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quarta-feira

Cuba e lições de diálogo

Cuba nos dá exemplos impressionantes do que é como deve acontecer o diálogo. Tal noção serve para as lutas sociais e os relacionamentos pessoais, muitas vezes sombreados de distorções e repressões. O diálogo sempre leva a avanços, ao crescimento e à maturação nos relacionamentos e nas pessoas coletiva e individualmente.
O presidente Barack Hussein Obama mandou anunciar que colocará fim ao impedimento de remessas de dinheiro por cubanos residentes nos Estados Unidos e de suas viagens à ilha. Avisou que estuda possibilidades de autorizar empresas estadunidenses a estender linhas de fibra ótica e por satélite para telecomunicações e celulares e possibilidades de negócios em Cuba. Mas cruelmente o governo dos Estados Unidos não tocou no bloqueio, que é o principal problema. Ora, esse é genocida, como classificou o ex-presidente Fidel Castro, porque “custa vidas humanas” e causa sofrimentos imensamente dolorosos ao povo cubano. Aquela medida imposta e discriminatória impede que medicamentos e equipamentos médicos com componentes americanos aportem à ilha. Em virtude desse crime imperialista muitas pessoas morrem depois de longo tempo de dor e sofrimento, apenas para dar esse exemplo dramático.

Alem disso, é evidente o objetivo do bloqueio: constranger o regime socialista pelo desgaste, na tentativa de provocar rebelião popular contra o governo, movido pela demoníaca meta de interferir indevidamente na soberania das nações, oprimindo um povo soberano. Outro, é o preconceito estúpido contra o socialismo cubano e medo de que se alastre pela América Latina. Também são evidentes as razões de alívio em alguns pontos. Um é a pressão internacional contra o bloqueio. Não há nenhum governo latino americano que concorde com aquela medida criminosa e assim é na ONU, que aprovou 29 propostas contra o bloqueio. Outra razão é a pressão interna nos Estados Unidos. Obama recebeu mais de um milhão e meio de votos de cubanos residentes nos Estados Unidos, cansados da falta de liberdade para enviar dinheiro e visitar seus familiares. Outra motivação é a de empresários americanos interessados em fazer negócios em Cuba. Mas o motivo implícito é o de derrubar o regime socialista, contando com a ajuda dos cubanos que residem nos USA.

Há lições significativas a ser retiradas da contradição em relação a esse bloqueio. 1. os opressores, em todas as épocas da história, se arvoram em juízes do mundo, de todo o mundo, e interferem opressivamente massacrando direitos e a própria dignidade. Tal conteúdo ideológico se espalha como erva daninha por toda a sociedade, arrastando o senso comum a agir da mesma forma nas relações sociais e pessoais. Sua técnica é a de sempre, invariavelmente, culpar os prejudicados por suas medidas. É como culpar um atropelado por um automóvel de ser atropelado e ainda fazer transfusão de sangue do ferido para o atropelador. No cotidiano vê-se pessoas oprimindo o próximo, tentando anulá-lo e inutilizá-lo pelo não reconhecimento. Para certas pessoas basta um “pouco de estudo” para justificar suas atitudes desrespeitosas com relação ao outro. Para outras, uma opinião religiosa e teológica as faz sentir-se melhores e agir com desdém com os classificados de inferiores. Para outras, alguns reais e propriedades as insufla a sentir-se superiores. Enfim, o que, na verdade, embasa atitudes opressivas e destrutivas do outro é sempre a ideologia dominante, incrustrada na inconsciência e na ignorânica. Essa empina narizes, carrega de palavrórios as bocas de quem fala, fala e discursa e não faz nada por ninguém e ainda oprime a quem julga inferiores. 2. Outra lição é a do diálogo. Esse é marcado pela pressão que transforma. A pressão junta multidões que se unem e se educam na luta. Obama não faz nenhum ato de caridade, ainda mais quando não toca no cerne do bloqueio, com medidas a contagotas, mas cede a pressões imensas e até constrangedoras para muitos setores de lá. O diálogo é força dos que não baixam a cabeça para os opressores, tanto os que dominam objetiva e super-estruturalmente como os travestidos, mas de peitos estofados com suas ilusões de poder. Dialogar é exercer a coragem de conquistar os direitos, mesmo que seja de espaço em espaço. O diálogo é a maior demonstração de amor. Quem dialoga se aproxima sem medo, junta-se, une-se, educa-se e ajuda o próximo a empoderar-se como ser humano.

Cuba é exemplo de diálogo. Quando fez sua revolução empreendeu a jornada do diálogo. Uniu o povo contra a opressão e avançou na conquista do poder. Foi ameaçada pela colossal força armada dos Estados Unidos e a derrotou no famoso fiasco da Baia dos Porcos. Há cinqüenta anos sofre o bloqueio que mata e estrangula o desenvolvimento, que mente e faz propaganda odiosa contra o regime conquistado pelo povo, sempre com novos lances estrondosos contra aquele regime. Praticou inúmeros atentados contra suas autoridades. Mas Cuba sempre resistiu, com o povo unido. O diálogo é isso: quem dialoga não baixa a cabeça, mas não fica no bate-boca, avança com produções e exigências de frutos concretos. O bate-boca não é diálogo, é apenas ruídos insconseqüentes.

Lição maravilhosa e esperançosa, a do diálogo. Sejamos sempre solidários ao povo cubano, ao seu direito de autodeterminação e cresçamos com as lições de diálogo e de luta que compartilham conosco. Sejamos dialogantes entre nós e ousemos sempre colher frutos saborosos de diálogo, como povo e nas nossas relações pessoais. Dialogar é arar as terras do melhor em nós e nelas semearmos sempre as sementes do novo e do justo.

Dom Orvandil: Bispo Cabano, farrapo e quilombola.

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