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A dita "classe média" sempre se omitiu e traiu historicamente. Sua atuação é vergonhosa!





 







Querida amiga Cíntia

Certamente me ouviste falar em nossas aulas sobre a importância da filósofa Marilena Chauí, uma das mais preparadas e críticas intelectuais brasileiras.


Pois bem, no vídeo que posto abaixo a filósofa faz críticas contundentes à dita classe média, que é politicamente fascista e diz que ela é “... uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante”. São desvendamentos sérios de um seguimento social. Escuta parte da palestra de Chauí e entenderás as razões.


Já comentei que a classe média não existe, que é um arremedo e uma sombra da classe dominante. Seus integrantes obtêm ganhos salariais melhorados em relação à classe trabalhadora, a que é verdadeiramente uma classe e produtora de riquezas. Porém, pensam, exceto os inteligentes e críticos, com o mesmo conteúdo excludente, preconceituoso, odioso e violento da classe dominante. Os participantes desse seguimento fantasma não pensam por si, reproduzem cantilenas e bobagens da classe dominante. Tanto que não se dão ao trabalho de ler, de conversar com pessoas que pensam, de estudar e de refletir. São porta vozes cegos e repetitivos cansativos dos proprietários dos meios de produção, de mentalidade pseudamente neutra, de prática despolitizadas e descomprometidas socialmente. 


Muitos dos que ascendem à dita classe média comeram pães que o diabo amassou durante as crises econômicas dos tempos da ditadura e do neoliberalismo impatriótico e ajoelhado à besta do Tio Sam, mas agora que a economia melhorou votam nos candidatos da direita e nos mais atrasados, tudo em nome da moral e dos bons costumes. Seus intestinos se desarranjam de ciúme da juventude pobre que toma conta das universidades e de viagens como um público outrora desprezado pelo capital e pela classe dominante impatriótica. Uma coisa que os ditos da classe média não sabem nada é de gratidão. Compram, viajam e consomem inclusive bastante inutilidade, mas odeiam os que melhoraram a economia, possibilitando-lhes mais prazer na compra de artigos de consumo. Surtam e sofrem de TPM mental diante de figuras como Lula e Dilma. 


Penso que os fenômenos moralistas dos que pregam o ódio e a intolerância, usando máscara religiosa, tem como raiz esse mesmo material que embala a tal classe média. Esse pessoal enfia-se nos templos de domingo a domingo em plena fuga do mundo complexo e conflitivo, onde há necessidade de luta para transformar as relações injustas em favor de justiça social. Assim como os que adoram os patrões e a eles obedecem cegamente esse setor da classe média, que se esconde debaixo de púlpitos nas igrejas, é "ordeiramente" obediente aos seus pastores e padres. Fora daí tudo é pecado e pleno de diabos que pululam num universo que ameaça a sua paz burguesa de sucessos quiméricos. 


Essa classe média envolve-se tanto com seu pequeno mundo que quando convidamos sua gente para participar de alguma agenda na luta contra as injustiças ou a favor do próximo alega que não tem tempo. Realmente, ocupa-se com seu mundinho, sem se quer imaginar que existe uma Pátria e um mundo que pedem nossa participação generosa e cidadã. As desculpas que dão para fugir envoltas em sua preguiça vão desde coisas para fazer com a família, com o trabalho e outras programações de vidas sem sentido social e ético. É impressionante. 



Escrevendo sobre a mesma indignação da filósofa Marilena Chauí ao criticar a dita classe média,  o grande jornalista Paulo Nogueira em seu blog (leia mais aqui) lança luzes sobre o triste papel histórico desse setor social atrasado. Escreveu Paulo Nogueira: “Historicamente, a classe média é, em geral, o que existe de mais reacionário numa sociedade.


Nas grandes transformações da humanidade, como na França de 1789, lá estava a classe média na defesa assustada da manutenção da ordem.


Na Alemanha de 1933, foi a classe média que pôs Hitler no poder. Nos Estados Unidos destes dias, é a classe média — obesa, entupida de pipoca e coca cola gigante, sentada no sofá vendo blockbusters de Hollywood —  que dá sustentação a guerras como a do Iraque e a do Afeganistão.”


Aqui no Brasil e na América Latina a classe média foi às ruas pedir golpes militares com medo fantasioso de perder privilégios para as revoluções socialistas. Em 1964 promoveu a “marcha com Deus pela liberdade”. Rezou temerosa do comunismo e dele falou mal sem saber do que se tratava. Durante a ditadura omitiu-se alienada diante das prisões, torturas e mortes de muitos dos filhos deste solo. Como fantoche da reação colocou-se contra a Pátria e a democracia.
 


Talvez perguntes: mas o que devemos fazer? Devemos discriminar  e abandonar a autodenominada classe média, composta por aqueles que adoram os pronomes possessivos "meu", "minha" e o pronome pessoal “eu”, como se fossem o centro do mundo? Não devemos discriminá-los, de modo algum. Isso seria cair na mesma escuridão cavérnica na qual se movem e de cujas sombras seu cérebro é composto. Nossa atitude deve ser crítica, de levarmos textos a esse pessoal como os de Marilena Chauí e de outros grandes reflexólogos brasileiros, como Darci Ribeiro, Leonardo Boff, Paulo Freire, Mario Costela, Caio Prado Jr, Oscar Niemayer, Pedrinho Guareschi, Celso Furtado, Bautista Vidal e tantos outros. Animar o pessoal a vir para o campo de luta para entender a realidade, compreender a grande família brasileira composta de indígenas, de negros, de trabalhadores, de educadores e de empresários dedicados ao desenvolvimento nacional. É isso que devemos fazer.


Sugiro que leias a notícia que posto abaixo do 247 e vejas o vídeo com parte da palestra da grande filósofa Marilena Chauí.


Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz.
Dom Orvandil: bispo cabano, farrapo e republicano. 

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 LAN: S

Chauí: classe média é fascista, violenta e ignorante "A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim", afirmou a filósofa, durante lançamento do livro "10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma"; em seu discurso, ela também grita: "Eu odeio a classe média"; assista.
 
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16 de Maio de 2013


Portal Vermelho - O ineditismo de medidas governamentais e seus resultados surpreendentes estão sendo analisados durante o lançamento do livro 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. O primeiro deles ocorreu no último dia 13, em São Paulo, e contou com presença de Lula, Emir Sader, Márcio Pochmann e Marilena Chauí.


Sem as sutilezas filosóficas das aulas emocionantes que costuma dar em eventos desse tipo, ela foi direto ao assunto. Chauí falou sobre o Bolsa Família para exemplificar a "revolução feminista" que vem ocorrendo no país, ao direcionar o recurso para a mulher, e depois o exemplo do ProUni, para explicitar o racismo que emergiu com força na sociedade, ao encher as salas de aula do ensino superior de pobres e negros.


Por fim, fez duras críticas à classe média: "a classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim", concluiu ovacionada.






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