Querido
pastor João
Agradeço
por tua acolhida gentil feita a mim neste último domingo. Fui à tua igreja para
falar sobre a IBRAPAZ, esse projeto fascinante que objetiva unir esforços
empreendidos por muitas organizações na intenção de qualificar vidas humanas.
Antes e depois de me concederes a palavra fizeste referência aos empreendimentos
de tua igreja em favor das crianças, dos jovens e das famílias em perspectiva
educativa. Disseste que contas com parcerias com alguns poderes públicos. Teus
pastores gentilmente me mostraram as dependências e as salas preparadas para os
projetos que pretendes desenvolver. Alegrei-me com isso. Parabéns!
Impressionei-me
com a quantidade enorme de jovens estudantes e trabalhadores em tua igreja, meu
irmão. Encontrei com muitos professores aí atuantes em tua comunidade. Vi
muitas mulheres mães presentes sem companheiros e maridos, todas acolhidas por
tua comunidade, de modo muito afetivo. Teu “rebanho” é muito potencial. Impressionei-me
ao notar no teu trabalho num setor imensamente periférico e emergente em
Goiânia que te sensibilizas com as questões sociais e atentas muito bem para o contexto
social de pobreza e de apelos à justiça social das pessoas com quem trabalhas. Ao
final do encontro muitas pessoas me falaram de suas carências financeiras e do
interesse pela IBRAPAZ pelo que ela representa de luta unitária pela dignidade
do povo, independente do jeito de professar sua fé.
Integrar a
IBRAPAZ, meu querido pastor João, como o farás, juntamente com enorme número de
outras organizações religiosas, é superar discursos limitados a intenções
sociais, boa vontade ecumênica, amor verbal aos pobres, mas de baixas conseqüências
práticas. Muitas organizações tradicionais que atuavam no campo social e
cultural para libertar pessoas da alienação, miséria e da pobreza batem em
recuo e fecham seus espaços para o povo a fim de se voltar somente para seus
umbigos institucionais. Coitadas. Que descansem em paz em sua preguiça e egoísmo!
Não cabe a
IBRAPAZ fazer avaliação das igrejas, das denominações religiosas, de suas
formas de culto nem de julgar ninguém. O que lhe cabe é juntar esforços em
favor da construção de uma sociedade mais justa, cuja latência arde nos
corações sinceros de homens e mulheres de fé.
A questão
da justiça social e da paz é aspiração de todos os povos. Nosso povo brasileiro,
empurrado morro a baixo da miséria e da pobreza desde a invasão colonial, com
poucos momentos históricos de conquista nacional da justiça, foi
gigantescamente abalado mais ainda pelos dois eventos que tomaram nossa Pátria
de assalto: a ditadura militar imperialista e o neoliberalismo encarnado pela
política assassina praticada por Fernando Henrique Cardoso e seus vira bostas
(como diz Leonardo Boff), como Marconi Perillo no governo do Estado de Goiás,
Geraldo Alckmin à frente do Estado de São Paulo, Roberto Richa no Paraná e
ouros que confundem problemas sociais com problemas policiais. As políticas que eles aplicam são de caráter
miserabilizante do povo, dos trabalhadores. Precisamos lutar mais para eliminar
o neoliberalismo arrasa pátria, responsável pela destruição de vidas que mostruosamente
pode se comparar à matança de 160 milhões de indígenas pelos colonizadores que
tomaram nosso Continente de assalto, mais do que o holocausto de Hitler. Não
nos comovermos com isso é fecharmos nossa sensibilidade e consciência para
tragédias que causaram o inferno a milhões de jovens tragados pelo tráfego de
drogas, pela desesperança pela falta de emprego e de rumo na vida, de trabalhadores
que perderam suas fontes de rendas, completamente sugados pelo desespero, pelo
alcoolismo, vendo suas famílias destruídas na falta de solidez e de amor. Não
nos sensibilizarmos com tais barbaridades é negarmos a essência da religião,
que é o amor ao próximo, necessariamente seguido de luta por justiça social,
que desemboca na paz social. Cultuar, pular, incorporar-se do Espírito Santo
sem amor que redunde em luta por mudanças é fingimento e falsificação do que
Jesus ensinou. Bom apenas para juntar gente para votar em candidatos para quedas
de direita ou sem compromisso político com o povo, que depois das eleições se
recolhem em seus gabinetes e arrogantemente só atendem com agendamento, sempre
privilegiando seus comparsas, no exercício do assalto ao poder público.
Então,
pastor João, a justiça impressiona e emociona a todos que não descansam da
luta. Tanto que a Organização das Nações Unidas proclamou o dia 20 de fevereiro
como o Dia da Justiça Social, com o
objetivo de incentivar os esforços e lutas pela eliminação da miséria, da
pobreza e de suas danosas consequências no mundo. Por gentileza, leia as justificativas baixo.
Abraços
críticos e fraternos na luta incessante por justiça e paz.
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20 de Fevereiro: Dia Mundial da Justiça Social
ONU
Organização das Nações Unidas
No dia 26 de novembro de 2007, a Assembleia Geral das Nações Unidas, na Resolução 62/10 decide declarar que no dia 20 de fevereiro se celebre o Dia Mundial da Justiça Social.
A iniciativa coincide com a promoção dos esforços por parte desse organismo mundial para enfrentar problemas tais como a pobreza, a exclusão e o desemprego.
A justiça social é um princípio fundamental para a convivência pacífica e próspera entre e nas nações. Defendemos os princípios de justiça social quando promovemos a igualdade de gênero ou os direitos dos povos indígenas e dos migrantes. Promovemos a justiça social quando eliminamos as barreiras enfrentadas pelas pessoas por motivos de gênero, idade, raça, etnia, religião, cultura ou por portar alguma deficiência.
Mensagem do Secretário-Geral da ONU para o Dia Mundial da Justiça Social
Enquanto assinalamos o Dia Mundial da Justiça Social, vemos
demasiados lugares onde estão diminuindo as oportunidades para poucos e apenas
aumentando as desigualdades para muitos.
A crescente desigualdade mina os progressos alcançados pela
comunidade internacional para tirar milhões da pobreza e construir um mundo
mais justo.
As linhas de clivagem são visíveis na queda dos salários
para mulheres e jovens e no acesso limitado à educação, serviços de saúde e
empregos decentes.
Devemos fortalecer e construir instituições e desenvolver
políticas que promovam o desenvolvimento inclusivo.
Ao adotar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM),
os líderes mundiais comprometeram-se se a criar um mundo mais justo e
igualitário. Grande progresso tem sido feito na melhoria das oportunidades de
trabalho decente, reforçando a proteção social e a melhoria dos serviços
públicos.
Apesar desses avanços, bilhões de pessoas desesperadamente
dependem dos nossos esforços concentrados e incansáveis. Temos de acelerar o
nosso trabalho para alcançar os ODM até o prazo de 2015 e também olhar além,
começando a definir novas metas para o desenvolvimento sustentável.
À medida que procuramos construir o mundo que nos queremos,
vamos intensificar nossos esforços para alcançar uma sociedade mais inclusiva,
equitativa e baseada no diálogo, transparência e na justiça social.
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