O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), esteve ontem (6) com o presidente do Paraguai, Federico Franco, responsável pelo impeachment-relâmpago contra o presidente constitucional Fernando Lugo, derrubado em junho pelo Congresso com apoio do Judiciário. Na contramão dos anseios do povo paraguaio, o parlamentar brasileiro avisou ao líder do governo - considerado ilegítimo pela comunidade internacional -, que vai lutar contra a decisão de suspender Assunção do Mercosul.
O brasileiro prometeu apresentar ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a decisão tomada por Brasil, Uruguai e Argentina durante a última cúpula de chefes de Estado, realizada no último dia 29 em Mendoza. A suspensão dura até que sejam realizadas eleições legítimas, a princípio em abril do próximo ano. Seria o Legislativo brasileiro ajudando o Legislativo paraguaio a legitimar, por meio do Judiciário brasileiro, a derrubada do presidente eleito avalizada pelo Judiciário paraguaio.
“Se os advogados do PSDB considerarem que é possível, vamos ao Supremo, pois o nosso partido repudia o fato de alguns países não reconhecerem a posição majoritária do parlamento paraguaio, referendada pela Suprema Corte, e também as sanções que representam uma afronta à soberania do país. Consideramos a represália no Mercosul uma afronta à soberania paraguaia. Cada nação deve decidir sobre seu destino, e o Congresso é a sua representação mais popular”, afirmou Dias, segundo registro publicado em sua página na internet.
A nota acrescenta que Dias esteve reunido com o ministro das Relações Exteriores, José Felix Fernadez Estigarribia, e com o presidente do Congresso Nacional, Jorge Oviedo Matto, além de vários senadores e deputados.
Em artigo publicado na internet, o Instituto Teotônio Vilela, representante acadêmico do PSDB, acusa ainda que o Brasil comandou um “golpe dentro do golpe”. Embora reconheça que cause estranheza a rapidez com que se conduziu a destituição de Lugo, menos de 24 horas, o órgão afirma que o “governo petista” se equivocou ao comandar a entrada da Venezuela no bloco. A decisão foi tomada depois da suspensão do Paraguai. Como o Congresso de Assunção era o único que não havia autorizado a adesão de Caracas, a ausência temporária dos paraguaios permitiu a incorporação do novo membro.
“O que se assemelha em tudo a um verdadeiro golpe é aproveitar-se da situação de excepcionalidade por que passa o Paraguai para pôr dentro do Mercosul um sócio que os vizinhos – por meio de seus representantes no Congresso – não desejavam”, diz o texto.
Também na sexta-feira, o deputado paraguaio López Chávez afirma que passou a negociar com os Estados Unidos a instalação de uma base militar no país. Ele disse que representantes do Pentágono visitaram o Paraguai dias após a destituição de Fernando Lugo da Presidência do país. O parlamentar é aliado do general Lino Oviedo, líder de um partido de direita. O governo de Barack Obama enfrenta problemas para renovar ou firmar novos acordos para a instalação de bases na região.
Fonte: Rede Brasil Atual
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