Prezado amigo Gustavo
Encontramo-nos na primeira manifestação do “Fora Marconi” na Praça Cívica, aqui em Goiânia, dia 14 de abril. Sempre que vejo um jovem trabalhador na tua idade envolvido numa luta tão nobre quanto esta me encho de esperança.
Contaste-me que és funcionário público e que te escondeste por detrás de uma máscara para não seres perseguido pelo senhor Marconi Perillo, suspeito de envolvimento nos crimes do mafioso Carlos Cachoeira, conforme farto noticiário referente as gravações da Operação Monte Carlo da Polícia Federal. Contaste-me que ele destaca verdadeiros capitães do mato em cada setor público para perseguir os que dele discordam. Isso é inaceitável evidentemente e mostra o nível de autoritarismo deste cidadão.
Parabéns, jovem Gustavo, por tua participação nesse movimento social e de alta relevância patriótica. Certamente sairás dele diferente de quando entraste: mais consciente e compreensivo de que o povo precisa participar sempre, principalmente nesse momento de crise política e ética no Estado de Goiás.
Muitas pessoas me perguntam as razões do porque concentro atenções a esta crise em Goiás, desconsiderando aqui outros temas. Sempre respondo que este Estado precisa resolver esse problema político de ser governado por coronel que se coliga à máfia para se eleger e para governar. O poder aqui precisa ser ocupado pelo povo na solução dos grandes problemas desse Estado e não em atendimento de mafiosos que querem privatizar o Estado e subjugá-lo aos seus mesquinhos apetites.
Os mafiosos de tudo, do comércio de carne, de leite, do jogo do bicho, do couro, das terras, dos transportes etc, sabem que esse Estado e o Centro Oeste são extremamente potenciais em termos do futuro próximo do Brasil. Por isso sua avidez em controlar os governos estaduais e municipais. O controle é no sentido de concentrar riquezas e impedir de todos os modos a democratização da economia e do poder. Eles querem tudo em suas mãos. Não têm a menor sensibilidade com a mortandade de pessoas através da elevação da criminalidade nem com os problemas sociais que demonstram sucateamento da saúde, da educação, em estados de miséria, e da habitação. Nada. O que lhes importa é ganhar dinheiro. É grave e altamente ofensivo saber o quanto Carlos Cachoeira despreza os que trabalham. O infeliz se referia a grandes somas de dinheiro para a compra de aviões, navios, fazendas, de juízes, advogados, deputados, governadores, empreiteiras, prefeitos, em total desprezo aos que trabalham.
Lamentável mesmo, Gustavo, é que o dinheiro que mafiosos aliados ao mafioso usam e gastam é gerado com muito sacrifício por quem realmente produz. Os recursos malversados por quem deveria cuidar das coisas públicas, do que é do povo são desviados da saúde, da educação, da habitação, da produção, enfim, da vida social. O mínimo que se pode dizer disso é que é assalto. Reconheço razão em tanta revolta por parte das multidões que foram às ruas, das multidões silenciosas que ainda não se manifestaram. O prejuízo causado ao povo por esses assaltos por parte desses bandidos de colarinho branco é imensurável.
E olha, meu amigo, as coisas ainda nem vieram à tona. A revolta será imensa quando muita água suja que corre pelas enlameadas cachoeiras forem conhecidas. O mês de maio será inesquecível como o mês em que gravações com vozes que ainda não foram ouvidas forem reveladas. Há personagens que não dormem porque sabem que tudo virá à luz do dia. Esperneiam, ameaçam através de entrevistas, mas não escaparão do juízo político do povo que avança.
Porém, há um aspecto extremamente positivo em tudo isso: o povo de Goiás sentir-se-á chamado a interferir, dispensando mediadores comprometidos com o atraso e com a sujeira, como é caso do atual governo estadual. O novo mostrará sua cara. Mas é preciso crescer nas manifestações, nas ruas e praças. Os jovens, os velhos e as crianças precisam sair de casa e ocupar as ruas. É preciso ultrapassar o formalismo e a burocracia eleitorais em favor de pressões mais fortes nas ruas. Foi assim que se rebentou com a escravatura, que deixou fortes marcas nesse Estado, que se derrubou a ditadura militar, que ainda se luta contra o neoliberalismo representado pelos partidos de direita do tipo PSDB, DEMOCCRTAS, PPS, por setores empresariais e religiosos. Nessa luta enfrentaremos dois tipos de julgamento: 1. O jurídico e 2. O político. Quanto ao primeiro bastarão mais algumas provas e pronto. Elas já aparecerão. Não demorarão. Já batem à porta. Quanto ao político os senhores Demóstenes e Marconi já estão condenados. A atuação deles é socialmente prejudicial ao povo. Eles fazem mal à saúde, à educação, aos empregos etc. Gente com essa visão de direita tem que ser varrida do poder. O mundo muda, mas eles são o freio e o entrave ao bem da maioria. Somente pessoas como o cientista Leverson, que precisa se alfabetizar com o povo para aprender o quanto o tucanismo é maléfico, não sabe disso e ainda defende Marconi Perillo. Sei que nem todos são ruins no PSDB, no Democratas e no PPS, mas ignorar a maldade que os barões desses partidos fizeram e ainda fazem beira a má-fé.
É por essas razões que trato do caso de Goiás neste blog. Aliás, não só trato aqui, mas vou às ruas para ajudar a expulsar a máfia do governo. Hoje ajudei a elaborar e co-assinei um documento denominado “Manifesto ao Povo Goiano”. Creio que a limpeza do governo ajudará nosso povo no desenvolvimento por mais qualidade humana e social.
Então, meu irmão, estou à tua disposição para conversar sobre teu interesse.
Abraços críticos e fraternos.
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