Dom
Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
Amigo Gerson
Então amigo Gerson, bastou algumas pressões desabarem sobre o
pernóstico ministro Celso de Mello para que as notícias sobre baixa dele em
hospital de Brasília tomassem os noticiários do PIG (Partido da Imprensa
Golpista). Até dá a impressão de que os noticiosos querem se justificar do
porque seu serviçal no Supremo Tribunal Federal não aparece para dar seu voto,
tão alardeado, sobre a cassassão imediata dos parlamentares condenados por ele e
seus “competentes” colegas, que se especializaram na tal teoria do “domínio do
fato” para condenar sem provas líderes do PT.
Sobre Celso de Mello recai a responsabilidade de desempatar
os 4 x 4 na decisão de acatar a proposta do outro presunçoso, Joaquim Barbosa,
de impor à Câmara de Deputados a perda imediata dos cargos de deputados dos condenados. Ocorre
que o petulante CM decidira em 1995 a favor de que o legislativo é a casa que
tem a prerrogativa de decidir, como poder independente. Disse sua divindade
naquela oportunidade, em 1995, que o "efeito [é] exclusivo de deliberação tomada pelo voto secreto
e pela maioria absoluta dos membros de sua própria Casa Legislativa".
Agora sua divindade infalível e invisível se vê num mato sem cachorro sob o império
do ditado popular: “se ficar o bicho come, se correr o picho pega”.
E agora? Se decidir pela ditadura de acompanhar o sentencioso
Joaquim Barbosa, que nem sabe na prática o que é Poder Legislativo, quebra uma
jurisprudência criada por sua divindade em 1995. Se for coerente com o que decidiu
em 1995 compra briga enorme com o poderoso juiz nacional, os jornalões, Tvs e
revistas reacionários, órgãos do Partido da Imprensa Golpista (PIG) em aliança
com os direitistas encastelados no PSDB, no Democratas e no PPS. Teria coragem
para ser coerente? Revestir-se-ia de honestidade para construir voto que se
aproxime da justiça e da revisão das mentiras e barbáries que ajudou a moldurar
com as injustiças ao perpetrar condenações sem provas e plenas de erro, só para
tirar proveito dos holofotes acionados pelos conservadores e monstros
neoliberais? E agora, o Celso de Mello pensa que sua pretensa pneumonia lhe dará forças e material
para decidir a favor da justiça e da verdade ou empurrará a decisão para o ano
que vem para que a poeira baixe?
Chama a atenção o fato de que antes do poderoso impasse que
os senhores deuses do supremo mesmos criaram não se falou em doença de sua
divindade Celso de Mello. De repente, na quarta-feira, quando todos aguardavam
os mirabolantes “argumentos” de seu voto, sua divindade, de sotaque afrancesado,
não apareceu! A alegação se que se encontrava gripado. Depois os noticiosos “piguentos”
informam que ele está hospitalizado com pneumonia. Pior, alegam que o hospital
onde se encontra não costuma dar informações, entrevistas nem fotos de seus
clientes. Muito interessante: um funcionário público, pago, e muito bem pago,
com boa parte de nossos impostos, não dá entrevistas e não se deixa fotografar.
Acha que temos que acreditar nas palavras da Globo, da Folha, do Estado, da
Veja, da Época e de outras drogas. Certamente a divindade que aprendeu a julgar
com base na teoria do domínio do fato, sem necessidade de basear-se em provas,
apenas de se amparar na Veja e no brilho dos holofotes, acostumou-se a não ter
que provar nada para ninguém.
Pois é Gerson, quem garante que a divindade não mente, que os
seus colegas não mentem, que a mídia não mente? Quem garante que a divindade
Mello, invés de ser humilde para reconhecer ante a Nação que falhou ao se deixar
levar pela soberba e pelo ruído da imprensa e incorreu no pecado da ditadura e
da mentira no tribunal? Se fosse o ex Presidente Lula a imprensa não descansaria
até que conseguisse fotos e vídeos. Mas com os seus mimados ela é tolerante e
nos quer engrupir com notícias sem provas.
Penso, Gerson, que na tal hospitalização de Celso de Mello
esconde-se interessante impasse, que o faz fugir, encarregando os donos da
mídia a mentir com suas imagens suaves e seus tons de voz melosos, até que se
refaçam para novas mentiras.
Quanto a nós, fiquemos atentos. Esse episódio nos dará
material para a luta que se reorganiza.
Abraços críticos e fraternos.
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