos,
recolho com solidariedade e compreensão a indignação de vocês. Realmente há
muito roubo e muito desvio dos recursos produzidos por nosso povo. O problema é
enxergar os verdadeiros ralos de nossas riquezas, sem confundir a realidade com
o que noticia a mídia mentirosa. Como dizem alguns, há falta de espírito
republicano em certos funcionários públicos de vulto em instâncias do Estado.
Pior de tudo, há muita falta de vergonha e mentira com o objetivo de desviar as
atenções do povo. O que parece não é e o que é não parece.
A grande conquista política é alcançar o elevado e desejado
espírito republicano. É bom que recordemos que espírito republicano é a conduta
do servidor que sabe que as coisas do povo são produzidas com sacrifício e que
tudo o que se faz deveria orientar-se com espírito de economia, no mais
profundo respeito coletivo, para que tudo se reverta no bem do povo e da
justiça social. O princípio do espírito republicano, que deveria fundamentar a
consciência e as ações de todos os servidores públicos dos vereadores,
deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidentes da república,
secretários, ministros, funcionários de todos os setores públicos, juízes e
ministros do STF, jamais deveria se confundir com o privado, com o particular,
com o pessoal e com o uso de recursos públicos para benefícios pessoais.
Esse espírito
republicano, ao ser levado a sério, deveria transcender os discursos e a
crítica cretina dos que condenam os outros para fazer pior do que aqueles que
são condenados. No entanto, não é assim no cotidiano de instâncias do poder do Estado.
Há funcionários públicos – os que deveriam funcionar a serviço do bem do povo,
do público – que estacionaram milhões de quilômetros do que se conceitua
constitucionalmente como espírito republicano, espírito público, bem além dos
interesses mesquinhos e privados.
Para não me alongar muito atenho-me à hipocrisia das mais
hipócritas que já apareceu nessa República Brasileira. Refiro-me ao que
acontece no Supremo (?) Tribunal Federal. Ora, Joaquim Barbosa, o presidente da
Suprema Corte, se deixou comprar e vendar pela mídia dominante como
representação da mais pura moral desta República. Vendido à mídia manipuladora
e conservadora apresenta-se como o que condenou pessoas do Governo Lula no chamado
e inventado “mensalão”, transformando-as em rés. Ao inventar os crimes disse
que elas roubaram os cofres públicos. Agora as notícias, inclusive de um dos
jornalões que o consagraram rei da cocada, mostram que sacro santo Joaquim Barbosa
é que é ladrão e corrupto. Ele é que viaja, inclusive com a namorada
jovenzinha, para se hospedar em grandes hotéis e praias com todas as despesas
pagas pelo poder público, com o dinheiro do povo. Ele, exatamente ele, o falso
moralista e traidor dos negros, dos pobres e da democracia, o anjo da direita e
do PIG, é um dos maiores corruptos da República. Graças a atitudes e hipocrisias
como as dele é que o STF não julgará os verdadeiros corruptos desta República,
até porque Joaquim e tantos outros não se movem pelo espírito republicano, mas
pelo espírito do bico comprido tucano. Suas
condutas são “reitucanas” e não republicanas.
Abaixo posto dados informados pelo Jornal online GGN sobre os
detalhes dos gastos nada republicanos do reitucano Joaquim Barbosa. As atitudes
políticas dele não são a favor da justiça nem do povo.
Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
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seg, 20/05/2013 - 09:53 - Atualizado em 20/05/2013 - 09:56
Joaquim
Barbosa no reveillon de Trancoso
Em janeiro deste ano, com base na Lei
de Acesso às Informações, o Estadão solicitou à assessoria de imprensa do STF
(Supremo Tribunal Federal) dados sobre viagens de Ministros fora das
atribuições normais do Supremo. Foram entregues os dados de todos, menos o do
presidente Joaquim Barbosa - a quem a assessoria de imprensa é subordinada.
Apenas agora em maio, quando o STF
publicou todos os dados de passagens aéreas, o jornal levantou as lacunas nas
informações enviadas pela assessoria.
