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Carta aberta à Dona Ângela: creio no seu Deus e nos seus anjos



Thiago Silva se emociona lendo a carta de sua mãe, dona Ângela (Foto: Reprodução TV Globo)

Querida dona Ângela

Hoje assisti pela televisão a leitura de sua carta escrita e dirigida ao seu amado filho e nosso capitão Thiago Silva.

Sua carta é o derramamento da alma que uma mãe faz de sua missão sobre uma folha de papel. 

Sua carta transcende, porém, a missão de ser mãe de um único filho, de um dos mais lindos, de um dos mais vitoriosos, de um dos mais ousados, de um dos mais dedicados, de um dos mais competentes, de um dos mais humildes, de um dos afetivos e de um dos melhores irmãos brasileiros, para ser a mensagem da mulher brasileira. A senhora é a típica mulher brasileira, por isso mãe do Thiago e de todos nós, irmãos dele.

Amada dona Ângela, a senhora merece uma carta do povo brasileiro. Uma carta para senhora é para todas as mulheres que lutam pelos seus filhos, sem nunca arredar pés de seu lado. A senhora é a típica mãe brasileira que olha clinicamente para o interior das células dos filhos e vê nos mais ocultos escaninhos  a saúde nos corpos que tombam sob doenças que matam e destroem. A senhora, como as mulheres brasileiras, sabe ser a mãe que sensivelmente enxerga talento onde ninguém vê possibilidades. A senhora radiografou os dons futebolísticos de seu filho Thiago, o capitão de nossa Seleção Brasileira.

A senhora, amada dona Ângela, é mãe de um herói e de um militante da vida. A senhora sabiamente percebe que seu amado filho Thiago carrega no coração e nos pés a alma do povo brasileiro. A senhora sente que Thiago joga não somente nos estádios, mas protagoniza nossas lutas históricas contra as derrotas e o “vira latismo” perverso que nos impuseram desde a colonização. Por isso, acertadamente, a senhora o chama de nosso capitão.

Na sua carta ao Thiago – que posto abaixo -  a senhora faz a mais bela teologia e mostra o rosto do Deus no qual eu creio. Na sua relação com o Thiago, que sua carta mostra muito bem, a senhora faz a arte das mais belas ao mostrar a definição do que é realmente um anjo e fotografa sua ação junto a quem precisa da mensagem do amor. 

O Deus de sua vida retratado na sua carta não é o mesmo dos pastores, padres e igrejas gordas dos dízimos do povo explorado. O Deus de sua fé não é o mesmo do sucesso dos grandes templos e dos pastores ricos e aliados dos poderosos. O Deus de sua carta não é o mesmo dos tronos antigos e  mediáveis onde os reis sentavam para massacrar os povos invadidos, para estuprar mulheres, culturas e as almas dos que eles consideravam bárbaros. O Deus de sua carta não é o mesmo dos adoradores que louvam e puxam saco de um deus glorificado, discriminador da sexualidade, rancoroso com os diferentes, com os homossexuais, com os negros, com os pobres, com os trabalhadores e com os comunistas. 

O anjo concebido por sua carta não é o mesmo que se acampa ao redor dos “coitados” para convencê-los a se converter e a se render ao fundamentalismo discrepante da vida, do pensamento e das ações coletivas e cidadãs. O seu anjo não vem dum céu inventado pelos poderosos para ajudar somente os “escolhidos” a ser subservientes, ovelhas manipuladas por vendedores de seus votos em campanhas eleitorais oportunistas e de direita, que leem a Bíblia como almanaques e horóscopos diários para a alienação que avilta e massacra.

O Deus em quem a senhora crê emerge de onde a tuberculose ameaçava a vida e a coragem de seu filho Thiago, sem precisar de mago mediador cobrando dízimos. Este Deus revitaliza os pulmões e renova o ar da vida, totalmente envolvido no coração dos átomos da existência. Ele participa da vida e não se opõe a ela nem aos que a vivem diferentemente dos outros. Este Deus independe dos mediadores de plantão, ávidos por cobrar por orações.  O seu Deus entra em campo da vida para jogar o jogo coletivo onde seu filho é capitão. O Deus no qual a senhora crê anima seu filho a ser parceiro de seus irmãos de equipe e a ser irmão amoroso, generoso e gentil com os que ele lutam pelo Brasil, mais do que pela Seleção Canarinho.

