Prezado militante Flávio
Batista
Fui ao centro de Goiânia
nesta segunda-feira. Ao retornar para o ônibus que me trouxe para casa me
deparei contigo.
Declaro que não sou filiado
a nenhum partido, que não sou petista. Mas afirmo enfaticamente meu respeito
aos filiados e militantes partidários. O apartidarismo pregado pelo black blocs é falta de respeito
fascista à luta democrática.
Porém, meu caro, eu tenho
lado. É este aqui em baixo, junto com o povo e no apoio aos que lutam para
derrubar as barreiras indignas que caem a todo o momento sobre o povo, notadamente
sobre os pobres e injustiçados. Tais barreiras expõem o povo aos desempregos, às injustiças em todos os campos sociais.
Deparar-me contido em plena “panfletagem”
e em campanha eleitoral foi de uma alegria imensa. Porém, já tenho minhas opções em
termos de candidatos a todos os cargos. Graças a Deus, nenhum deles é de
direita nem neoliberal marconista, aecista, alkimista, marinista ou coisas do
tipo.
Creio, Flavio, que as pessoas, os programas e marketings eleitorais são todos furados. Sofro de ataques de risos diante dos programas eleitorais na TV. Também sinto muita tristeza e vergonha pelo que os candidatos apresentam e como se apresentam. Muitos são ridículos, vendidos e alienados.
Há vícios doentios nas
campanhas eleitorais, transformadas em shows de baixa qualidade. É até feio os candidatos se
apresentarem ao povo afirmando que assim o fazem pedindo que os eleitores os
escolham. Ora, isso é fraude política e moral.
Essas campanhas eleitorais
são negócios muito ruins. Política combativa não se faz assim. O correto é as
candidaturas nascerem do ventre popular, por longa e testemunhada caminhada com o povo e não de atores que aparecem repentinamente pedindo
votos, completamente desvinculados da realidade social.
Os votos assim são como que
caças buscadas e cativadas por quem adula e seduz melhor. Nesse sentido abundam os maus exemplos de corrupção eleitoral por parte de candidatos e dos próprios eleitores, que trocam votos por qualquer coisa.
Penso que na história
política brasileira há fatos ricos de pessoas que nasceram do povo e por ele
abraçadas como suas lideranças e militantes nos parlamentos e executivos, na
defesa de suas causas mais sentidas e da Pátria. Tais líderes se tornaram
modelos e inspiração históricas, sem arredar-se um milímetro do caminho da
luta. Aí sim, arrebataram votos nas eleições, sem compra e sem corrupção. Lembro-me de alguns como Jorge
Amado, Luiz Carlos Prestes, João Amazonas, Maurício Graboys, João Goulart, Leonel de Moura Brizola e, recentemente,
Luiz Inácio Lula da Silva. E pelo jeito que as pesquisas desenham, Dilma
Roussef.
Lula é um caso recente de
líder forjado pelo povo. Este líder foi edificado com suor, sangue e prisões, desde a
ditadura. No início resistiu perfilar-se na luta política, mas os trabalhadores o conscientizaram a fazê-lo. Sua trajetória é caminho luminoso de um brasileiro que saiu da fome,
trilhou o sacrifício da luta operária, passou pela Constituinte e chegou à
Presidência da República como um foguete lançado das bases mais profundas
alicerçadas na escravatura e no povo mais sofrido deste País. Lula nunca foi
candidato de si mesmo, mas do povo e por ele forjado em cada pedaço de seu ser.
Dilma Roussef emerge do
movimento estudantil e da cadeia desumana que a direita amancomunada com o
diabo imperialista impôs brutalmente para destruir a coluna vertebral do Brasil.
Dilma se forja desde os anseios mais profundos desta sociedade e chega ao
Planalto. Creio que este personagem político é tecido do material do nosso povo
e de nossas mulheres. Não é alguém que devemos escolher em campanha eleitoral.
É uma mulher que o povo escolheu para apresentá-la à Nação Brasileira para ser
novamente sua Presidenta, porque nasceu do povo, alimentou-se nas teorias políticas mais profundas, passou pelas trevas e porões da ditadura e seguiu a senda do povo.
Ao ler teu material de
propaganda, caro Flávio Batista, reflexos desta realidade em tua história. Não te conheço,
lamentavelmente, embora trocássemos rápidas palavras na Estação Centro de
Goiânia. Dizes que és negro, jovem, pobre, da periferia, filho de empregada
doméstica, agricultor familiar e usuário do transporte coletivo. És um
candidato a deputado estadual encharcado de povo e povo como o povo. És
adorável.
Não votarei em ti, meu
irmão, por firmar compromisso anterior com outra candidata companheira da
Ibrapaz. Mas me solidarizo contigo. Passadas as eleições ligarei para ti para
te convidar a integrar a liderança da Ibrapaz. Aqui é o teu lugar.
A quem aqui em Goiás quiser
votar em ti compartilho teu número e teu site: 13680. Clica aqui para acessar.
Continuemos a luta na
construção de líderes que orgulhem nosso povo e nosso País, iguais aos que
mencionei acima e, quem sabe, melhores porque adequados ao chamado dos novos
tempos. Líderes do povo cuja agenda seja completamente ocupada com as angústias,
lutas e sonhos de um mundo novo e mais justo socialmente.
Abraços críticos e fraternos
na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano,
farrapo e republicano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seus comentários serão publicados. Eles contribuem com o debate e ajudam a crescer. Evitaremos apenas ofensas à honra e o desrespeito.