Querido Zé
Ontem, dia 1º de maio, DIA DO TRABALHADOR, passei trancafiado
em um leito na recuperação de intervenção terapêutica em minha coluna. Com
bastante tempo, mas com o pensamento borbulhante e ativo, passei por vários
canais de TV para averiguar o que apresentavam sobre trabalho, sobre os
trabalhadores e seu dia. Não encontrei nada que interesse à classe
trabalhadora. Nada mesmo. É o que dá não contarmos com uma mídia centrada nos
interesses da classe dos que realmente trabalham e produzem riquezas. A mídia
que aí está serve aos mesquinhos interesses na classe dominante e
internacionalizada. Tudo o que tratam é para o sabor dessa classe e para atrair
os emergentes, seduzidos pelos encantos do consumo colorido e sonoro, mas sem
utilidade real para o povo.
Tentei ver os noticiários pelo mundo sobre os eventos dos
trabalhadores na comemoração de seu dia. Tudo o que encontrei foram notícias
sobre shows medíocres de cantores de pseudo músicas sertanejas, cujo único
motivo deles é ganhar pesados cachês, longe que estão do povo, de quem zombam
em suas músicas pobres de arte e de poesia, e vendas de rifas de motos e de
automóveis, com o objetivo de seduzir uma classe trabalhadora ainda de
consciência baixa do valor sindical. No noticiário da Globo, como sempre,
deparei-me com a safada campanha neoliberal contra a CLT. O que a burguesia
neoliberal chama modernização das leis trabalhistas é pura conversa para
derrubar os direitos sociaisinalienáveis dos trabalhadores, conquistados com
muita luta através de greves, de marchas e negociações. Essa gente não tolera
que os trabalhadores desfrutem dos direitos de seu trabalho. Para a burguesia antissocial
e anti nacional quanto pior os trabalhadores ganharem e mais despojados dos
bens da vida, melhor para a concentração de renda e de riquezas. Ela não tolera
direitos à educação, à saúde de qualidade, à alimentação que seja o melhor dos
remédios, à aposentadoria digna, a salários justos e outros. Articulistas de
jornalões choram ao lamentar viagens internacionais de trabalhadores que
ganharam o direito de seus próprios esforços de conhecer o mundo e de superlotar
aeroportos em viagens domésticas. Neste item a burguesia deseja que o povo viage
de pau de arara e em lombo de jegue. O bom dos aviões que fique somente para o
desfrute doegoísmo burguês. A Globo e toda a mídia colonizada quer “modernizar”
as leis trabalhistas para esculhambar as migalhas conquistadas.
Também notei a presença de bajuladores do imperialismo e da
direita ir a palanques de centrais sindicais, com os quais não guardam a menor
intimidade e ideologia, como Aécio Neves, o drogado, discursar para a classe
operária, graças ao vendilhão Paulinho da Força, sempre pronto a vender-se e a
entregar os trabalhadores aos neoliberais, como galos traidores entregam o
galinheiro para as raposas. Aécio Neves, José Serra e agora Eduardo Campos e
Marina Silva prestam serviços de rendição à classe dominante, muito bem
representada pela mídia servil e pelo STF. Eles são enganosos em suas
aproximações dos trabalhadores.
Felizmente abri sites mais próximos dos trabalhadores e do
povo e percebi que a luta é viva e contínua. Discursos de lideranças sindicais
e parlamentares comprometidos com a causa dos trabalhadores proclamaram mais
avanços políticos como a redução da carga horária para 40 horas semanais sem diminuição
salarial, fim do fator previdenciário, que esmaga os salários dos aposentados,
mais empregos para a juventude e até quem defendeu aprofundamento político para
aproximar a sociedade do socialismo, com mais justiça social para todos.
Noutras palavras, quando os trabalhadores ganham as praças e
ruas brotam inspirações e consciência de luta por mudanças. Trabalhadores
unidos e juntos em eventos de seu interesse são fonte de energia
transformadora, mesmo que malandros, exatamente pela força de sua união, também
apareçam para fazer demagogia e mentir para a classe operária. É exatamente por
isso que essa mídia aí das 6 famílias proprietárias esconde cenários e atores
das transformações sociais e políticas. O dia de ontem, 1º de maio, é prova de
que a tese de mobilização nacional colocando multidões nas ruas e praças para
defender o patrimônio democrático construído por todos nós e pressionar por
avanços é exigência de uma agenda política de quem realmente não teme os
golpistas, mas que, ao se defender deles, busca avanços e aprofundamento nas
transformações sociais que o Brasil e nosso povo precisam e exigem. A melhor
defesa dos golpes são os avanços políticos. Além da força da pressão do povo mobilizado
nas ruas e praças a mobilização é excelente fator de educação política para a
Nação. Somente assim tomaremos a mídia em nossas mãos e democratizaremos os
meios de comunicação e a riqueza.
O dia 1º de maio de 2013, portanto, foi escondido pela mídia
dominante, por um lado, por outro os eventos em comemoração ao dia dos
trabalhadores propiciou luta e conscientização. Isso é sinal de esperança.
Abraços críticos e fraternos na luta por justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
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