O anjo Ivo que visitou Thiago doente em seu leito e o trouxe para o Rio para ser tratado é verdadeiramente anjo, sem asas, sem fantasias, mas humano porque solidário, porque, como a senhora, dona Ângela, viu no corpo abatido o gigante que precisava de mãos e braços estendidos para protegê-lo e levantá-lo.  

Os anjos assim humanos, libertos dos mitos que povoam a religiosidade turvada pela exploração, são as pessoas que amam, que apoiam, que ajudam, que apostam e que agem a favor de seus irmãos, como o Ivo fez com o seu filho e nosso irmão Thiago. 

Creio nesses anjos da guarda. Eles existem e são marcados pela paixão que arrebata da miséria e da morte os que eles protegem. Esses anjos são encharcados do Deus que emerge do meio e de dentro do sofrimento dos heróis do povo. 

Seu filho Thiago também é um anjo. Ele anima seus companheiros e os abençoa com imensa generosidade patriótica e brasileira. 

Thiago é um anjo porque ele é filho de outro anjo. Seu nome Ângela é originário da língua grega e quer dizer anjo. A senhora é anjo para o Thiago, para sua nora, para seu netinho, mas é nosso anjo brasileiro.

A senhora tem a cara das mulheres anjos brasileiras. A senhora, nosso anjo, é nosso orgulho. Sua pele é da cor da pele de nosso povo. Os sulcos de seu rosto são as marcas do anjo mulher que sempre amou, se preocupou e se ocupou intensamente em se fazer presente na vida de seu filho e na de todos nós com sua mensagem amorosa que anima, que levanta e que nos devolve os brios de lutadores incansáveis.

Parabéns ao Thiago por ser contemplado por este anjo chamado Ângela. Thiago Silva bem brasileiro amado por um anjo Silva bem brasileiro, a dona Ângela. 

Sua carta ao Thiago, seu filho anjo e da senhora, mulher brasileira anjo, é reforço de nossa fé na Seleção Braseira e no Brasil como Nação. 

Sua carta é fé contra toda a má-fé vira lata promovida por quem mente e tenta desconstruir nossa originalidade como povo. 

Nosso povo abraça o mundo enquanto a elite dominante e racista nos desqualifica e nos desrespeita no afã de envergonhar-nos internacionalmente.

Parabéns dona Ângela, por ser nosso anjo que promove a angelicidade de nosso povo.


Ler sua carta de fé e de muito amor ao seu filho e ao Brasil é alimentar-nos na alma pura de nosso povo, que não se deixa contaminar pelos venenos dos golpes e informações que tentam nos envenenar com o vírus raquítico de pensarmos que não somos nada. Quem assim tenta nos enrolar deseja fazer do Brasil quintal dos Estados Unidos e nosso povo como súditos atrasados do império terrorista. 

A carta a seu filho é a mais eloquente fé nas possibilidades dos filhos deste solo e da mãe gentil de sermos protagonistas da vitória não somente no esporte, mas na construção de uma sociedade justa e aguerrida.

Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano. 

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“Oi amor, que felicidade poder te dizer o quanto estou feliz por estar aqui te escrevendo e revivendo alguns momentos que tivemos juntos e separados. Guinho, estamos na Copa e com muita fé na vitória, a sua e de todos os brasileiros. Muita gente pensa que você chegou aqui com moleza, mas nós sabemos o quanto foi dura a sua trajetória, quantos testes e também recusas. Lembra quando você foi rejeitado pelo Flamengo? Você desabou, chorou, queria desistir. Lembra Guinho, de uma carta que você me mandou do Juventude? Nela você falava da força que eu e seu padrinho demos à você. Mas também disse uma coisa que logo depois aconteceu. Atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher, pois ela já estava na sua vida. E hoje é sua esposa. Lá no Juventude você mostrou porque estava ali, mas foi vendido para o Porto. Já doente, novamente foi vendido para o Dínamo, aí sofremos com a doença que você adquiriu. E mais uma vez Deus mostrou que existe em nossas vidas... aí sim a grande mulher foi ao seu encontro, junto com a mãe dela. Quando o Ivo, o seu anjo da guarda, te trouxe para ser tratado no Rio e foi ali, que depois de curado, você se transformou num monstro, do nosso time, Fluminense. Foi para o Milan e hoje está no Paris Saint-Germain como um dos maiores zagueiros do mundo. Hoje você é o meu, o nosso capitão. A taça é nossa amor, muitas felicidades. Quando Deus toma a  frente de sua vida tudo muda, o coração ganha forças, o impossível acontece e o fardo que era pesado se torna leve. Te amo, Mamãe”

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