Em 2009 e 2010 - período em que
esteve afastado do STF por alegados problemas de saúde - Barbosa viajou 19
vezes, com passagens bancadas pelo STF. Além de São Paulo, Fortaleza e
Salvador, viajou rotineiramente para o Rio, cidade onde mantém segunda
residência.
De 2009 a 2012, Barbosa viajou por 27
vezes no recesso do órgão.
O STF informa que cada MInistro tem
direito a uma coota de passagens aéreas. E que a sonegação das informações de
Barbosa deveu-se ao fato do levantamento ter sido manual.
Do
Estadão
Dados obtidos através da Lei de
Acesso mostram que presidente viajou 19 vezes em períodos nos quais estava
afastado
20 de maio de 2013 | 2h 07
Eduardo Bresciani, Mariângela
Galucci, Felipe Recondo / Brasília - O Estado de S.Paulo
O presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Joaquim Barbosa, utilizou passagens aéreas pagas pela Corte em
períodos nos quais estava licenciado do tribunal. Barbosa fez 19 viagens para
quatro cidades nos anos de 2009 e 2010 em datas nas quais estava afastado de
seus trabalhos na Corte.
O Estado solicitou dados sobre as
passagens emitidas para os ministros em janeiro deste ano, com base na Lei de
Acesso à Informação. A resposta enviada pela Corte omitiu as viagens de
Barbosa, apesar de listar as realizadas por outros magistrados. Somente neste
mês de maio o tribunal publicou na internet dados sobre as passagens usadas
pelo ministro.
Barbosa tirou licenças médicas em
2009 e 2010 em razão de problemas de saúde. Ele sofre de dores crônicas na
coluna e se submete a diversos tratamentos. As seguidas licenças de Barbosa
mereceram críticas reservadas de colegas à época, a ponto de o então presidente
da Corte, Cezar Peluso, cogitar a possibilidade de pedir uma perícia médica.
Essa intenção de Peluso foi uma das razões para o embate entre ambos em
declarações à imprensa no fim de 2011.
A lista divulgada pelo Supremo mostra
19 viagens de Barbosa pagas pelo STF em três períodos nos quais estava
licenciado. Em agosto de 2009, o ministro foi ao Rio e a Fortaleza. Em dezembro
de 2009, foi ao Rio, a Salvador e a Fortaleza. Entre maio e junho de 2010, os
deslocamentos pagos pela Corte foram para São Paulo e Rio.
O atual presidente do STF, assim como
seus colegas, utilizou-se de passagens pagas pela Corte em períodos de recesso,
quando os ministros estão de férias. De 2009 a 2012, antes de assumir o comando
do tribunal, foram registradas 27 viagens feitas por Barbosa durante o recesso
tendo como destinos Rio, São Paulo, Fortaleza e Salvador. Os dados divulgados
mostram que o ministro também tem o hábito de usar passagens pagas com recursos
públicos para passar finais de semana em sua residência, no Rio.
O Supremo informou que os ministros
dispõem de uma cota para passagens aéreas para utilizar durante todo o ano,
independentemente do recesso ou de eventuais licenças. Afirmou que a omissão
dos bilhetes destinados a Barbosa na resposta enviada ao Estado ocorreu porque
o levantamento, na ocasião, foi feito de forma manual, o que provocou a falha.
Diárias. Além das passagens, quando
viajam representando oficialmente o STF em eventos, os ministros recebem verba
denominada diária, que serve para custear gastos com hospedagem, locomoção e
alimentação no período fora de Brasília. Conforme dados atuais do Supremo, a
diária internacional é de cerca de R$ 1 mil.
Barbosa viajou recentemente para San
José, na Costa Rica, e recebeu quatro diárias - total de R$ 3.996,40. O
deslocamento aéreo foi feito em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Como
presidente do STF, ele tem a prerrogativa de requisitar aeronaves da FAB em
viagens oficiais. Na ocasião, ele participou de um congresso sobre liberdade de
imprensa.
Em abril, ele esteve nos Estados
Unidos para dar uma palestra a estudantes da Princeton University, em New
Jersey, nas proximidades de Nova York, e participou de evento da revista Time,
após ser listado como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. O portal do
Supremo registra o pagamento de seis diárias internacionais, num total de R$
6.023,70.
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