És uma de
minhas amigas que mais me honra com tua amizade. Lembro-me de minha primeira aula
na Uniderp e tua posição tímida em sala de aula. Quando nos encontramos à
saída tu, com cadernos e material escolar nos braços, parecias te esconder.
Aproximei-me de ti. Disse-te que gostaria muito de te conhecer e reclamei de
que não te apresentaste em sala de aula. Contaste-me que te sentias deslocada
diante de mim. Testemunhaste que votaras em Ronaldo Caiado para Presidente da República
porque não gostavas dos petistas. Desafiei-te a expores sem medo em sala de
aula tua visão de mundo. Justifiquei que todos têm direito a pensar, de debater
o que pensam e de que contribuirias muito com o debate.
Senti que a
partir daquele momento te jogaste no processo de discussão que estabelecemos
como método de nossa caminhada semestral. Trabalhei duas disciplinas com vocês
e acompanhei entusiasmado o teu crescimento, inclusive ao fazeres movimento de
transformação ideológica pessoal. Numa oportunidade me convidaste para
participar de ato de lançamento da associação de estudantes de serviço social
que promoveste. Teu discurso demonstrou mudança significativa de pensamento e
de deslocamento da direita para a esquerda. Vibrei contigo.
Em tua
homenagem posto abaixo um vídeo do grande guru brasileiro do Serviço Social, o
professor José Paulo Netho, que tive o prazer de conhecer no RS e com seus
textos conviver de lá em diante, inclusive aí com vocês.
Num momento
em que se discute o Brasil e em que alguns projetos reformistas e assistenciais
sofrem ataques terroristas da direita atrasada é importante “escutarmos” quem
pensa com conteúdo e seriedade a nossa realidade. Nesse vídeo José Paulo Netho
não enrola. Ao homenagear o companheiro Carlos Nelson Couthinho é bastante contundente na interpretação das
conjunturas brasileira e internacional. Diz que o capitalismo não existe sem
crise: “falar em capitalismo é falar em crise todo o tempo”. Ele reflete sobre
a necessidade da Bolsa Família em situação de fome e de miséria, mas não como
projeto revolucionário. Acusa os falsos críticos da Bolsa Família e de Lula de
moralistas atrasados. Netho diferencia Lula e Dilma, dizendo que o governo
Dilma mudou muito para pior em relação ao seu antecessor. Para ele Lula não é a
mesma coisa que Fernando Henrique Cardoso. Nosso autor pensa ainda sobre o
papel do petismo no espectro da construção da nação na condição de política não
revolucionária. Fala sobre o socialismo e o papel da militância nos parlamentos
burgueses e na construção revolucionária.
Muitos de
meus amigos leitores deste blog, felizmente a grande maioria brasileiros do
Brasil e do exterior, muitos estadunidenses, alemães, portugueses, russos e de
outros países, minha amiga Francis, me escrevem e até telefonam para pedir
opiniões e indicações de autores e de textos que pensem nossa realidade. Meus
alunos de graduações e pós-graduações também me solicitam ferramentas que
aprofundem a reflexão sobre nosso movimento real econômico, político e social. Pois
essa entrevista do grande intelectual brasileiro, o Professor José Paulo Netho,
ajuda muito. Ajuda a divulgá-la, por
gentileza.
Abraços
críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom
Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano.
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Francis Jaqueline da Rocha Professor querido e estimado,li somente o que postou, muito lisonjeada, com a sua lembrança. Foi exatamente assim que aconteceste sabiamente, conduziste a minha transformação, sem em momento algum se posicionar de frente.Digno de grandes mestres e educadores como tão bem representas!!!!!
ResponderExcluirObrigado professor!!!Disseste tudo, hoje me sinto muito mais envolvida e segura de minhas posturas, muito devo a seus ensinamentos.
Se vier por aqui em Campo Grande - MS, não deixe de avisar para um cafezinho!!!